viernes, 11 de noviembre de 2016

BRASIL: SC: três semanas de ocupação e resistência no IFSC em Araranguá

arara

Apoiador de AND em Araranguá (SC)

Os estudantes do Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Araranguá, seguem ocupando o instituto federal.
É importantíssimo parabenizar a luta dos ocupantes do Instituto Federal. Primeiro, porque o estresse é absoluto; além de lidar com os problemas da ocupação (recebimento de doações, realização de palestras e debates etc), o fazem sob críticas arrogantes e desaforadas, além de xingamentos, e provocações por parte daqueles que são contra o movimento, e se postam a favor da PEC 241 [atual PEC 55]. Em segundo lugar, e principalmente, porque sua linha é justa, legítima, e correta. Além de interpretar o mundo [analisando a PEC e vendo seu gigantesco problema], os estudantes estão se pondo a transformá-lo [ocupando as instituições públicas]. A máxima de Marx, “os filósofos, até então, limitaram-se a interpretar o mundo; o que importa é transformá-lo”, está sendo posta em prática.
Esses dois pontos, particularmente, refutam, de forma prática e teórica, as teses furadas de que um novo Brasil não é possível, de que o povo brasileiro é passivo, que sai de casa apenas para o carnaval, e outras lorotas que ouvimos todos os dias nas conversas com parentes e desconhecidos. Estes alunos romperam com todo reacionarismo, demonstrando a força que a juventude brasileira ainda tem para transformar o mundo.
Além de tudo isso, estão desenvolvendo novas relações sociais. Sim. Cada vez mais rompem com o individualismo e pensam na ocupação, na importância de estar nela, defendê-la, organizá-la, e politizá-la. Se algum membro tem problemas familiares, ou de qualquer outra natureza, o grupo ajuda de qualquer maneira possível que tenha à disposição. A alimentação deve ser feita de maneira consciente; há outros que têm o direito de comer. Aqueles que têm dificuldades em matérias escolares são ajudados por aqueles que não têm. Em suma: o coletivo tem prioridade sobre o individual.
Isso não significa, sob nenhuma forma, que as características individuais de cada membro da ocupação são suprimidas pela importância do coletivo. Pelo contrário; elas são levadas em conta sempre. Um exemplo disso é a escolha dos representantes para intervirem nos eventos, ou falarem para os ouvintes. Ora, são escolhidos aqueles que têm uma dicção melhor, que têm mais facilidade para falar em público. As características individuais, então, são importantes da mesma forma que o coletivo.
Além de desenvolverem novas relações sociais, as ocupações também agem como politizadoras do povo; realizam debates, palestras, seminários, rodas de conversa, e tudo mais que deve ser feito para que se alcancem as massas. Comprovando a veracidade desse fato, devemos lembrar da fala de uma aluna do campus ao final da palestra da advogada Iris Gonçalves Martins, sobre relacionamentos abusivos e feminismo, onde afirmou que sem as ocupações não haveria entendido tanto sobre assuntos sócio-econômicos em geral. Aí reside a justeza das ocupações, como um movimento apoiador da luta das classes exploradas, que ajuda essas a verem os grilhões que os prendem às cadeias de exploração.
Em suma, a posição todos os operários, professores, pais e familiares de estudantes, pequenos comerciantes e trabalhadores em geral,  quanto às ocupações, se resume a: apoiar de forma material e sem barreiras a luta dos estudantes de todo o país. Defendê-los de todas as calúnias reacionárias da imprensa monopolista, respondendo a esses ataques com ferocidade, por meio de debates, discussões, e, se assim for preciso, com justa resistência.
Eis as tarefas daqueles que lutam pela emancipação das massas populares no Brasil.

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