miércoles, 16 de julio de 2014

A atualidade e alguns falsos dilemas. Un artigo do camaradas do Ateneu Prolerário Galego.



Dilemas


Neste momento histórico encontramo-nos na Galiza como estám colocados, no mais adiantado dos movimentos populares, umha série de dilemas que, por nom serem superados, impedem o avanço deste cara posiçons revolucionárias. Como Penélope tecendo e destecendo, o proletariado galego dá um passo adiante para logo dar outro atrás, num círculo sem fim aparente. O pêndulo move-se de esquerda a direita, mas a linha política segue a demonstrar a sua incapacidade para revolucionar o povo galego.
Os dilemas que se prantejam, e que levam à definiçom de dous pólos, aparentemente opostos, som falsos dilemas.Tanto a asa de direita como a de esquerda oferecem, no último, as mesmas receitas fracassadas, só se diferenciando, afinal, mais em questons estéticas e formais do que na linha política. Para achar as respostas necessárias é imprescindível fazer as perguntas corretas. Para superar os falsos dilemas hai que colocar enriba da mesa a alternativa revolucionária. Só entom se poderá deslindar dos campo popular um movimento revolucionário digno de tal nome.
Para isto, o socialismo científico é a ferramenta e o partido comunista o instrumento. Co estudo incansável da teoria e a prática do proletariado do mundo poderemos resgatar a ideologia proletária, e só a partir daí, desenvolver a linha política que nos permita romper as cadeias que nos asobalham. Hoje vamos falar dalguns destes falsos dilemas e tentar colocar a questom no seu lugar.
Primeiro queremos falar da questom republicana. Já nos pronunciamos sobre isto hai pouco, assi que nom incidermos muito. A de monarquia ou república é um falso dilema porque estes som só aspetos formais, superficiais, que nom explicam em absoluto a natureza do governo dumha sociedade. Ponhamos dous exemplos: a Grécia clássica e a Europa atual. As diferentes polis gregas podiam ter diferentes formas de governo (democrática, aristocrática ou monárquica), mas isto nom era em absoluto o que definia estas sociedades. Estas cidades gregas eram sociedades escravistas. E que define a qualquer país europeu hoje em dia? Hai repúblicas e monarquias, mas é esta umha diferença fundamental? Em absoluto. Todas estas sociedades som capitalistas, e a mesma miséria material e moral apodrece monarquias e repúblicas por igual.
Coloquemos agora outra falsa dicotomia, ligando-a coa anterior, e sirvamo-nos dos mesmos exemplos dantes. Na Grécia antiga existia umha democracia mais ou menos ampla para os escravistas e a mais brutal ditadura para os escravos. Na Europa atual existe democracia para os burgueses e ditadura para o proletariado.
Vemos assi como Marx tinha razom, as classes sociais som o único sujeito histórico, e assi, nem existe nem pode existir a democracia e a ditadura em abstrato, senom a democracia para umhas classes e a ditadura para outras. E que a democracia e a ditadura som formas de dirimir as desputas entre diferentes classes sociais. Qual o caráter da democracia na Galiza? Na Galiza existe democracia para os diferentes setores da burguesia e os seus aliados (como no resto da Europa ocidental): a aristocracia obreira. É hoje este setor escindido do proletariado quem dirige as protestas defensivas, de caráter espontaneista e reformista, que recorrem a nossa geografia. Está a perder as prebendas e querem recuperar o seu estátus, e a isso dirigem as luitas que se desenvolvem. O proletariado deve independizar-se desta fraçom e levantar a sua própria bandeira, a sua própria luita polos seus interesses e necessidades.
Igual que o estado e com el as suas formas de governo e a sua justiça, polícia, etc, tamém as organizaçons e as ideologias tenhem um caráter de classe. Que marca o caráter de classe destas? Como a burguesia tem consolidado o poder político na sociedade galega (para ser mais exatos a aliança da oligarquia espanhola e a burguesia galega) mediante os diferentes meios estatais e paraestatais, tenhem tamém ganhada a hegemonia política e ideológica. Isto provoca que os seus valores, preconceitos, roles e modelos inoculem toda a sociedade, fazendo com que as pessoas as interiorizem e assumam à marge da classe à que pertençam. Neste contexto o que determina o caráter de classe dumha organizaçom é o seu programa e a sua prática política. No caso do proletariado um programa e prática independentes do da burguesia. E para isto, nom nos cansaremos de repeti-lo, devemos fazer um uso integral e superador da ideologia do proletariado em luita pola sua emancipaçom: o marxismo. Entendendo isto, a necessidade desta independência, é fácil superar a falsa dicotomia entre classismo e interclassismo. A independência ideológica, política e organizativa é a premissa básica para, a partir daí, e cos interesses da revoluçom sempre por diante, poder tecer as alianças que cada situaçom concreta requerir.
Outro dilema ao que devemos atender é o que nos apresentam entre o institucional e a mobilizaçom social (tanto com um caráter pacífico como violento). O dilema real, como desde hai mais dum século, é entre reforma e revoluçom. O 15M, as mobilizaçons republicanistas, na defesa dos serviços sociais do estado, som o fruito direto da situaçom social atual. Na sociedade galega dá-se um processo de empobrecimento do proletariado, de falência da pequena burguesia e de proletarizaçom da aristocracia obreira. A indignaçom transforma-se em mobilizaçom em defesa dos interesses parciais e imediatos e em descrédito das instituiçons do estado. Mas claro, estas mobilizaçons nom ponhem em questom nem ao estado nem aos seus mecanismos de diálogo e representaçom. A falta de movimento revolucionário, sempre haverá um Beiras ou um Pablo Iglesias que sirva de dique de contençom e dirija a indignaçom cara cauces que nom supujérom, suponhem, nem suporám nunca, um risco para o status quo. Estas mobilizaçons terám um começo, auge e fim, e nada substancial mudará.Tal como está colocado este falso dilema, o institucional e as mobilizaçons som duas caras dumha mesma moeda, reforçando-se mutuamente. A moeda de duas caras é o da reforma. É o mesmo conto velho de sempre, a mesma mentira de querer pôr-lhe rostro humano à besta capitalista, e que só interessa a quem quer manter a sua parte da torta à sombra da burguesia. Neste tipo de mobilizaçons a agitaçom e propaganda desde a esquerda deste esquema reformista, pedindo nacionalizaçons, greves de 48 horas, etc, podem parecer mui radicais, mais participam da mesma lógica e adoecem das mesmas limitaçons. Esta classe de brindes ao sol, esmolando-lhe ao estado ou aos que vivem à sombra del, só nos desvia do guieiro revolucionário. O capitalismo nom é reformável, hai que destrui-lo, e para isso devemos preparar-nos para a guerra sem quartel mediante a aplicaçom criativa da guerra popular. Aproveitar, provocar vazios de poder, construir contrapoder e, mediante a aprendizage do proletariado no uso do seu próprio poder, ganhar assi a base material para a construçom do Exército Vermelho que derrote à burguesia e ao seu estado. Ignorar os fracassos e limitaçons da linha reformista, a estas alturas, é um crime. Nem o espontaneismo das massas nem os que pretendem mudar o caráter destas luitas desde dentro delas mediante a aplicaçom dum verniz mais ou menos radical poderám solucionar os problemas que sofremos o proletariado e o resto do povo galego. E maior crime ainda o dos que querendo ser revolucionários crêem que poderám mudar o caráter das luitas das massas mediante a repetiom de consignas. O povo nem precisa nem espera por nengum comunista, por nengum revolucionário, para defender os seus interesses imediatos. Hai que deixar de ir ao seu rebufo e começar a ser vanguarda de verdade.
Outro falso dilema que nos colocam, filho bastardo da opressom nacional que sofre o povo galego, é o dilema entre independência e integraçom. A independência da Galiza nom entra em conflito com a necessidade de ter a melhor relaçom com o resto de povos da nossa contorna e do mundo inteiro, de tecer alianças com o proletariado do resto do mundo para construir o socialismo cara o comunismo. Como Argala, nom desejamos umha independência eterna, mais ser independentes para desde a nossa independência unirmo-nos ao resto dos povos para construirmos um mundo e humanidade novos. Para isto cumpre a uniom fraterna e mesmo poderia ser, num caso extraordinário, necessária a supeditaçom dos interesses da Galiza polos da Revoluçom Proletária Mundial. A orige do nosso independentismo é eminentemente prático. O proletariado galego deve erigir-se em classe nacional, e esta será a maior garantia para derrotar o maior coesionador do que dispom o estado espanhol: o espanholismo. Os comunistas de todas as naçons baixo a bota do estado, especialmente os castelhanos, devem renegar de palavra e obra do espanholismo, querer de maneira decidida derrubar este engendro ao que chamam Espanha. Doutro modo será impossível tecer alianças profundas. Alianças que seriam de grande utilidade. Por enquanto, nós como comunistas galegos nom podemos esperar sem mais a que isto ocorra. Quais som as nossas tarefas a este respeito? Primeiro e mais importante ser implacáveis inimigos de qualquer mostra de chovinismo ou particularismo. E secundariamente, tentar ajudar aos comunistas do resto do estado nesta batalha fundamental. Lenine, Kaypakkaya, como tantos outros exemplos, serám guia para a açom. No momento atual, qualquer aliança suporia umha subordinaçom e umha recriaçom do mesmo paradigma espanholista. Por isso devemos estar preparados para, coas únicas forças do nosso povo, dar os primeiros passos para poder construir o socialismo no nosso País. Esta é, para nós, a linha justa neste momento. A conceiçom de certos setores pseudomarxistas de primeiro conseguir a independência (como se existisse em abstrato, sem caráter de classe) e logo iniciar o trabalho polo socialismo é um aborto antimarxista, umha trampa que pretende ligar os interesses do proletariado galego aos dumha burguesia galega que nunca quererá erigir-se em classe nacional. Evidentemente, baixo estes postulados, a existência das classes sociais nom tem nengumha consequência política mais que o de dar umha nota de cor vermelha à sua posiçom. O método que dim que os define nom lhes tem mais utilidade. Para nós, é difícil ser mais idealista e menos socialista.
As atuais experiências escocesa e catalá provocam dúvidas às que muitos independentistas nom sabem responder. O estudo da experiência histórica permite-nos prognosticar que cenários possíveis nos podemos encontrar quando a burguesia dum povo dirige a sua independência. O primeiro seria que a burguesia retroceda antes de enfrentar-se coa oligarquia imperialista, aceitando umhas reformas que melhorem a sua correlaçom de forças interna e externa. O segundo seria o de umha independência formal e tutelada, mas em que todo fica atado e bem atado, e onde nada substancial melhoraria para a maioria da sociedade. O terceiro cenário daria-se numha situaçom em que a correlaçom de forças interna nom é clara, e acabaria co armamento da reaçom burguesa pola potência imperialista e umha guerra civil onde os revolucionários e progressistas seriam massacrados.
Consciência de classe – consciência nacional – consciência feminista – consciência ecológica… Outro falso dilema é o que nos apresentam quem fai umha separaçom entre consciências e entre as suas concreçons na prática social. O comunismo é umha comovisom totalizadora, -como total- é a realidade mesma. A separaçom em frentes de luita parciais nom é senom a translaçom da luita sindicalista a todos os aspetos da opressom social. Nem o sindicato emancipará à classe obreira, nem o feminismo acabará coa subordinaçom da mulher, nem o ecologismo será quem salve a natureza , nem o nacionalismo libertará os povos. Só um movimento revolucionário que atenda à realidade no seu conjunto, e nom como umha suma de fatores ou opressons, poderá ser quem de levar à humanidade à sua total emancipaçom.
Como ganhar as grandes massas, na Galiza e no resto do mundo, senom cumha teoria, estratégia, linha política, partido e movimento revolucionários? Como ganhá-las sem umha alternativa integral que revolucione todos os aspetos da vida social? Esta alternativa é a comunista. Mas para que poda triunfar é preciso essa consciência da que falávamos. É necessário o trabalho consciente e planificado que leve a consciência a cada vez maiores capas das massas, pois se algo demonstra a história é que espontaneamente nom surge, nem poderá surgir. A consciência é ser conscientes dum mesmo, consciente do mundo, e consciente da relaçom entre ambos. Por esta razom só existe umha consciência, e por isto falar de consciência nacional, de consciência de classe, etc, é colocar um falso dilema.
Por último, queremos acabar cum falso dilema presente num espetro mais pequeno dos movimentos populares, mais avançado, mais que tem umha importância fulral, e sobre a que cumpre começar a debater. Referimo-nos ao dilema entre insurreiçom e guerra popular. Nengumha insurreiçom pode acabar cum estado burguês, nom como nalgumhas revoluçons burguesas frente ao estado feudal. A utilidade desta ferramenta mostra-se como claramente insuficiente frente ao estado da burguesia. Mesmo na Revoluçom de Outubro, paradigma dos defensores da insurreiçom, esta nom foi mais do que um dos capítulos da guerra civil revolucionária. Aliás, a guerra popular nom pressupom umha minusvaloraçom das greves, levantamentos, ou insurreiçons, num determinado momento.
O futuro do proletariado depende do acertado da sua linha politica. Ninguém nos virá solucionar os nossos problemas, nem nos dará um GPS que nos indique aonde devamos ir em cada momento. Só o estudo das luitas, só a adopçom da ideologia da revoluçom, o socialismo científico, poderá ajudar-nos na titánica criaçom que supom mudar de raiz a podrémia em que o capitalismo torna as nossas vidas.
Efesto F.

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