domingo, 4 de junio de 2017

BRASIL: Editorial de A Nova Democracia.

De uma coisa eles podem ficar certos: diante de tudo isso, a paciência do povo está chegando ao fim. É tanto abuso e tanto descaramento, safadeza, desfaçatez, canalhice etc., que cairá do cavalo todo aquele que pensar e agir segundo a premissa de que o povo tem sangue de barata e assistirá impassível com apenas apelos pacíficos a essa bandalheira toda. Os ensaios já vistos sinalizam o levantar de labaredas.
Editorial AND nº 189
 

Ninguém do cardinalato do capitalismo burocrático brasileiro trabalha com a hipótese de permanência do quadrilheiro Temer no gerenciamento do velho Estado que, para eles, se resume ao mercado, valhacouto de escroques da bolsa, de banqueiros e de especuladores de fundos abutres.
Subjugados aos ditames imperialistas até os fios dos cabelos, por instituições como FMI, Banco Mundial, OMC, ONU e outras, seguem religiosa e subservientemente as orientações de economistas amestrados em universidades ianques, passando por cima de tudo com a conversa de salvar o país da crise.
Estes calhordas contam com o monopólio de imprensa como vozeiro de suas absurdas teses entreguistas ao colocar os humores do mercado acima da crise política, ética e moral que afunda o país num verdadeiro mar de lama. Parceiros de especuladores de todos os naipes, de latifundiários e grileiros, de empreiteiras e transnacionais, negligenciam os verdadeiros escândalos como a dívida pública, a guerra reacionária contra os pobres e o genocídio indígena, enquanto recheiam sua ensebada programação de loas ao empreendedorismo, ao agronegócio, ao individualismo e à moderna forma de exploração.
Os que inventaram a ruína da economia procuram obscurecer a realidade. Eles querem fazer vistas grossas à gravidade da situação com a campanha de que, independente da crise política, o mais importante é salvar o país da crise econômica com as medidas para esmagar ainda mais o povo e entregar o resto da soberania ao imperialismo. Exemplo disto é a posição das associações empresariais para as quais “não importa a cor do gato, o que importa é que ele pegue ratos”, ou seja, para elas, qualquer gerente serve, desde que promova o saque aos direitos dos trabalhadores e ao patrimônio da nação.
No seio do Partido Único pululam propostas de nomes de “ínclitos” patriotas dispostos a se sacrificar no altar da democracia reestabilizando o Brasil no porto seguro da velha ordem. Representantes dos grupos de poder reúnem seus cacifes e sentam à mesa para negociar o preenchimento da vaga gerencial e a proporção que caberá a cada um na repartição do bolo. Por detrás das cortinas Cardoso, Sarney e Luiz Inácio, como farinha do mesmo saco, procuram construir uma saída honrosa para o facínora Temer e ao mesmo tempo livrarem a si mesmos das “garras da lei”, escolhendo um nome que aplaque a ira dos cavalheiros da Operação “Lava Jato”.
De uma coisa eles podem ficar certos: diante de tudo isso, a paciência do povo está chegando ao fim. É tanto abuso e tanto descaramento, safadeza, desfaçatez, canalhice etc., que cairá do cavalo todo aquele que pensar e agir segundo a premissa de que o povo tem sangue de barata e assistirá impassível com apenas apelos pacíficos a essa bandalheira toda. Os ensaios já vistos sinalizam o levantar de labaredas.
Reacionários e oportunistas se esgoelam contra a justa violência das massas gritando: “vândalos!” Vândalos são estas quadrilhas que assaltam a luz do dia o dinheiro público, que desencadeiam uma guerra civil reacionária contra o povo e, como criminosos de guerra, matam o povo nos hospitais caindo aos pedaços, na falta de moradia e de terra para os camponeses, no roubo da merenda das crianças, vendendo a pátria etc.
Podem berrar canalhas, o povo vai se levantar, vocês ainda não viram nada!


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