Camponeses
do Acampamento Paulo Justino sofrem tentativa de homicídio
Jaru,
24 de novembro de 2015
No
dia 23 de novembro, por volta das 19 horas, dois camponeses sofreram
tentativa de homicídio quando passavam na estrada C 60, dentro da
Área Terra Prometida, indo para o Acamamento Paulo Justino.
Dois homens armados mandaram-nos parar, eles não obedeceram e saíram
em alta velocidade, quando ouviram dois disparos em direção a eles.
Felizmente, nenhum tiro os acertou.
Os
camponeses acreditam que os pistoleiros estavam a mando de Antônio
Carlos Faitaroni, que requeriu o interdito proibitório contra os
acampados, expedido pelo juiz Edilson Neuhaus, da 4ª Vara Cível de
Ariquemes, no dia 18 de novembro. Os camponeses não sabem se ele
comprou recentemente as terras de Caio
Brito, quem se dizia o
dono das terras até
então, ou se
é um laranja.
É muito comum esta
situação nebulosa quanto à definição dos proprietários dos
latifúndios,
especialmente na região amazônica.
A
fazenda Santo Antônio, situada na Gleba 06 de Julho, PA Santa Cruz,
no município de Alto Paraíso, de cerca
de 2000 alqueires foi
tomada por cerca de 25 camponeses. O acampamento recebeu o nome de
Paulo Justino em homenagem ao presidente de uma associação
camponesa de Rio Pardo, assassinado a mando de latifundiários da
região.
Conforme
denunciamos anteriormente, no
dia 4
de novembro, os
camponeses do
Acampamento Paulo Justino,
homens e mulheres, foram
atacados por 8
pistoleiros fortemente armados
e
encapuzados. Os
criminosos invadiram o
acampamento, destruíram
2 carros e 3 motos dos
camponeses, bateram
com um pau grosso, facão
e arma de fogo,
inclusive nas mulheres, e depois mandaram-nos
beijar as
armas.
Um camponês quebrou duas costelas, vários ficaram com escoriações
pelo corpo (foto).
Os
pistoleiros atacaram camponeses vizinhos do acampamento, invadindo
casas, abordando na estrada, roubando e ameaçando de morte quem não
contasse onde as famílias acamparam depois de serem despejadas por
eles. Roubaram R$ 200 de um camponês que vende picolé nas casas,
quando ele passou em frente a fazenda. Outro camponês abandonou o
sítio depois que sua casa foi invadida duas vezes, com medo das
ameaças. E um terceiro, quando foi denunciar estes crimes, ouviu do
delegado que a polícia estava na área.
O
acampamento localiza-se perto do Assentamento Terra Prometida, onde
os líderes Tonha e Serafim foram assassinados em 2003.
Os
camponeses de Rondônia que lutam pelo direito à terra,
especialmente do Vale do Jamari, precisam urgentemente de todo apoio
de trabalhadores e movimentos populares democráticos.
Lutar
pela terra não é crime!
O
camponês quer terra, não repressão!
Conquistar
a terra, destruir o latifúndio!
LCP - Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
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