jueves, 15 de septiembre de 2016

BRASIL: Editorial de AND; Boicotar ativamente a farsa eleitoral

   
Editorial - Boicotar ativamente a farsa eleitoral

As eleições municipais deste ano de 2016 serão realizadas num clima de total descrédito na sociedade. Nunca na história do Brasil os políticos profissionais estiveram tão desmoralizados. Nem por isso o sistema político que gerencia a dominação de classe no país deixa de buscar fórmulas de passar gato por lebre. Coisas como urna eletrônica, lei da ficha limpa, “operação lava jato”, multa para quem não votar e outros penduricalhos fazem parte do arsenal de enganações no sentido de encoivarar o eleitorado.

O desfile da oligarquia durante a votação do impeachment, tanto na câmara como no senado, contribuiu bastante para que o povo brasileiro tivesse a real medida disso que chamam de “representantes” do povo brasileiro. Quem se der ao desprazer de assistir uma sessão de qualquer câmara municipal em qualquer município brasileiro verá como o dinheiro dos seus impostos vão para o ralo de forma tão despudorada. Pior que isso é o purgante ministrado aos telespectadores ora em doses homeopáticas, ora em doses cavalares no denominado “horário da propaganda eleitoral gratuita” pago pelo velho Estado aos monopólios de comunicação com o dinheiro de nossos impostos.

Como na história em que ladrão bate a carteira do cidadão e esse sai correndo a gritar “pega ladrão”, todos os partidos e candidatos, além dos surrados compromissos com a saúde e a educação, incluíram em seus discursos o combate à corrupção.

Mas, as eleições municipais são a base de reprodução deste apodrecido sistema político brasileiro, responsável por manter esta velha ordem de opressão. Através das eleições municipais é que fica claro quem são os donos dos votos que serão negociados daqui a dois anos nas eleições para deputado, senador, governador e presidente da república. Por isso elas são decisivas para as classes dominantes. Mais decisivas ainda em tempos de crise econômica e, como agora, de gravíssima crise política, de desmoralização completa e de legitimidade das instituições e seus agentes políticos.

O mercado eleitoral é ocupado por oligarcas latifundiários, burocratas encastelados nos serviços públicos, traficantes com a saúde pública, traficantes de drogas e armas, milicianos, bicheiros e mercadores de “almas”. Estes são os donos dos votos e por isso são paparicados por aqueles que só têm os seus votos, mas que têm dinheiro para comprar mais no balcão da farsa eleitoral.

Praticar o boicote ativo da farsa eleitoral, portanto, é levar às massas esses esclarecimentos e fazê-las entender que tudo isso só serve à manutenção do poder nas mãos dos latifundiários e da grande burguesia, serviçais do imperialismo, principalmente ianque.

Agitações nas praças, terminais de ônibus, portas de fábricas, escolas, feiras e áreas ocupadas no campo, reuniões em associações, reuniões em casa de amigos, pinturas, cartazes, marcar eventos no dia da eleição e tudo o mais que a imaginação criadora do revolucionário possa revelar, são os instrumentos para incentivar as massas a rechaçar mais essa farsa eleitoral. Isso serve, ademais, a impulsionar o protesto popular, pois que o caminho para a Revolução passa pela mobilização, politização e organização das massas exploradas e oprimidas, principalmente de suas camadas mais profundas.

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