Proletários e povos oprimidos de todo o mundo, uní-vos!
Declaração da Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo-Brasil
acerca da atual situação na Síria
Abaixo a repartilha imperialista da Síria!
Viva a Guerra Popular dos povos de todos os países!
“O combate ao imperialismo e à reação sem o combate inseparável ao oportunismo não passa de fraseologia oca.”
Lenin – O imperialismo e a cisão do socialismo
A nação Síria está sofrendo uma sangrenta guerra imperialista de rapina e repartilha na forma de uma guerra civil. As forças armadas do regime de Assad e o auto-intitulado ‘Exército livre da Síria’ são os contendentes desta disputa interimperialista pelo território sírio. A Síria converteu-se então em uma nova trincheira da resistência anti-imperialista mundial e no mais novo enclave das pugnas interimperialistas.
Nas condições atuais em que se desenvolve esta pugna, qualquer resultado não trará nenhum avanço para o povo e a nação sírios, apenas aprofundará o domínio imperialista sobre o país e a opressão sobre o povo; já que até o momento, uma intervenção independente e organizada das massas armadas sequer tem se delineado por carecer de uma vanguarda proletária minimamente constituída.
A revolta surgida em março de 2011 foi um levantamento espontâneo de massas contra um regime de tipo fascista encabeçado por Bashar al Assad, e faz parte da avassaladora onda de rebeliões populares que se levantou em todo Norte da África e Oriente Médio. A rebelião das massas despertadas nesses países, ainda que se desenvolva de forma inconsciente e não possuam uma direção proletária, todas têm uma mesma raiz, são lutas antifascistas, antifeudais e anti-imperialistas.
Esta revolta é uma justa rebelião contra um regime burocrático-comprador serviçal do imperialismo, principalmente russo, controlado há décadas pela dinastia Assad.
O imperialismo ianque aproveitou esta situação, como o fez em todas as rebeliões dos países árabes, para manipular a luta das massas, desviando-as do caminho revolucionário, para garantir seus interesses na região. Os serviços de inteligência das forças da coalizão imperialista formaram e armaram um exército de mercenários auto-intitulado ‘Exército Livre da Síria’–ELS, comandado diretamente por seus agentes com o objetivo de mudar o regime sírio. Com isso o USA quer deslocar o controle russo sobre a Síria, rompendo as relações desta com o Hezbollah, cercar e isolar o Irã, preparando terreno para atacá-lo.
Todo este complexo plano em curso no Oriente Médio e Norte da África faz parte de sua nova guerra de partilha e repartilha imperialista contra os povos. O imperialismo ianque, na condição de ainda ser superpotência única e hegemônica no mundo declarou seu objetivo de criar um mapa de um “Novo Oriente Médio”, ou seja, um Oriente Médio totalmente controlado pelo USA, sem a influência e interferência de outras potências imperialistas, e principalmente sem a resistência popular armada das massas.
Em meio à profunda e prolongada crise do imperialismo, golpeado pelos povos do mundo, em particular na frente principal de sua guerra no Iraque e Afeganistão e pelas guerras populares na Índia, Filipinas, Peru e Turquia, com sua hegemonia questionada pela pugna interimperialista, os ianques se vêem cada vez mais às bordas duma escalada de guerra sem precedentes.
Neste contexto, os acontecimentos na Síria são em primeiro lugar e principalmente, parte da contradição entre povos/países oprimidos e potências imperialistas; em segundo lugar contradição interimperialista, podendo se converter em contradição principal. Esta se dá primeiramente através da disputa pelo controle de colônias e semicolônias, acumulando e podendo se desdobrar em confrontação direta, na forma de nova guerra imperialista mundial.
Assad: um regime fascista e lacaio do imperialismo
Assad e seu regime estão sendo hoje glorificados por parte da “esquerda” oportunista e revisionista que os caracterizam como uma força nacionalista, campeões do anti-imperialismo e da democracia, opondo-os às monarquias reacionárias do Qatar, Arábia Saudita e Jordânia. Estes revisionistas estão em consonância com o negro papel desempenhado pelos revisionistas sírios, que em sua maioria compõe o regime Assad, através da autodenominada “Frente Nacionalista Progressista”.
A natureza do Estado e regime sírios não é diferente da de outros Estados do Oriente Médio (inclusive as monarquias reacionárias do Qatar, Arábia Saudita e Jordânia). Todos são países semicoloniais e semifeudais, dominados pelo imperialismo e seus lacaios, pela grande burguesia local compradora-burocrática e pelo latifúndio. As diferenças entre eles são a forma de governo (regimes demoliberais ou declaradamente fascistas) e a que potência imperialista estão submetidos (principalmente Rússia ou USA), não tendo, portanto nenhuma diferença essencial entre eles.
Tampouco o regime da dinastia Assad representa a ascensão de forças da burguesia nacional (média burguesia). Bashar al Assad, tal como Muamar Kadafi da Líbia á sua época, e Mahmoud Ahmadinejad do Irã, representam a grande burguesia local, em particular sua fração burocrática, serviçal e completamente submetida ao imperialismo.
O regime da dinastia Assad tem sua origem na ascensão do partido Baath ao poder em 1963, mas principalmente com o golpe de Estado em 1970, liderado por Hafez al Assad, pai de Bashar. Estes acontecimentos se inserem no contexto político do movimento terceiromundista e do pan-arabismo liderado por David Gamal Nasser do Egito. Este movimento se deu no momento de ascenso das lutas armadas de libertação nacional na África, Ásia e América Latina, nos anos de 1950, 1960, 1970.
Nesta época, enquanto a URSS social-imperialista e o USA disputavam o resto do mundo como suas áreas de domínio e de influência, ao tempo que se uniam para combater a revolução com as teses da transição e coexistência pacífica, a China socialista animava e apoiava as forças revolucionárias em todas as partes do mundo. Esta situação criou aberturas para que forças de classes nacionais pudessem ascender e promover uma série de medidas de caráter democrático-nacional.
De forma geral a condução destes processos, por carecer de direção proletária, logo foi hegemonizado pela grande burguesia burocrática-compradora, aliada ao latifúndio semifeudal e serviçal do imperialismo, traindo as aspirações democráticas revolucionárias das massas e impulsionando a via burocrática reacionária do capitalismo burocrático. Após a libertação do domínio colonial das potências europeias transitavam ao domínio semicolonial da URSS socialimperialista – que lhes conferia o falso selo de “socialista”, “popular” ou “anti-imperialista” – apoiada internamente na grande burguesia burocrático-compradora em aliança com o latifúndio.
O regime de Hafez al Assad só se estabelece de fato após a morte de Nasser, com o qual já havia rompido anos antes e de se livrar das forças mais à esquerda no interior do partido Baath sírio. Tal modificação significou a derrota das posições da burguesia nacional e o predomínio da sua ala direita dirigida pela grande burguesia burocrática, já submetida aos interesses do socialimperialismo soviético.
Para conquistar prestígio entre o povo, em 1968, pouco antes do seu golpe de Estado, Hafez al Assad tentou alegar que o Partido Baath era marxista e dizia apoiar o povo palestino. Entretanto Hafez era general e Ministro da Defesa quando Israel ocupou as colinas de Golan na Síria, em 1967, e suspendeu toda a ajuda aos palestinos. Quando do massacre dos palestinos na Jordânia, no ‘Setembro Negro’ de 1970, o exército sírio assistiu passivamente ao genocídio contra o povo palestino. Apenas um mês depois, Hafez Assad liderou um golpe de Estado e prendeu todos os dirigentes da chamada ala esquerda do Partido Baath.
As forças armadas reacionárias sírias, após o golpe de Estado de 1970, passaram a desempenhar um papel central na chamada “construção nacional” do no novo regime. As forças armadas foram o componente fundamental para o impulsionamento do capitalismo burocrático. Ao contrário de estabelecerem regimes soberanos e democráticos, o que se estabeleceu aí foi um regime burocrático-feudal de tipo fascista.
Este processo está na raiz dos antigos regimes da Líbia com Kadafi, do Iraque com Sadan Hussein e da Síria com a família Assad, entre outros. Estes processos não destruíram o latifúndio, não confiscaram o capital da grande burguesia libertando estes países do domínio imperialista, mas, apenas colocaram no centro do poder do aparelho de Estado a grande burguesia local, sob hegemonia de uma de suas frações, principalmente a fração burocrática (fração mais vinculada à indústria e ao aparato estatal) e sempre em aliança com o latifúndio, substituindo o antigo domínio colonial europeu pelo novo domínio semicolonial, principalmente da URSS social imperialista.
Com o fim da URSS socialimperialista no início dos anos de 1990, intensificou-se a disputa interimperialista no interior da Síria através da pugna entre as frações da grande burguesia. O regime de Hafez Assad inicialmente se aproxima da França e logo do USA, barganhando seus interesses por acordos com os novos amos imperialistas ianques, que com o fim da URSS haviam passado à condição de superpotência única e hegemônica. Já quando da invasão do Iraque na “Guerra do Golfo” pelo USA de Bush pai em 1991, proclamando sua “Nova Ordem Mundial”, Hafez Assad apoiou a invasão ianque com tropas sírias.
A Síria se convertera então em um ponto chave da estabilidade política na região, uma vez que servia ao imperialismo como forma de controlar o Líbano, ocupado por suas tropas desde 1974 (em particular o sul do país, região controlada pelo Hezbollah após a expulsão dos sionistas em 2000) e também para controlar a resistência palestina no sul do Líbano onde faz um jogo duplo, já que o sul do Líbano é ao mesmo tempo um ponto de refúgio dos palestinos, serve também como forma de contenção, pois esta região, nunca converteu-se de fato em uma base da resistência palestina.Abaixo a repartilha imperialista da Síria!
Viva a Guerra Popular dos povos de todos os países!
“O combate ao imperialismo e à reação sem o combate inseparável ao oportunismo não passa de fraseologia oca.”
Lenin – O imperialismo e a cisão do socialismo
A nação Síria está sofrendo uma sangrenta guerra imperialista de rapina e repartilha na forma de uma guerra civil. As forças armadas do regime de Assad e o auto-intitulado ‘Exército livre da Síria’ são os contendentes desta disputa interimperialista pelo território sírio. A Síria converteu-se então em uma nova trincheira da resistência anti-imperialista mundial e no mais novo enclave das pugnas interimperialistas.
Nas condições atuais em que se desenvolve esta pugna, qualquer resultado não trará nenhum avanço para o povo e a nação sírios, apenas aprofundará o domínio imperialista sobre o país e a opressão sobre o povo; já que até o momento, uma intervenção independente e organizada das massas armadas sequer tem se delineado por carecer de uma vanguarda proletária minimamente constituída.
A revolta surgida em março de 2011 foi um levantamento espontâneo de massas contra um regime de tipo fascista encabeçado por Bashar al Assad, e faz parte da avassaladora onda de rebeliões populares que se levantou em todo Norte da África e Oriente Médio. A rebelião das massas despertadas nesses países, ainda que se desenvolva de forma inconsciente e não possuam uma direção proletária, todas têm uma mesma raiz, são lutas antifascistas, antifeudais e anti-imperialistas.
Esta revolta é uma justa rebelião contra um regime burocrático-comprador serviçal do imperialismo, principalmente russo, controlado há décadas pela dinastia Assad.
O imperialismo ianque aproveitou esta situação, como o fez em todas as rebeliões dos países árabes, para manipular a luta das massas, desviando-as do caminho revolucionário, para garantir seus interesses na região. Os serviços de inteligência das forças da coalizão imperialista formaram e armaram um exército de mercenários auto-intitulado ‘Exército Livre da Síria’–ELS, comandado diretamente por seus agentes com o objetivo de mudar o regime sírio. Com isso o USA quer deslocar o controle russo sobre a Síria, rompendo as relações desta com o Hezbollah, cercar e isolar o Irã, preparando terreno para atacá-lo.
Todo este complexo plano em curso no Oriente Médio e Norte da África faz parte de sua nova guerra de partilha e repartilha imperialista contra os povos. O imperialismo ianque, na condição de ainda ser superpotência única e hegemônica no mundo declarou seu objetivo de criar um mapa de um “Novo Oriente Médio”, ou seja, um Oriente Médio totalmente controlado pelo USA, sem a influência e interferência de outras potências imperialistas, e principalmente sem a resistência popular armada das massas.
Em meio à profunda e prolongada crise do imperialismo, golpeado pelos povos do mundo, em particular na frente principal de sua guerra no Iraque e Afeganistão e pelas guerras populares na Índia, Filipinas, Peru e Turquia, com sua hegemonia questionada pela pugna interimperialista, os ianques se vêem cada vez mais às bordas duma escalada de guerra sem precedentes.
Neste contexto, os acontecimentos na Síria são em primeiro lugar e principalmente, parte da contradição entre povos/países oprimidos e potências imperialistas; em segundo lugar contradição interimperialista, podendo se converter em contradição principal. Esta se dá primeiramente através da disputa pelo controle de colônias e semicolônias, acumulando e podendo se desdobrar em confrontação direta, na forma de nova guerra imperialista mundial.
Assad: um regime fascista e lacaio do imperialismo
Assad e seu regime estão sendo hoje glorificados por parte da “esquerda” oportunista e revisionista que os caracterizam como uma força nacionalista, campeões do anti-imperialismo e da democracia, opondo-os às monarquias reacionárias do Qatar, Arábia Saudita e Jordânia. Estes revisionistas estão em consonância com o negro papel desempenhado pelos revisionistas sírios, que em sua maioria compõe o regime Assad, através da autodenominada “Frente Nacionalista Progressista”.
A natureza do Estado e regime sírios não é diferente da de outros Estados do Oriente Médio (inclusive as monarquias reacionárias do Qatar, Arábia Saudita e Jordânia). Todos são países semicoloniais e semifeudais, dominados pelo imperialismo e seus lacaios, pela grande burguesia local compradora-burocrática e pelo latifúndio. As diferenças entre eles são a forma de governo (regimes demoliberais ou declaradamente fascistas) e a que potência imperialista estão submetidos (principalmente Rússia ou USA), não tendo, portanto nenhuma diferença essencial entre eles.
Tampouco o regime da dinastia Assad representa a ascensão de forças da burguesia nacional (média burguesia). Bashar al Assad, tal como Muamar Kadafi da Líbia á sua época, e Mahmoud Ahmadinejad do Irã, representam a grande burguesia local, em particular sua fração burocrática, serviçal e completamente submetida ao imperialismo.
O regime da dinastia Assad tem sua origem na ascensão do partido Baath ao poder em 1963, mas principalmente com o golpe de Estado em 1970, liderado por Hafez al Assad, pai de Bashar. Estes acontecimentos se inserem no contexto político do movimento terceiromundista e do pan-arabismo liderado por David Gamal Nasser do Egito. Este movimento se deu no momento de ascenso das lutas armadas de libertação nacional na África, Ásia e América Latina, nos anos de 1950, 1960, 1970.
Nesta época, enquanto a URSS social-imperialista e o USA disputavam o resto do mundo como suas áreas de domínio e de influência, ao tempo que se uniam para combater a revolução com as teses da transição e coexistência pacífica, a China socialista animava e apoiava as forças revolucionárias em todas as partes do mundo. Esta situação criou aberturas para que forças de classes nacionais pudessem ascender e promover uma série de medidas de caráter democrático-nacional.
De forma geral a condução destes processos, por carecer de direção proletária, logo foi hegemonizado pela grande burguesia burocrática-compradora, aliada ao latifúndio semifeudal e serviçal do imperialismo, traindo as aspirações democráticas revolucionárias das massas e impulsionando a via burocrática reacionária do capitalismo burocrático. Após a libertação do domínio colonial das potências europeias transitavam ao domínio semicolonial da URSS socialimperialista – que lhes conferia o falso selo de “socialista”, “popular” ou “anti-imperialista” – apoiada internamente na grande burguesia burocrático-compradora em aliança com o latifúndio.
O regime de Hafez al Assad só se estabelece de fato após a morte de Nasser, com o qual já havia rompido anos antes e de se livrar das forças mais à esquerda no interior do partido Baath sírio. Tal modificação significou a derrota das posições da burguesia nacional e o predomínio da sua ala direita dirigida pela grande burguesia burocrática, já submetida aos interesses do socialimperialismo soviético.
Para conquistar prestígio entre o povo, em 1968, pouco antes do seu golpe de Estado, Hafez al Assad tentou alegar que o Partido Baath era marxista e dizia apoiar o povo palestino. Entretanto Hafez era general e Ministro da Defesa quando Israel ocupou as colinas de Golan na Síria, em 1967, e suspendeu toda a ajuda aos palestinos. Quando do massacre dos palestinos na Jordânia, no ‘Setembro Negro’ de 1970, o exército sírio assistiu passivamente ao genocídio contra o povo palestino. Apenas um mês depois, Hafez Assad liderou um golpe de Estado e prendeu todos os dirigentes da chamada ala esquerda do Partido Baath.
As forças armadas reacionárias sírias, após o golpe de Estado de 1970, passaram a desempenhar um papel central na chamada “construção nacional” do no novo regime. As forças armadas foram o componente fundamental para o impulsionamento do capitalismo burocrático. Ao contrário de estabelecerem regimes soberanos e democráticos, o que se estabeleceu aí foi um regime burocrático-feudal de tipo fascista.
Este processo está na raiz dos antigos regimes da Líbia com Kadafi, do Iraque com Sadan Hussein e da Síria com a família Assad, entre outros. Estes processos não destruíram o latifúndio, não confiscaram o capital da grande burguesia libertando estes países do domínio imperialista, mas, apenas colocaram no centro do poder do aparelho de Estado a grande burguesia local, sob hegemonia de uma de suas frações, principalmente a fração burocrática (fração mais vinculada à indústria e ao aparato estatal) e sempre em aliança com o latifúndio, substituindo o antigo domínio colonial europeu pelo novo domínio semicolonial, principalmente da URSS social imperialista.
Com o fim da URSS socialimperialista no início dos anos de 1990, intensificou-se a disputa interimperialista no interior da Síria através da pugna entre as frações da grande burguesia. O regime de Hafez Assad inicialmente se aproxima da França e logo do USA, barganhando seus interesses por acordos com os novos amos imperialistas ianques, que com o fim da URSS haviam passado à condição de superpotência única e hegemônica. Já quando da invasão do Iraque na “Guerra do Golfo” pelo USA de Bush pai em 1991, proclamando sua “Nova Ordem Mundial”, Hafez Assad apoiou a invasão ianque com tropas sírias.
Com a posse de Bashar al Assad em 2000, a fração compradora da grande burguesia ganhou força e passa à condição de hegemônica no gerenciamento do Estado. Há dois anos, Bashar liberalizou o sector bancário e permitiu que outros bancos estrangeiros investissem na Síria e que as empresas estrangeiras investissem por intermédio dos bancos.
A nova partilha da Síria: um novo capítulo da guerra imperialista
Com o ‘11 de setembro’ o imperialismo ianque iniciou uma nova ofensiva contrarrevolucionária de caráter geral, sob o signo da ‘Guerra ao terror’. Dentre seus objetivos, como parte da partilha e repartilha do mundo está o de construir um “novo mapa do Oriente Médio”. O imperialismo ianque há muito necessitava de uma nova ordem em toda a região sob a sua completa hegemonia, para assim aprofundar e ampliar a pilhagem contra os povos. Para isso era preciso remover toda a ordem das coisas nesta região. A invasão do Iraque em 1991 e a ação do revisionismo soviético com Gorbachov à cabeça, conduzindo ao fim a URSS socialimperialista, marcaram o início da ofensiva contrarrevolucionária de caráter geral e convergente do imperialismo e revisionismo. Desencadeou-se uma ofensiva ideológica anticomunista, decretou-se o ‘Fim do Comunismo’ e o ‘Fim da História’; levou o revisionismo armado na América Latina à capitulação dos ‘Acordos de Paz’ e deu pesados golpes sobre a revolução no Peru.
Porém toda essa maré reacionária e contrarrevolucionária não foi o bastante para liquidar a condição imperialista da Rússia que recuperou-se de forma relativamente rápida. Já na primeira década de 2000 a Rússia se recompôs econômica e politicamente, tendo como base sua condição de superpotência nuclear e suas reservas petrolíferas. Retomou o papel ativo na defesa de suas zonas de influências no Leste Europeu e Oriente Médio e passou à contestação aberta da hegemonia ianque no mundo. A China socialimperialista penetra sobre vastas áreas de influência ianque no Pacífico, dominando comercial e economicamente, rivalizando seriamente com o USA em diferentes partes do globo. Daí a necessidade para o USA de desencadear nova ofensiva e o ’11 de setembro’ foi, a propósito, o pretexto para nova invasão do Iraque, derrubar o regime de Sadan, invadir e ocupar o Afeganistão, e declarar a ‘Guerra sem fim’ para preparar o terreno para desestabilizar os regimes fora de seu domínio.
Segundo o ex-comandante geral da OTAN, o norte americano Wesley Clark, em novembro de 2001, um oficial do alto comando das FFAA do USA lhe informou que os planos de agressão ao Iraque estavam sendo discutidos “como parte de um plano de campanha de cinco anos, e havia um total de sete países, a começar pelo Iraque, a seguir a Síria, Líbano, Líbia, Irã, Somália e Sudão".
Assim, dois eixos da confrontação interimperialista vão se conformando, um reunindo Rússia, China, Irã, Síria, Coréia do Norte, Venezuela e outros, em parte organizados na Organização de Cooperação de Xangai, e por outro USA, Inglaterra e demais países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
No Oriente Médio, região onde estas disputas estão de dando diretamente no campo de batalha, o imperialismo russo, com a aprovação tácita da China, e aproveitando as complexas contradições na região, encabeçou um bloco, com Irã, Síria, Hezbollah (e, através deste o Líbano) e posteriormente Hamas, para contrarrestar a ofensiva ianque na região.
Neste jogo de interesses imperialistas a Turquia posicionou-se como um ‘cavalo de tróia’, empreendendo um afastamento planejado de Israel nos últimos anos para funcionar como um interlocutor dos interesses do imperialismo ianque na região. Papel este que se tornou explícito no conflito sírio. A França atua cada vez mais ativamente em conluio com o imperialismo ianque para não ficar de fora do butim.
Bashar al Assad tentou de todas as formas estabelecer canais secretos com Israel, USA e Turquia. Assad estava disposto a vender o Irã, Hamas e Hezbollah em troca de apoio e estabilidade. Isto fica claro na declaração de Bashar al Assad quando dos acontecimentos do ‘11 de setembro’ de que para ele este “foi uma boa oportunidade. A necessidade de cooperar era muito patente e era no nosso interesse. Também foi uma boa maneira de melhorar relações”. Basta dizer que o USA, do mesmo modo que fez com a Líbia de Kadafi, recorreu freqüente e largamente às masmorras sírias para torturar prisioneiros de sua ‘guerra ao terror’.
O assassinato do primeiro ministro do Líbano Hafik Hariri foi um divisor de águas para os planos de intervenção ianque na Síria/Líbano. Independentemente de quem foi o autor do assassinato ele favoreceu os planos do imperialismo. Após a morte de Hariri, Bush afirmou que Síria estava em descompasso com o progresso do “novo grande Oriente Médio”.
Assad tentou negociar a todo custo com o USA. Segundo informações dos círculos de inteligência imperialistas fora Assad que teria fornecido aos serviços de inteligência da França a localização de Kadafi (através do número de celular de satélite que usava para se comunicar diretamente com Assad), resultando na captura, tortura e assassinato de Kadafi. Isto Assad teria feito em troca de garantir por algum tempo a “estabilidade” na Síria. Assad está disposto a vender tudo e todos para permanecer no poder, entretanto sua permanência não interessa mais ao USA, que se vê confrontado não por Assad e seu regime, mas pela influencia russa naquele país e região.
Em uma alusão a uma nova guerra imperialista mundial, desta vez contra o USA, durante as celebrações da vitória sobre o nazifascismo em 2011, Vladimir Putin disse que a Rússia deveria estar pronta a aceitar um novo sacrifício. O presidente russo Dimitri Medvedev disse que os russos não estavam dispostos a uma “solução Líbia” na Síria.
A farsa do ‘Exército Livre da Síria’
A intervenção na Síria tal como na Líbia se inscreve no novo modelo de ‘guerras assimétricas’ dentro do conceito de ‘Guerra de Baixa Intensidade’. O USA, frente a uma onda de rebeliões populares, viu uma oportunidade de, através de um complexo manejo da guerra de baixa intensidade, lançar mais cortinas de fumaça e “legimitar”, com a máscara da defesa da democracia e dos diretos humanos, mais uma agressão contra os povos, estabelecer novos regimes títeres e justificar a ocupação e dominação de nações.
Na Síria isso já está se levando a cabo, através do farsante ‘Exército Livre Sírio’ comandado por oficiais da Arábia Saudita (na verdade agentes da CIA) e financiado com dinheiro do Qatar. O ‘ELS’ recebe armas de diferentes origens a partir da base da OTAN de Adana na Turquia. Todo trabalho dos serviços de informações da CIA e MI25 inglês é transmitido ao comando militar Turco que os repassam aos oficiais do ‘ELS’, sob a forma de ordens de combate.
Já a preparação para uma intervenção direta tem sido feita através de um amplo campo de treinamento que fora montado na Jordânia. A denominada Operação Eager Eagle 2012 (Águia Ansiosa 2012) envolve mais de 12000 tropas de 18 países, sob o comando de um general das Forças Especiais do USA (US Defense News, 15 de Maio de 2012). Estas forças cumprem duplo objetivo: encorajar as forças de oposição interna, e anunciar às outras potências a real possibilidade de uma intervenção direta.
O desenlace da situação na Síria será crucial para os planos de dominação do imperialismo ianque. O USA está planteando as coisas da seguinte maneira: ou a Rússia aceita reduzir sua influência no país ou ficarão sem nenhuma. Ainda que uma tendência para a rendição da Rússia frente à ofensiva ianque possa predominar, esses episódios se inserem no amplo contexto de acúmulo para a III Guerra mundial imperialista.
Derrotar a guerra imperialista com Guerra Popular
Em meio à profunda e prolongada crise do imperialismo e às novas guerras de rapina os ianques, principalmente, conduzem o mundo a uma militarização sem precedentes. E na tentativa desesperada de superá-la os imperialistas não conseguem mais do que aprofundar todas as contradições fundamentais da época, a contradição entre nações/povos oprimidos e as potências imperialistas, a contradição entre os diferentes países imperialistas e a contradição entre proletariado e burguesia, sendo principal a primeira.
O presidente Mao disse “A lei do imperialismo é provocar distúrbios e fracassar, voltar a provocar distúrbios e fracassar outra vez, tornar a provocar distúrbios até sua derrocada final. Por sua vez a lei do povo é lutar e fracassar, voltar a lutar e fracassar outra vez, voltar a lutar até triunfar totalmente.”
Ainda que as rebeliões populares na África e Oriente Médio careçam de uma direção proletária, estas lutas fazem parte da fogueira da luta de classes, criam um terreno favorável para que surja e se forje suas vanguardas revolucionárias. Faz-se necessário que os revolucionários de todo mundo, como dever irrenunciável, desmascarem os gerenciamentos do oportunismo/populismo (dentre tantos governos do tipo: Assad, Kadafi, OLP, Cristina Kishiner, Chávez, Morales, Correa, Dilma/Lula, etc.). A história das revoluções em todo o mundo, de seus triunfos e derrotas, comprovam cabalmente a afirmação do grande Lenin de que pretender combater o imperialismo e a reação sem combater inseparavelmente o oportunismo não passa de fraseologia oca. Elevar a luta anti-imperialista e fortalecer a aliança operário-camponesa combatendo o imperialismo e toda a reação, bem como seus gerenciamentos de turno, seja os de direita declarada, seja os de fachada de “esquerda”, “socialista” ou “popular” e todo oportunismo.
Toda a experiência das recentes revoltas dos povos árabes, bem como a dos regimes de Sadan, Kadafi e Assad têm comprovado a verdade de que sem combater o revisionismo e todo oportunismo, a luta contra o imperialismo e seus lacaios não passa de mero jogo, que não se pode forjar verdadeiro movimento de massas revolucionário, tornando-se estas revoltas presas fáceis à manipulação da reação. Toda a experiência das recentes revoltas dos povos árabes tem comprovado a verdade de que sem destruir toda maquinaria do velho Estado, principalmente as forças armadas e construir em seu lugar um novo Estado de Nova democracia através das massas armadas organizadas em exercito guerrilheiro popular e sustentado na ampla mobilização das massas em uma frente única revolucionária, que reúna as classes revolucionárias que conformam a imensa maioria da nação, é impossível assegurar qualquer transformação.
Ou seja, de que sem uma vanguarda revolucionária proletária que dirija todo este processo, todo e qualquer movimento de massas, por mais radical e tempestuoso que possa ser, estará fadado à capitulação de sua direção e ao fracasso. Este é o ponto nodal sem o qual não se pode avançar nenhum processo revolucionário.
Para isso é preciso constituir e/ou reconstituir partidos comunistas marxistas-leninistas-maoístas militarizados, desenvolver um exército guerrilheiro popular, sustentado em uma frente única de operários camponeses, pequena e média burguesia, que desencadeie a Guerra Popular prolongada para derrocar o poder dos latifundiários, da grande burguesia e do imperialismo, fundar em todo o país uma República Popular de Nova Democracia, transitar ao socialismo e através de sucessivas revoluções culturais proletárias transitar ao luminoso comunismo.
"Ou a revolução conjura a guerra imperialista ou a guerra imperialista atiça a revolução"!
Presidente Mao Tsetung
Abaixo o revisionismo e todo oportunismo! Viva o marxismo-leninismo-maoísmo!
O imperialismo e todos reacionários são um tigre de papel!
Abaixo a guerra imperialista! Viva a Guerra Popular!
Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo
Brasil, dezembro de 2012
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