Denúncia
urgente!
Camponês
do Acampamento Paulo Justino é assassinado!
Jaru,
12 de dezembro de 2015
Camponeses
do Acampamento Paulo Justino, em Alto Paraíso, comunicaram a sede da
LCP que o acampado Francimar de Souza foi assassinado no dia 11 de
dezembro de 2015, possivelmente por pistoleiros dos latifundiários
Caio Brito e Antônio Faitaroni. Francimar tinha apenas 21 anos e foi
morto por tiros de arma de fogo e facadas.
Recentemente,
pistoleiros de Caio Brito / Antônio Faitaroni atacaram o funcionário
de um fazendeiro vizinho que trabalhava na divisa com a fazenda Santo
Antônio. Provavelmente, os pistoleiros pensaram que ele era um
camponês e o agrediram brutalmente. Ele foi encontrado por um
companheiro de trabalho que saiu em sua procura. A vítima não
conseguia nem ficar de pé e teve que ser socorrida num carro.
Segundo informações dos acampados, o funcionário está internado
num hospital público na capital Porto Velho.
Histórico
de violência do latifúndio e pistoleiros, com a conivência da
polícia
No
dia 1º de novembro, 25
famílias ocuparam a fazenda Santo Antônio (antiga fazenda Pedra
Bonita), situada na Gleba 06 de Julho, PA Santa Cruz, no município
de Alto Paraíso, de cerca de 2000
alqueires. O mandado de “Interdito Proibitório” expedido
contra os trabalhadores tem como autor Antônio Carlos Faitaroni, mas
os acampados suspeitam que ele seja apenas um laranja de Caio Brito,
que se dizia o dono da área. É muito comum esta situação nebulosa
quanto à definição dos proprietários dos latifúndios,
especialmente na região amazônica. Antônio
Faitaroni tem dito que não vai perder a fazenda porque tem 36 homens
lá, e que busca mais caso aconteça algo com eles. Ele manda recados
aos líderes, que na verdade, são ameaças:“são
novos, é melhor desistirem.”
No
dia 4 de novembro, os acampados foram covardemente agredidos e
despejados por um bando de 8 pistoleiros fortemente armados. Nos dias
seguintes, os pistoleiros atacaram camponeses vizinhos do
acampamento, invadindo casas, abordando na estrada, roubando e
ameaçando de morte quem não contasse onde as famílias acamparam
depois de serem despejadas por eles. Roubaram R$ 200 de um camponês
que vende picolé nas casas, quando ele passou em frente a fazenda.
Outro camponês abandonou o sítio depois que sua casa foi invadida
duas vezes, com medo das ameaças. Um delegado de Ariquemes afirmou
para um morador que a polícia estava atuando na área. Mas até
agora, nenhum pistoleiro foi preso.
Desde
então, as famílias estão acampadas no lote de um camponês do
Assentamento Terra Prometida, mas não desistiram da luta pelo
sagrado direito à terra. Esta área já foi liderada pelo casal
Tonha e Serafim, assassinados por pistoleiros a mando de
latifundiários em 2003, quando voltavam de uma reunião no Incra em
Ariquemes.
No
dia 23 de novembro, por volta das 19 horas, dois camponeses sofreram
tentativa de homicídio quando passavam na estrada C 60, dentro da
Área Terra Prometida, indo para o
Acamamento Paulo Justino. Dois homens armados mandaram-nos parar,
eles não obedeceram e saíram em alta velocidade, quando
ouviram dois disparos em direção a eles. Felizmente, nenhum tiro os
acertou.
O
camponês quer terra, não repressão!
Terra
para quem nela vive e trabalha!
Conquistar
a terra, destruir o latifúndio!
LCP
- Liga dos Camponeses Pobres
de
Rondônia e Amazônia Ocidental
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(Vivo)
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