jueves, 24 de junio de 2010

Bangladesh: Operários paralisam fábricas de roupas.


Tomado do blog dos camaradas de A Nova Democracia
Operários paralisam fábricas em Bangladesh


Mais de 700 fábricas de roupas fecharam as portas por conta de uma gigantesca greve operária no Bangladesh. A greve, que já dura um mês, reúne cerca de 800 mil trabalhadores, sendo a zona industrial de Ashulia o maior foco das manifestações. A burguesia foi obrigada a fechar os portões das indústrias e reforçar o policiamento, quando mais de 100 mil operários ameaçaram invadir os galpões e destruir as máquinas e ferramentas.

As fábricas de roupas do Bangladesh abastecem o comércio mundial de marcas-símbolos do imperialismo, como o Wal-Mart, a H&M, a Tesco, o Carrefour e o Metro, bem como as etiquetas de moda Tommy Hilfiger, GAP e Levi Strauss. O faturamento médio anual de cada uma dessas marcas chega a 35 bilhões de dólares, enquanto que o salário médio dos operários não ultrapassa 200 dólares por mês. Isso quer dizer que os salário de todos os operários, por um ano, custam aos cofres de cada empresa 7% do faturamento anual. E pensar que os protestos em Ashulia, ao norte de Dhaka, fazem parte de uma cansativa jornada de greves operárias por melhores condições de trabalho e aumentos de salários, reivindicações que a burguesia, irredutivelmente, se nega a atender.
Nos protestos de 21 de junho, mesmo com o reforço policial nas fábricas, mais de 50 delas foram invadidas e destruídas pela justa rebelião operária. E mesmo faturando bilhões de dólares por ano, representantes da Associação de Fabricantes e Exportadores do Bangladesh (BGMEA) ainda se queixaram dos prejuízos causados pelos manifestantes.
Os protestos vão continuar. Vamos fechar todas as fábricas de vestuário, vamos organizar greves por todo o país, em todos os centros industriais do país. Vamos continuar até que as autoridades aumentem os salários dos trabalhadores — disse o líder sindical Mosherefa Mishu.
A greve operária no Bangladesh está prestes a se transformar em uma greve geral, já que a produção das indústrias de vestuários no país representam 80% das exportações e empregam 40% da força de trabalho industrial.

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