Outra mirada da Revoluçom de Outubro. Un artigo do Atenu Proletário Galego,

Outra mirada da Revoluçom de Outubro. Que há de verdade nó da insurreçom espontânea?

Determinar que tubo de particular e que de geral na Revoluçom de Outubro é algo mui necessário e clarificador para o MCI (Movimento Comunista Internacional). Pola nossa parte pensamos que a imagem que temos da Revoluçom de Outubro nom é a real, senom umha vissom simplista espalhada polo PCUS revisionista, que a sua vez foi herdada da vissom da “revoluçom internacional” da Segunda Internacional. Hoje podemos ver esta e outras revoluçóns com umha perspetiva histórica que nom podiam ter as revolucionárias que participárom no passado nestes acontecimentos. Umha perspetiva que nos deveria facilitar a comprenssom dos feitos históricos.
1) Frente a vissom “vulgar” temos que dizer que a Revoluçom de Outubro nom foi umha insurreçom espontânea das massas, que se levantarom um bom dia cheias de sofrer a exploraçom, graças a que os bolcheviques lhes mudárom a opiniom. Em Outubro entrou em escena o contrapoder proletário (os soviets), que se transformou num duplo poder na mesma sociedade russa, coexistindo -em tenssom- com o poder burguês. Esta é umha caraterística geral de todas as revoluçóns proletárias. O xurdimento do contrapoder proletário na Rússia (os soviets) foi um feito espontâneo feito por as massas, nom fórom criados polo partido (esta é umha particularidade de Outubro). Os soviets som órganos de poder que aspiram a ser estado proletário, porque desde o primeiro momento os soviets som massas armadas e organizadas conscientemente. Os soviets obreiros nascem ao mesmo tempo que os soviets de soldados, contanto polo tanto desde este primeiro momento com um corpo armado. Mas o partido ouvo ver a transcendência política disto. O partido viu a necessidade de ganhar-se aos soviets, de espalha-los, sistematiza-los e organiza-los como instrumento do poder proletário mesmo antes de que poidam tomar o poder político do estado.
2) O trabalho do partido comunista de novo tipo desenhado por Lenine como elemento organizador foi um fator determinante.
3) O contrapoder proletário (os soviets) vive na semi-legalidade, ou alegalidade, nom sendo demasiado reprimido polo poder burguês. Anotemos que os soviets nom fórom dissolvidos, nem ilegalizados antes da Revoluçom de Outubro polo estado burguês do governo provisório de Kerenski e, que a maioria dos delegados que participárom na Revoluçom de Outubro, na assembleia dos soviets de toda Rússia em Petrogrado, viajárom em comboio na total legalidade, (outra particularidade da Revoluçom de Outubro).
4) As grandes movilizaçóns de massas desarmadas que promovérom os soviets só ténhem sentido na estratégia geral revolucionária, dentro da criaçom e fortalecimento do contrapoder proletário, na luita pola toma do poder político.
5) O partido sabe transformar os soviets para passar dumha resistência espontânea, a umha resistência estratégica, dumha resistência estratégia a um equilíbrio estratégico e, de um equilíbrio estratégico a umha ofensiva estratégica.
6) Em outubro de 1917 lança-se umha ofensiva estratégia, que culmina com a vitória e a toma do poder nas principais cidades da Rússia (isto é umha particularidade de Outubro). Mas nom puidérom tomar o poder em todo território.
7) Tras a Revoluçom de Outubro seguem existindo dous poderes na Rússia, o contrapoder proletário lança umha ofensiva contra o poder reacionário, que organiza os seus exércitos no campo e inicia-se a guerra civil revolucionária depois de ter tomado o poder nas grandes cidades. O fator da guerra civil revolucionária é algo geral, mas que o proletariado tome o poder primeiro nas grandes cidades nom se deu nas revoluçóns proletárias de outros povos.
8) Em plena guerra civil as forças revolucionárias lançam umha ofensiva estratégica, que culmina coa vitória do proletariado e a desapariçom do estado burguês.
O que dificulta a comprenssom da Revoluçom Soviética podemos sintetiza-lo em três pontos. Primeiro no caso russo o contrapoder proletário nasce espontaneamente, nom o cria o partido, mas o partido proletário de novo tipo pode reconduzir este poder proletário para toma do poder. Segundo o contrapoder proletário (os soviets), vivem de fevereiro a outubro do 1917 na semi-legalidade e nom na clandestinidade das outras revoluçóns proletárias da historia. Terceiro os soviets tomam o poder nas grandes cidades e depois inicia-se a guerra civil revolucionária, isto é ao revés que as outras revoluçóns proletárias doutros povos ao longo dos anos posteriores.
Esperamos ter contribuindo com este pequeno trabalho ao esclarecimento sobre que tem de particular e que de geral a Revoluço Soviética. Se nos paramos nos feitos históricos da luita de classe na Rússia resulta que a Revoluçom de Outubro e a Revoluçom chinesa, ou a guerra de independência de Vietnam, ténhem mais em comum do que tínhamos pensado. As maneiras e mecanismos eficazes para derrubar aos estados reacionários no imperialismo, para que poda conquistar o poder o proletariado, ténhem entre si bastantes pontos em comum. Isto nom nega que cada povo tenha as suas particularidades nacionais, a pesares das vissóns predefinidas (elaboradas posteriormente) que nom se correspondem coa realidade e, que em grande medida temos na cabeça quando pensamos na Revoluçom de Outubro. Som estes preconceitos o que nos levam a crer que a Revoluçom Soviética foi totalmente diferente a outras (como a chinesa), sem que se podamos topar pontos gerais comuns. Mas estes preconceitos fórom difundidos muito depois da revoluçom. A realidade histórica é muito mais rica que os preconceitos mais divulgados. Como comunistas temos que buscar a realidade porque o revisionismo vive dos lugares comúns, dos preconceitos que manipulam a história, ate o ponto que parece que a Revoluçom de Outubro tenha umhas qualidades que podem justificar qualquer cousa.