Conheça, divulgue, apoie a luta camponesa.
Latifundiários
promovem terror contra camponeses, mas Polícia Civil faz operação
contra invasões de terra
Jaru, 09
de dezembro de 2015
Na manhã
de 8 de dezembro de 2015, houve uma grande operação da Polícia
Civil em Buritis e região com o objetivo de combater invasões de
terras. Chamada de “Paz na Terra” a operação contou com 58
policiais, delegados e escrivães da Polícia Civil, equipes da Força
Nacional de Segurança e do grupamento aéreo da Sesdec –
Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania com um
helicóptero. 9 pessoas foram presas em flagrante e 29 indiciadas, a
maioria por ameaça, esbulho pessessório e crimes ambientais. Foram
apreendidas 11 espingardas, dois revólveres e várias munições.
A
operação ocorre nas vésperas de uma Audiência Pública organizada
pela LCP e Comissão de Direitos Humanos da OAB, com o apoio da
Universidade Federal de Rondônia, pedindo o fim da violência do
latifúndio contra os camponeses em Rondônia.
Uma
matéria da Sesdec levou o título de “Operação Paz no Campo
(sic) desarticula quadrilha de grilagem de terra na região do Vale
do Jamari”. E em entrevista
para a Rede TV sobre a
operação, o diretor Geral
da Polícia Civil, Eliseu
Muller afirmou que os presos são “pessoas bem sucedidas
e usam suas influências para lucrar e cometer crimes”.
Mas a julgar pelas armas apreendidas, não foi preso nenhum
latifundiário, pistoleiro, policial ou comandante da PM, envolvidos
em vários crimes denunciados, fartamente comprovados.
O
secretário de segurança, Antônio Carlos dos Reis, afirmou que
“pessoas
mal-intencionadas estão se infiltrando em grupos que lutam pela
terra de forma ordeira para se beneficiar.” O discurso
que aparenta defender os camponeses, na verdade esconde os maiores
criminosos do Vale do Jamari, os latifundiários e seus crimes
comprovados, inclusive com participação de policiais sob o comando
do governador Confúcio Moura/PMDB: despejos violentos, ameaças,
agressões, torturas, tentativas de homicídio, desaparecimentos,
assassinatos.
Segundo
Eliseu Muller, esta operação é fruto de quatro meses de
investigação da polícia. Parece que o tempo não foi suficiente
para a Polícia Civil descobrir as armas pesadas e novas dos bandos
de pistoleiros, com a participação de policiais, de Caubi Moreira
Quito, nem a grilagem de 4 mil lotes destinados a reforma agrária
feita por latifundiários. Este fato ocorreu nas Glebas São
Sebastião e Rio
Alto, esta última, foco da operação “Paz na Terra”. Juntas,
elas somam cerca de duzentos mil hectares cortados pelo Incra há
mais de 20 anos, grilados por latifundiários, como Nadir Jordão dos
Reis, que se diz o dono da fazenda Padre Cícero, tomada por
camponeses da Área Monte
Verde.
Mas ele não é considerado pela Polícia Civil de Confúcio
Moura/PMDB como membro da quadrilha grileira.
Antônio
Carlos dos Reis apresentou as ações da secretaria para a questão
agrária: operações, aumento do efetivo policial na região,
reuniões com o Incra e Ministério do Desenvolvimento Agrário e um
relatório para estes órgãos, a fim de que se efetive
a reforma agrária na região. Mas isto deveria ser tarefa da
secretaria de agricultura ou assistência social, pois a luta pela
terra não é caso de polícia. É mais uma prova de que Confúcio
Moura/PMDB trata a luta camponesa como crime, da mesma forma que Luiz
Inácio/Dilma Rousseff/PT. Mas não esperamos nada diferente destes
governos vende-pátria, serviçais do latifúndio, grande burguesia e
imperialismo.
Aproveitamos
para reforçar a convocação de todos camponeses, operários,
professores, estudantes, trabalhadores em geral, movimentos e
entidades democráticas para participarem da Audiência Pública que
ocorrerá na segunda-feira, dia 14 de dezembro, às 14 horas no
auditório Paulo Freire, no campus da Unir de Porto Velho. Basta de
despejos, torturas, desaparecimentos e assassinatos de camponeses em
Rondônia e todo o país!
Lutar
pela terra não é crime!
Terra
para quem nela vive e trabalha!
Conquistar
a terra, destruir o latifúndio!
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