martes, 16 de febrero de 2016

Do ponto de vista teórico, nós devemos derrotar a onda do Pensamento Antimarxista (China, 1959)


Nota do blog: Publicamos a seguir uma matéria escrita na China, antecedendo aos grandes movimentos de massas que varreriam os quarteis generais da burguesia e dos revisionistas. Daqui temos um ótimo retrospecto da luta anterior à GRCP que foi travada entre as linhas dentro do PCCh, e, sobretudo, entendermos o papel da ideologia e da linha política no socialismo. Traduzido pelo nosso núcleo de colaboradores.

 

Do ponto de vista teórico, nós devemos derrotar a onda do Pensamento Antimarxista

[Esta é uma tradução completa de um artigo escrito por YU Kuang-yuan aparecendo em Cheng-chih Hsueh-hsi (Estudo Político), Peiping, Nº 19, 12 de Outubro de 1959, páginas 15-20.]

O estudo dos documentos da Oitava Sessão Plenária da Oitava reunião do Comitê Central do Partido, e oposição ao oportunismo direitista constitui uma luta sobre a linha partidária. Nesta luta a frente teórica é um aspecto importante.
Nós devemos derrotar o oportunismo direitista e o pensamento antimarxista não somente nos campos políticos e econômicos, mas também, especialmente, no campo teórico.
Uma característica do oportunismo é a evasão de posições ambíguas em questões teóricas. Ele não é ousado sistematicamente e tampouco revela claramente seus verdadeiros pensamentos, pois os oportunistas bem sabem que uma vez que o fizerem eles serão, imediatamente, completamente isolados do Partido e do Povo.
Entretanto, se identificarmos o problema pela raiz, estas pessoas possuem sua “teoria”. No momento apropriado eles irão lançar de alguns dos seus pontos de vista “teóricos” de maneira a fornecer as bases para as atividades oportunistas de direita que eles estão sustentando.
Observando filosoficamente, a postura do oportunismo direitista é idealista e muitos entre eles adotam o empirismo idealista burguês. O empirismo idealista trata a experiência como o fator primário da natureza, e não aceita a matéria como o primeiro elemento da natureza.
O filósofo idealista britânico do século XVIII, Berkeley, estabeleceu a teoria que “existência é percepção”. Isto meramente diz que a matéria não existe objetivamente, mas que a matéria em si é uma criação da reação sensitiva do ser humano. Esta teoria é a franca manifestação de tal concepção de mundo.
Quando determinado idealismo é desenvolvido até seus limites, se transforma em egoísmo. Egoísmo sustenta a ideia de que com exceção do “eu”, não há mais nada que realmente existe no mundo. Egoísmo não aceita a verdade objetiva, mas defende que: “O que eu percebo é a verdade” e “O que é útil para mim é a verdade”.
O ponto de vista filosófico egoísta é bastante ridículo, consequentemente até mesmo filósofos idealistas subjetivistas frequentemente não admitem ser egoístas. Porém, a não ser que a pessoa seja contraditória, empirismo subjetivista e idealista deve levar ao egoísmo.
Egoísmo é a filosofia do individualista. Independente do que dizem, os individualistas ambiciosos dentro de nossas fileiras revolucionárias possuem o egoísmo como seu ponto de vista filosófico.
E é precisamente este caso que descreve os oportunistas de direita. Para eles todas as coisas que estão de acordo com seus desejos subjetivos possuem seu apoio, e todas as coisas que não estão de acordo com seus desejos subjetivos recebem sua oposição.
Seus desejos subjetivos são na realidade desejos da burguesia. Eles se opõem à linha geral do Partido e fazem tentativas de transformar o mundo em conformidade com seus próprios padrões. Por isso eles estão, especificamente, julgando as coisas de acordo com os desejos subjetivos dos burgueses.
Qual é exatamente a perspectiva de mundo de uma pessoa? Isto não pode ser determinado somente pelo que ela diz que é. Ao invés disso, deve ser determinada pelos seus pontos de vista sobre política, economia e outras questões importantes.
Da maneira que, para expor e criticar completamente o oportunismo de direita, nós devemos usar a arma do materialismo dialético para se opor ao idealismo, empirismo idealista e o egoísmo.
O oportunismo direitista se opõe à teoria cientifica socialista do marxismo. Esta nos diz que para construir uma sociedade socialista, nós devemos ser vitoriosos na luta contra a burguesia e outras classes exploradoras.
Também, que devemos levar até o fim a luta contra a burguesia, e que devemos tomar à mão livre na mobilização das massas para desenvolver vigorosamente o movimento de massa. Portanto uma pessoa que realmente quer lutar pela causa socialista deve, firmemente, ficar ao lado do proletariado na luta contra a burguesia e participar do movimento de massa revolucionário.
Às vezes, os oportunistas de direita apoiam o socialismo da boca pra fora e possuem um entendimento vago sobre o socialismo. Mas quando a revolução socialista de fato acontece, eles estarão acovardados diante da violenta luta de classe e a grandeza do movimento das massas.
Eles sempre dizem que “algo está em rumo ao excesso”, e que isto “resultará em problemas”. Eles sempre ficam de lado, apontam dedos e pisam no movimento, colocam água fria sobre a cabeça das massas e se opõem ao movimento da massa revolucionária.
Isto os expõe como pessoas que não querem de fato a revolução socialista. Apesar deles terem se juntado ao Partido organizacionalmente, eles não são verdadeiros marxistas. Eles são apenas viajantes do Partido. Não são comunistas, são apenas democratas burgueses.
A feroz luta de classes e o vigoroso movimento das massas proporciona o teste para os revolucionários. Neste teste veremos claramente se uma pessoa é uma marxista verdadeira, e se é assim, qual o percentual de marxismo que a pessoa absorveu.
Na sua oposição à linha geral, ao Grande Salto Adiante e às comunas populares, os oportunistas de direita fizeram o seu melhor em distorcer a economia política marxista. Para se opor às comunas populares ele distorcem a lei da unidade dialética que existe entre as forças produtivas e faz parte das relações de produção. Para se opor ao Grande Salto Adiante, eles distorcem a lei do planejamento e desenvolvimento proporcional da economia socialista nacional. Para se opor à campanha do desenvolvimento total da produção de ferro e aço, por meio de grupos e pequenas empresas, eles distorcem a verdade que uma atenção especial deve ser dada para os efeitos econômicos da produção sob o sistema socialista.
Para se opor à educação comunista dos trabalhadores, eles distorcem o principio da necessidade prática da distribuição de acordo com o trabalho durante o estágio do socialismo. Para se opor ao seguimento de uma linha de massa no trabalho para atingir economias, eles distorcem a verdade da necessidade da prática do planejamento central. E para se opor ao zelo revolucionário, eles distorcem o relacionamento que existe entre a capacidade subjetiva e as leis objetivas.
Eles também se disfarçam de pessoas bem entendidas na politica econômica marxista, enquanto eles realmente não possuem o mínimo de conhecimento sobre o marxismo.
Por exemplo, eles falam livremente sobre a necessidade das forças produtivas se adequarem às relações de produção. Mas eles não reconhecem que devemos ter uma compreensão total da lei da unidade dialética das forças produtivas e relações de produção. Isto significa o seguinte:
(1) Existe a situação onde relações de produção são determinadas pelas forças produtivas, e a situação oposta onde as relações de produção promovem o desenvolvimento das forças produtivas.
Uma mudança nas relações de produção não passível de reflexo do progresso das forças produtivas. É verdade que na história do desenvolvimento da sociedade, assim como a história do capitalismo e sistemas pré-capitalistas, a seguinte situação era vista: sob a velha relação de produção, as forças produtivas são desenvolvidas num agudo estado de contradições emergentes entre as novas forças produtivas e a velha relação de produção, para que a relação mude e coopere com as novas forças produtivas.
Entretanto, sob as condições do socialismo, como é possível para nós, altruisticamente, conhecer as demandas criadas pelo desenvolvimento das forças produtivas e antes da contradição entre as novas forças produtivas e relação de produção original se desenvolver para o estágio de conflito, realizar a adaptação oportuna das relações de produção de maneira a promover o desenvolvimento das forças produtivas?
(2) Ao mesmo tempo, as forças produtivas que determinam as relações de produção incluem, não somente, os meios de trabalho, mas também os fatores mais ativos e revolucionários das forças produtivas. Portanto, relações de produção não devem apenas manter o aperfeiçoamento dos meios de trabalho para que posteriormente todos tenham desenvolvido suas funções, mas elas também devem seguir o ritmo do crescente ativismo dos trabalhadores e da melhoria da organização trabalhista, para que o ativismo dos trabalhadores seja mais desenvolvido e a organização do trabalho seja mais aprimorada.
Em 1958, o espirito comunista das amplas massas dos nossos camponeses foi grandemente desenvolvida, e eles sentiram que a forma original de agricultura cooperativa superior não poderia desenvolver completamente o ativismo deles. Como resultado, eles demandaram sua substituição por uma forma de comuna popular melhor e mais imparcial.
(3) Além disso, os meios de trabalho que determinam a relação de produção não é meramente mecânica, mas incluí outros meios. Por exemplo, na realização do estabelecimento das comunas populares em 1958, a maior realização não foi a mecanização da agricultura, mas sim o aprimoramento de outros meios de trabalho.
Eles incluíram coisas como o desenvolvimento da conservação da água e o desenvolvimento total de outros projetos de construção que não poderiam ser realizados pelas cooperativas de agricultura originais.
Essas melhorias nos meios de trabalho clamaram por uma nova relação de produção para manter o passo com elas, e a ascensão das comunas populares provaram perfeitamente que eram a melhor forma de organização.
A teoria dos oportunistas direitistas que “o desenvolvimento das comunas populares excedeu o nível de desenvolvimento das forças produtivas” é uma tentativa de usar “a teoria da produtividade” (que a tempos foi refutada por escritores marxistas clássicos) para posar como a importante teoria marxista sobre a unidade dialética que existe entre as relações de produção e as forças produtivas.
Outras teorias dos oportunistas de direita na politica econômica também distorcem o marxismo. Por exemplo, os direitistas oportunistas conceberam a teoria “da desarmonização do desenvolvimento proporcional da economia nacional”. Esta é uma distorção básica da teoria marxista da reprodução.
Eles exageram extensivamente na desarmonia nas relações proporcionais que são de natureza temporária aparecendo em certas ligações individuais. Mas eles evitam referência para distorcer as relações proporcionais básicas na economia nacional – que é a relação proporcional que existe entre materiais de produção e materiais de consumo, entre agricultura e indústria e entre indústria pesada e indústria leve, e entre acumulação e consumo.
A teoria dos oportunistas direitistas onde “desenvolvimento total da produção de ferro e aço, que os ganhos não compensam pelo que é perdido”, e sua distorção básica da verdade que resultados econômicos não podem ser vistos dos custos de produção, mas devem ser vistos preferencialmente pelos interesses da economia nacional como um todo e depois de um longo período de tempo.
Até agora só listamos e explicamos certos pontos de vista teóricos reacionários dos oportunistas direitistas nos campos da filosofia, politica, economia e socialismo científico.
Em adição, os direitistas oportunistas possuem alguns pontos de vista extremos e errados teoricamente. Eles incluem visões sobre a revolução interrupta e a teoria dos estágios do desenvolvimento da revolução. Isto também deve ser refutado.
O desenvolvimento da luta contra o oportunismo de direita na frente teórica é uma tarefa importante. Esta luta não irá apenas extirpar completamente o oportunismo direitista e posteriormente esmagá-lo, mas também irá enaltecer o nosso nível teórico. Portanto, devemos estudar apropriadamente no meio desta luta.

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