viernes, 24 de abril de 2015

CRITICA A KIMETZ. Un documento do Ateneu Proletário Galego


Critica a Kimetz. Debate sobre a existência e o caráter nacional do proletariado. Debate sobre a revoluçom proletária nos países imperialistas.

Crítica Kimetz

Antes de nada remarcar que os motivos que nós impulsam a fazer esta crítica aos camaradas e às camaradas de Kimetz, som em primeiro lugar é fazer um trabalho de clarificaçom interna entre a vanguarda do proletariado galego na atual luita de duas linhas. Em segundo lugar tamém queremos participar em estes importantes debates que se dam no MCI (Movimento Comunista Internacional). Esta crítica de dous dos artigos de Kimetz apercidos no útimo Enbor Nº 10 dá-nos a oportunidade de tratar importantes temas em profundidade. Temas tales coma som o do processo revolucionário de destruçom do estado burguês e construçom do poder revolucionário, e tamém a relaçom entre a contradiçom de classe e a contradiçom nacional.
Gostaría-nos poder entrar a criticar artigos e trabalhos de organizaçons comunistas galegas, mas o nível político destas nom passa de repetir a vison terceiro-mundista da sociedade galega, junto com a repetiçom dos diferentes tópicos e variçons pós-modernas que dumha maneira ou outra, vem a Galiza como umha colónia. Outra constante é a reiteraçom dos clichês insurreicionalistas associados a eterna “acumulaçom de forças” que serve para justificar qualquer cousa. O único destacamento comunista galego com o que tivemos oportunidade de discutir a fundo destas questons é o Comité para Criaçom do Partido Comunista Maoista da Galiza.
Comezemos, É especialmente destacável que no artigo de Kimetz “Sobre a linha militar do proletariado…”, os e as camaradas deste colectivo, figerom um sério esforço por aprofundar nos mecanismos do proletariado para conquistar o poder político. Poucos destacamentos comunistas no Estado Espanhol tenhem plantejado seriamente este tema.
Temos que dizer que para nós a “questom nacional”, a “consciência nacional”, som cousas estranhas que nom tratamos nos nossos trabalhos. Em nosso entender “a questom nacional” é a questom social. “A consciência nacional” é a consciência ou a falsa consciência. Pois onde nom há consciência reina a falsa consciência.
No artigo “Polémica sobre a queston nacional” Kimetz avirte-nos contra os males do independentismo basco, que é um “…erro garrafal…”, provoca “…isolacionismo nacional…” (P. 27), a “…incomunicaçom nacional negativa…”, “…fechar-se em ela mesma…”, “…total desconesom…”, “…desconesom total do proletariado e da revoluçom socialista a sua total interruçom”.
Como vemos o independentismo é algo muito malo para Euskal Herria, que tem provocado umha “total desconesom” e mesmo a “total interruçom”. Mas nom entra a sinalar que efeitos tem essa “total desconesom”, fora dumha nom explicada “interruçom”, sem concretizar nada.
Tamém afirma (na página 27) “…acaba por retalhar por completo ao sujeito revolucionário nas diferentes nacionalidades”.
O conceito de “sujeito revolucionário” nom foi definido por Marx e Engels. A diferencia do “sujeito histórico” (as classes sociais) que si foi definido. Isto fijo que ao longo do tempo diferentes organizaçons falassem de “sujeito revolucionário” para referir-se a diferentes cousas: ao povo trabalhador, ao proletariado, ao proletariado revolucionário, à vanguarda proletária, à vanguarda proletária e os seus vínculos com as massas através do movimento revolucionário (o partido proletário de novo tipo), etc.
Em quanto a o de “retalhar ao sujeito revolucionário” o que Kimetz fai é dar por feito (aprioristicamente) mas sem afirma-lo explicitamente, a existência dum “sujeito revolucionário espanhol”, ainda que sem demonstra-lo.
Outro interessante tema é que se bem parece que o independentismo do proletariado basco “isolou”, “interrompeu”, as capacidades revolucionárias desta classe, resulta que o proletariado espanhol (ou castelám), que nom sofre este “isolamento” do proletariado basco, sempre foi mui por detrás em consciência e em combatividade com respeito do basco. Prova de isto é que um maior número de obreiras e obreiros bascos vem ao Estado Espanhol como o seu inimigo (ainda sendo umha minoria), tamém as múltiplas greves gerais pola independência , ou o que é o mesmo umha oçom política contra o Estado e nom por melhoras imediatas, nem maiores soldos, etc, da mesma forma é evidente o maior número de presas e presos políticos bascos. Polo que constatamos que em comparaçom com o resto de naçons do Estado Espanhol os bascos e bascas tenhem sido o proletariado mais adiantado politicamente.
Na página 28 afirmam: “O caráter do proletariado é sempre internacionalista e de classe…”
Efetivamente o caráter, a mentalidade política da classe obreira é sempre de classe, só que a maior parte da história até os nossos dias é a falsa consciência da classe burguesa o que domina às grandes massas obreiras. Polo tanto
o que predomina nom é precisamente o internacionalismo, senom o nacionalismo espanhol e excecionalmente outro nacionalismo.
As massas obreiras nom som internacionalistas, nem tam sequer tenhem consciência de elas mesmas e do mundo espontaneamente. Precisamente por esta raçom é necessário o Partido Proletário de Novo Tipo. Assim atrevemo-nos a afirmar que detrás de esta asseveraçom acha-se umha incorreta valoraçom do fator espontâneo. Ideia que volveremos a ver em outras teses deste número de Enbor.
“Os interesses e metas de todos e todas as trabalhadoras unem-se na destruçom do caráter internacional do capital.”.
Confessamos que somos incapazes de acabar de entender esta frase. Pois o capital pode ser internacional (ou transnacional), mas o capitalista concreto, o burguês igual que o obreiro, sempre tenhem um caráter nacional.
Neste número de Enbor Kimetz nega a tese da luita de classes nacional (que seguindo a Petur, Argala, etc), chama “marco nacional de luita de classes”, identificando este “marco”, esta definiçom geográfica do espaço objetivo da dinâmica social como o espaço do Estado Espanhol, (sem empregar estos términos).
Prossigamos, nas páginas 30 e na 37 falasse da “independência política” para referir-se a “independência nacional”, o que pode provocar confussom com o conceito de “independência política de classe”, que é um princípio metódico fundamental do Socialismo Científico.
Nesta mesma página disse que o independentismo basco divide à classe obreira basca entre: “independentistas incondicionais” e “nom independentistas incondicionais”. O primeiro que vemos é que o de “incondicional” resulta forçado. Nós somos independentistas das que ponhem os interesses da luita de classes mundial por enriva da luita de classes nacional e, portanto só supeditamos a independência de Galiza aos interesses da luita de classes mundial e do proletariado galego.
A dizer verdade é muito suspeitoso o critério que cinde a classe obreira basca entre “independentistas incondicionais” e “nom independentista incondicionais”. Tratasse de um critério totalmente arbitrário. Porque nom dividem à classe obreira basca entre “independentistas” e “espanholistas”, ou “independentistas” e “unionistas”, ou “conscientes” e “alienados”, etc?
Como vemos os critérios para dividir politicamente à classe obreira basca podem ser variados. Mas detrás de essa ideia de “independentistas incondicionais” e nom independentistas está o desejo de aproveitar os movimentos das luitas sociais imediatas. O desejo -neste caso nom confessado- de “acumular forças” das luitas espontâneas. O arroubo subconsciente do espontaneísmo, da “unidade obreira”, da unidade popular e os lugares comuns de sempre.
Ao mesmo tempo Kimetz critica o frente populismo, o frente nacional, etc. Trata-se dumha constante contradiçom lógica -nom dialética-, num exercício de conciliacionismo eclético que acada formas patológicas e totalmente delirantes.
Na página 30 há umha segunda frase que nós resulta incompreensível “…o estado imaterial e natural do proletariado…” que nom implica a “independência incondicional”. Tratasse dum conceito novo “o estado material e natural” que nom está explicado no artigo.
Página 30 “…em EH enlaçam-se nacionalidades…”. Enlaçam-se pessoas concretas, nom “nacionalidades”. A continuaçom afirmam que isto é “…um dos poderosos motores da transformaçom do capitalismo em comunismo…”. Estam dizendo que a imigraçom e a emigraçom som “um poderoso motor de transformaçom do capitalismo em comunismo”? Dese cando? Absolutamente delirante e pós-moderno. Tratasse dumha afirmaçom falsa. Os fenómenos migratórios por eles mesmos (espontaneamente) nom ponhem em perigo ao capitalismo como evidenciam os feitos históricos.
Quando se trata de Catalunha Kimetz defende que um partido comunista (espanhol naturalmente), ou a sua sucursal em Catalunha (página 36) deveria iniciar umha guerra de libertaçom nacional (ainda que nom utiliza esta expressom). Mas esta guerra pola independência deve trazer como resultado à “República Socialista Catalana”. Umha afirmaçom que leva implícita (ainda que nom se afirma) que ouvo umha transformaçom da guerra de libertaçom nacional em guerra civil revolucionária.
Sempre que nós falamos de guerra de libertaçom nacional, fazemo-lo entendendo que é umha maneira de definir umha guerra popular que tem um importante contido de libertaçom nacional, polo tanto tem certas particularidades, mas isto nom significa que tenha umha diferença qualitativa sobre outra guerra popular que nom tem contido de libertaçom nacional.
A legitimaçom que fai Kimetz desta guerra de libertaçom nacional é que se fai “cumprindo, desta maneira com a defensa do direito de autodeterminaçom nacional, exercido previamente e incumplido pola burguesia…”. Aqui Kimetz está a afirmar que para que seja justa umha guerra de libertaçom nacional -polo menos no caso catalám-, tem que ser o resultado do incumprimento pola burguesia dum referendo de autodeterminaçom dirigido pola burguesia meia e dentro do Estado Espanhol.
Vemos como para Kimetz tem um caráter estratégico “exercer o direito” democrático burguês “de autodeterminaçom” dentro do Estado Espanhol (porque depois de ser independentes também podemos autodeterminar-nos).
Os comunistas e as comunistas temos que ter claro que exercer o direito de autodeterminaçom dentro do Estado Espanhol só pode ser possível contando como mínimo com o apoio da pequena e mediana burguesia. Ter como meta este referendo levará as lógicas alianças com a mesma mediana burguesia e a mesma frente popular, ou frente nacional, que muitas comunistas atacam com raçom e que Kimetz crítica neste mesmo artigo.
Na página 40 aparece o conceito de “nacionalismo espanhol”. Que nós saibamos é a primeira referencia ao nacionalismo espanhol num texto de Kimetz. De feito no artigo sobre o 9N de Catalunha nem o mencionam. Anteriormente falavam de “nacionalismo burguês”, “nacionalismo pequeno burguês”. Alegramo-nos muito que neste ano 2015 Kimetz tome consciência do importante mecanismo político das classes exploradoras e do seu estado, como é o nacionalismo espanhol.
Página 65 “a linha militar doproletariado….”
Neste artigo vemos como Kimetz tem superada a vissom insurrecionalista que vem herdada desde a II Internacional e que é a que domina o panorama “comunista” em toda Europa. Entenden que um estado burguês consolidado jamais pode ser destruído mediante umha insurreiçom. Mas a continuaçom empeçam fazendo umha divissom entre o que som os países semifeudais, coloniais e semicoloniais (ou subdesenvolvidos) e, os países industrializados do centro imperialista. Para os primeiros defende a guerra popular e para os segundos a “guerra de massas”, ou a “guerra civil revolucionária”.
En primeiro lugar temos que dizer que a guerra popular prolongada quando chega a fase de ofensiva estratégica estende-se por todo o pais ate transformar-se numha guerra civil revolucionária.
Em segundo lugar a diferencia entre como se define a guerra popular e como Kimetz define a “guerra de massas”, ou a “guerra civil revolucionária”: como “…as massas armadas em assembleias populares…” (página 70), pode ser equivalente à nossa definiçom de guerra popular: “as massas armadas e organizadas conscientemente.”
A nossa conclussom é que o que Kimetz fai é chamar-lhe à guerra popular nas naçons do centro imperialista “guerra de massas”. Na realidade seria umha guerra urbana de massas. Umha guerra na que a diferencia dos países semicoloniais nom é o proletariado a classe dirigente e os camponeses a classe principal, graças à que se desenvolve esta guerra. Senom que o proletariado e a classe dirigente e tammém a classe principal desta guerra revolucionária. En nosso entender o que planteja Kimetz é que esta guerra urbana de massas, nom seria mais que um nome para designar a guerra popular na realidade histórica concreta das sociedades dos centros imperialistas. Como umha variante da guerra popular, nem mais nem menos.
Em todas as ciências sociais temos que distinguir entre o significante e o significado. Entre a palavra e o conceito. Por isto “a guerra revolucionária de massas” e a guerra popular até aqui som a mesma cousa. Mas a partir de aqui Kimetz apresenta-nos cousas novas: “…defensiva estratégica da guerra revolucionária nom será a ditadura revolucionária do proletariado a que adote o novo poder, senom formas democrático populares similares à nova democracia…” que só se superam umha vez chegado ao “equilíbrio estratégico”, “umha vez ressoltas as contradiçons no interior do frente interclassista.”
Topamo-nos aqui com dous grandes problemas. O primeiro: de onde saiu esse “frente interclassista”. Outra vez o recurso do frentismo (popular, nacional, etc), que antes criticavam.
Ao mesmo tempo que Kimetz censura ao frente populismo, o frente nacional, vai e saca um frente interclassista do sombreiro. Trata-se dumha constante contradiçom lógica -nom dialética- da sua teoria, num exercício de conciliacionismo eclético que acada formas patológicas e totalmente delirante.
O grande problema da tese de Kimetz é que umha sociedade moderna, um estado moderno, só pode ser ou burguês ou proletário. Ou umha ditadura burguesa ou umha ditaduras proletária. Isto é sabido desde que Marx descobriu “a ditadura do proletariado” a partir do seu balanço crítico da experiência histórica da Comuna de Paris.
Neste texto tampouco aclara quais som essas contradiçons do “interior do frente interclassista”, nem como som “superadas”.
Nós nom negamos a importância da colavoraçom entre o proletariado revolucionário das diferentes naçons do Estado Espanhol, de Europa e do mundo. Trata-se de ter claros quais som as prioridades de trabalho político atuais. Trata-se de entender que a única maneira de construir uns Estados Proletários de Europa -primeiro- e do mundo depois, só poderá ser levada a cavo umha vez superada a opressom nacional.
A própria identidade nacional, o próprio caráter nacional de qualquer proletário real exige a organizaçom nacional.
As camaradas índias do PCI (maoista) nom intentam criar umha sucursal entre o povo de Manipur (composto por pouco mais de milhom e meio de pessoas). Senom que intentam ajudar ao PCM (maoista). Esse mesmo espírito realmente internacionalista deve ser o que nos guie. Naturalmente esta prática está ligada à crítica do PCI (maoista) fai do nacionalismo índio.
Kimetz deveria fazer autocrítica do confusionismo eclético que domina a sua teoria. Que os leva a umha constante contradiçom lógica que domina o seu discurso. Deveria abandonar a tese de que em Euskalherria entre a ditadura da burguesia e a ditadura do proletariado há umha fase histórica intermédia com umha frente e um novo poder interclassistas.
Deveria apoiar-se no que há de avançado na sua linha política e nom nos delírios ecléticos. Deveria interiorizar o método do Socialismo Científico, porque é precisamente o método o principal legado de Karl Marx. A crítica ao nacionalismo espanhol, a superaçom da falsa vison insurrecionalista, a crítica à política sindicalista da vanguarda proletária, a crítica ao frente-populismo, assumir a tese da luita de classes nacional (com a influência de fatores externos), a luita de classes mundial, entender a aliança de classes que é o Estado Espanhol em Euskalherria, ter claras as suas prioridades de trabalho atual e sobre todo realizar um importante trabalho de autocrítica coletiva.

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