miércoles, 25 de noviembre de 2015

BRASIL: Camponeses do Acampamento Paulo Justino sofrem tentativa de homicídio

 
Camponeses do Acampamento Paulo Justino sofrem tentativa de homicídio

Jaru, 24 de novembro de 2015

No dia 23 de novembro, por volta das 19 horas, dois camponeses sofreram tentativa de homicídio quando passavam na estrada C 60, dentro da Área Terra Prometida, indo para o Acamamento Paulo Justino. Dois homens armados mandaram-nos parar, eles não obedeceram e saíram em alta velocidade, quando ouviram dois disparos em direção a eles. Felizmente, nenhum tiro os acertou.

Os camponeses acreditam que os pistoleiros estavam a mando de Antônio Carlos Faitaroni, que requeriu o interdito proibitório contra os acampados, expedido pelo juiz Edilson Neuhaus, da 4ª Vara Cível de Ariquemes, no dia 18 de novembro. Os camponeses não sabem se ele comprou recentemente as terras de Caio Brito, quem se dizia o dono das terras até então, ou se é um laranja. É muito comum esta situação nebulosa quanto à definição dos proprietários dos latifúndios, especialmente na região amazônica.

A fazenda Santo Antônio, situada na Gleba 06 de Julho, PA Santa Cruz, no município de Alto Paraíso, de cerca de 2000 alqueires foi tomada por cerca de 25 camponeses. O acampamento recebeu o nome de Paulo Justino em homenagem ao presidente de uma associação camponesa de Rio Pardo, assassinado a mando de latifundiários da região.

Conforme denunciamos anteriormente, no dia 4 de novembro, os camponeses do Acampamento Paulo Justino, homens e mulheres, foram atacados por 8 pistoleiros fortemente armados e encapuzados. Os criminosos invadiram o acampamento, destruíram 2 carros e 3 motos dos camponeses, bateram com um pau grosso, facão e arma de fogo, inclusive nas mulheres, e depois mandaram-nos beijar as armas. Um camponês quebrou duas costelas, vários ficaram com escoriações pelo corpo (foto).

Os pistoleiros atacaram camponeses vizinhos do acampamento, invadindo casas, abordando na estrada, roubando e ameaçando de morte quem não contasse onde as famílias acamparam depois de serem despejadas por eles. Roubaram R$ 200 de um camponês que vende picolé nas casas, quando ele passou em frente a fazenda. Outro camponês abandonou o sítio depois que sua casa foi invadida duas vezes, com medo das ameaças. E um terceiro, quando foi denunciar estes crimes, ouviu do delegado que a polícia estava na área.

O acampamento localiza-se perto do Assentamento Terra Prometida, onde os líderes Tonha e Serafim foram assassinados em 2003.

Os camponeses de Rondônia que lutam pelo direito à terra, especialmente do Vale do Jamari, precisam urgentemente de todo apoio de trabalhadores e movimentos populares democráticos.

Lutar pela terra não é crime!
O camponês quer terra, não repressão!
Conquistar a terra, destruir o latifúndio!

LCP - Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

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