Gritando
"Não Passarão!", algemados, com os punhos erguidos, Igor Mendes, Caio
Silva e Fábio Raposo adentraram, no último dia dezesseis de dezembro, na
sala onde se realizava audiência de criminalização dos vinte e três
ativistas das manifestações contra a Copa da Fifa no Rio de Janeiro. Os
ativistas foram saudados pelos demais “réus” com a mesma palavra de
ordem. Poucas horas antes, os pedidos Habeas Corpus em favor do preso
político Igor Mendes da Silva, ativista do Movimento Estudantil Popular
Revolucionário (MEPR) e da Frente Independente Popular – RJ e das
perseguidas políticas Elisa Quadros Pinto, Sininho, e Karlayne Moraes da
Silva Pinheiro haviam sido negados pelo Colegiado do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro.
Reafirmando
sua condição de presos e perseguidos políticos do velho Estado
gerenciado por Dilma Rousseff (PT), Sergio Cabral Filho/Luiz Fernando
Pezão (PMDB) e Eduardo Paes (PMDB) a juventude combatente presente nesta
farsa de audiência deu mais uma prova de combatividade e dignidade,
desmoralizando o juiz fascista Flávio Itabaiana e o podre judiciário do
Rio de Janeiro. Itabaiana, desesperado, tremendo de medo e ódio afirmou
aos berros: “Aqui não é rua, quem manda sou eu!”. E, em mais uma clara
demonstração do caráter político persecutório do processo judicial
contra manifestantes e ativistas, o juiz fascista “mandou” que os
advogados e familiares dos réus se retirassem, ficando somente os
veículos do monopólio da imprensa como a Rede Globo. Do lado de fora da
audiência, dezenas de pessoas realizavam uma combativa manifestação pela
libertação dos presos políticos e a extinção dos processos, erguendo as
bandeiras vermelhas de luta tão temidas pelos reacionários togados.
Todo
o processo judicial contra os ativistas participantes de manifestações
contra a Copa da Fifa no Rio de Janeiro têm um claro caráter de
perseguição política e é evidente a articulação entre o judiciário, os
gerenciamentos de Dilma Rousseff (PT), Sergio Cabral Filho/Luiz Fernando
Pezão /(PMDB), Eduardo Paes (PMDB) e o monopólio da imprensa, tendo a
cabeça a Rede Globo, no objetivo de criminalizar a juventude combatente
protagonista das manifestações populares contra a farra da Fifa, em
defesa do ensino, saúde e transporte públicos e contra a ocupação
militar das comunidades pobres da capital fluminense pelas Unidades de
Polícias Pacificadoras (UPP`s) e o Exército. Entre os principais
testemunhas de acusação estão as delegadas da Polícia Civil Renata Araújo e Marcela Ortiz e
um agende da Força Nacional de Segurança que atuava como agente
infiltrado nas manifestações populares sem autorização judicial.
Caio Silva e Fábio Raposo são
alvo do linchamento público por meio de uma campanha difamatória ungida
pelo monopólio da imprensa a partir do trágico acidente que resultou na
morte do cinegrafista Santiago Andrade, funcionário da Rede
Bandeirantes de Televisão, durante uma manifestação popular na cidade do
Rio de Janeiro, em fevereiro de 2014. Todo o processo judicial que
resultou na prisão de Caio Silva e Fábio Raposo está
baseado em provas criadas pela polícia e mentiras repetidas
exaustivamente como verdades pelo monopólio da imprensa. Rafael Braga
foi preso e condenado por portar materiais de limpeza absurdamente
qualificados como artefatos explosivos. Igor
Mendes da Silva, Elisa Quadros Pinto, Sininho, e Karlayne Moraes da
Silva Pinheiro tiveram mandatos de prisão emitidos por sua participação
em um evento cultural em celebração do Dia do Professor na Cinelândia, o
que foi considerado pelo juiz Itabaiana como a quebra de medidas
restritivas impostas pelo judiciário.
Como
repetidas vezes ocorreu na história política de nosso país, a prisão
dos ativistas foi a senha para que se tramasse mais uma pantomina com a
participação de policiais, juízes e da imprensa venal, numa verdadeira
campanha de “caça às bruxas” contra democratas e revolucionários: rostos
de ativistas são exibidos pela televisão em horário nobre, sendo-lhes
imputados atos jamais comprovados; inquéritos policiais, gravações de
escutas telefônicas e outras alegadas provas que supostamente corriam em
“segredo de justiça” e as quais os advogados dos presos políticos
tiveram o acesso negado, foram divulgados com “exclusividade” pelos
jornais da Globo; matérias pagas especulam, desde sobre os hábitos e os
relacionamentos afetivos à “inclinação ideológica” dos jovens ativistas,
chamados genericamente de “black block`s”.
A
criminalização de manifestantes e ativistas no Rio de Janeiro no apagar
das luzes do circo eleitoral é a sinalização do gerenciamento de turno
do velho Estado sobre como serão tratadas todas e quaisquer autênticas
lutas populares de agora em diante, frente ao inevitável agravamento da
crise econômica, política e social do capitalismo burocrático no país.
Dilma Rousseff (PT) se empenha em unir todos os grupos de poder e
frações do Partido Único das classes dominantes numa verdadeira cruzada
repressiva para garantir os escusos interesses da grande burguesia, do
latifúndio e do imperialismo, principalmente ianque, devidamente
representados no alto escalão de seu governo pela arqui-reacionária
ruralista Kátia Abreu no Ministério da Agricultura e o banqueiro Joaquim
Levy do Bradesco/FMI no Ministério da Fazenda.
No
campo, a frente oportunista eleitoreira de Dilma Rousseff
(PT/PMDB/pecedobê/PSB) aplica uma política repressiva ainda mais feroz
contra a luta pela terra, particularmente, contra o movimento camponês
combativo em luta pela Revolução Agrária. Não podendo deter a
persistente luta pela terra por meio da atuação de seus “movimentos
sociais” domesticados o gerenciamento oportunista coordena a mais
cruenta repressão através de sequestros, torturas, assassinatos e
prisões no objetivo de manter intocado o latifúndio e impunes os
latifundiários. Somente no estado de Rondônia são, pelo menos, vinte
camponeses presos políticos da luta pela terra. Ademais do massacre
perpetrado contra os povos indígenas, alvos de ataques constantes da
Força Nacional de Segurança, Policia Federal e do Exército Brasileiro.
Mas
estão muito enganados se pensam poder conter o avanço da luta popular
por meio da repressão policial e prisões políticas. O maior boicote
eleitoral da história do país expressa o aumento da consciência política
de nosso povo e a crescente fascistização do velho Estado só faz
reforçar o entendimento por parcelas cada vez mais amplas das massas da
cidade e do campo sobre a necessidade e a justeza do caminho da rebelião
contra toda esta podre e caduca ordem!
Liberdade imediata para Caio Silva, Rafael Braga e Fábio Raposo!
Liberdade imediata para Igor Mendes e todos os presos políticos da cidade e do campo!
REBELAR-SE É JUSTO!
No hay comentarios:
Publicar un comentario