"Desconfiai do mais trivial"
Por D. Aroeira / A Nova Democracia
Navegando pela internet ou assistindo à televisão nesses tempos de rebelião popular em que vivemos, vemos de tudo. Notícias aparentemente desconexas e, por vezes, contraditórias como o suposto crescimento econômico do país junto ao avassalador aumento da mortandade dos jovens por assassinatos[1].
Um dos aspectos mais absurdos e nocivos dos monopólios midiáticos é a banalização das notícias, ditas e repetidas sem qualquer relação de causa e efeito, como verdades prontas e acabadas. Não seria, no mínimo, estranho crer que em um país que se desenvolve, o seu recurso mais valioso, o ser humano, seja dilapidado de maneira tão vil?
Vivemos numa sociedade hipócrita com valores decadentes, onde as vidraças dos bancos e lojas de grifes valem mais do que a vida dos jovens nas periferias. Enquanto é grande o estardalhaço por conta de umas quantas vidraças quebradas, pouco ou quase nada se falou sobre o massacre promovido pela Polícia Militar do Estado do Rio (PMERJ) e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) na comunidade da Maré no Rio de Janeiro no mês passado.
O belíssimo poema de Bertolt Brecht nunca foi tão atual:
Na visita do Papa, o discurso da imprensa reacionária é ainda mais ardiloso. Grande atenção dada às vidraças quebradas no Leblon, nada sobre a violência policial, ênfase no símbolo da baderna que seriam os “mascarados” e, quase que subliminarmente, a notícia de que “sujeitos mascarados não serão aceitos, assim como faixas e cartazes”.
Mais uma vez, o velho Estado reacionário proíbe as manifestações e, como sempre, como se esta fosse uma ação voltada ao interesse coletivo. Como uma medida garantidora da “segurança pública” do povo, o mesmo povo que está manifestando às centenas de milhares contra o velho Estado e que é reprimido, espancado, aprisionado, torturado e assassinado pela sua polícia, exército e Força Nacional de “Segurança Pública[2]”.
Falar em “segurança pública” num estado fascista como o brasileiro é tão absurdo quanto falar em “estado democrático de direito”. As duas expressões não têm correspondência com a realidade, fazem parte do mesmo vocabulário ideológico da reação utilizado para justificar a violência de uma minoria de parasitas (grande burguesia, latifundiários e imperialistas) contra todas as classes e setores populares.
Os reacionários, todos seus papagaios e escribas de plantão se meteram numa grande cilada. Serão obrigados a continuar a repetir suas mentiras, inventando estórias cada vez mais complexas e absurdas no vão esforço de encobrirem uma realidade simples e objetiva que começa a ser vislumbrada por todo o povo: esse sistema capitalista burocrático está falido e necessita ser derrubado e revolucionado.
Navegando pela internet ou assistindo à televisão nesses tempos de rebelião popular em que vivemos, vemos de tudo. Notícias aparentemente desconexas e, por vezes, contraditórias como o suposto crescimento econômico do país junto ao avassalador aumento da mortandade dos jovens por assassinatos[1].
Um dos aspectos mais absurdos e nocivos dos monopólios midiáticos é a banalização das notícias, ditas e repetidas sem qualquer relação de causa e efeito, como verdades prontas e acabadas. Não seria, no mínimo, estranho crer que em um país que se desenvolve, o seu recurso mais valioso, o ser humano, seja dilapidado de maneira tão vil?
Vivemos numa sociedade hipócrita com valores decadentes, onde as vidraças dos bancos e lojas de grifes valem mais do que a vida dos jovens nas periferias. Enquanto é grande o estardalhaço por conta de umas quantas vidraças quebradas, pouco ou quase nada se falou sobre o massacre promovido pela Polícia Militar do Estado do Rio (PMERJ) e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) na comunidade da Maré no Rio de Janeiro no mês passado.
O belíssimo poema de Bertolt Brecht nunca foi tão atual:
“Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito
como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural.
Nada deve parecer impossível de mudar”.
“Os vândalos apareceram nas manifestações assim que os manifestantes se foram”. A violência no discurso é sutil, porém, eficiente, a velha tentativa de dividir o povo para dominar.Na visita do Papa, o discurso da imprensa reacionária é ainda mais ardiloso. Grande atenção dada às vidraças quebradas no Leblon, nada sobre a violência policial, ênfase no símbolo da baderna que seriam os “mascarados” e, quase que subliminarmente, a notícia de que “sujeitos mascarados não serão aceitos, assim como faixas e cartazes”.
Mais uma vez, o velho Estado reacionário proíbe as manifestações e, como sempre, como se esta fosse uma ação voltada ao interesse coletivo. Como uma medida garantidora da “segurança pública” do povo, o mesmo povo que está manifestando às centenas de milhares contra o velho Estado e que é reprimido, espancado, aprisionado, torturado e assassinado pela sua polícia, exército e Força Nacional de “Segurança Pública[2]”.
Falar em “segurança pública” num estado fascista como o brasileiro é tão absurdo quanto falar em “estado democrático de direito”. As duas expressões não têm correspondência com a realidade, fazem parte do mesmo vocabulário ideológico da reação utilizado para justificar a violência de uma minoria de parasitas (grande burguesia, latifundiários e imperialistas) contra todas as classes e setores populares.
Os reacionários, todos seus papagaios e escribas de plantão se meteram numa grande cilada. Serão obrigados a continuar a repetir suas mentiras, inventando estórias cada vez mais complexas e absurdas no vão esforço de encobrirem uma realidade simples e objetiva que começa a ser vislumbrada por todo o povo: esse sistema capitalista burocrático está falido e necessita ser derrubado e revolucionado.
[1] Dados do Mapa da Violência 2013: Homicídio e Juventude no Brasil,
publicado nesta quinta-feira (18) pelo Centro de Estudos
Latino-Americanos dão conta do crescimento de 326,1% de mortes por
assassinato entre os jovens brasileiros no período de 1980-2011.
[2] Segundo nota divulgada pela Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça – MG, no
dia 18 de julho de 2013, o velho estado reacionário seria o responsável
por “mais de duas dezenas de mortes e centenas de casos de ferimentos
graves e torturas, provocadas em todo o país pela repressão às jornadas
de junho de 2013”.
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