domingo, 13 de mayo de 2018

Nicarágua: Revolta popular derrota ‘reforma’ da Previdência (AND)


O povo da Nicarágua saiu em poderosos protestos em todo o país na segunda quinzena de abril e obrigou o presidente do velho Estado semicolonial, Daniel Ortega, a revogar a contrarreforma da Previdência, no dia 23 de abril. Apesar de sanguinária repressão – que contou com a participação do Exército –, os manifestantes não recuaram. Ao menos 30 pessoas morreram, 120 foram presas e 50 foram feridas.

Oswaldo Rivas/Reuters
Contrarreforma da previdência desatou fúria em todo o país. Manágua, 21/04 (foto: Oswaldo Rivas/Reuters)
Contrarreforma da previdência desatou fúria em todo o país. Manágua, 21/04

Os protestos ocorreram em mais de 84 municípios por todo o país. O primeiro protesto ocorreu no dia 18 de abril e, depois desse, houve mais quatro grandes protestos que envolveram milhares de pessoas.
No município de León, a 90 quilômetros da capital Manágua, a sede do Instituto Nicaraguense de Seguridade Social (INSS) e outros edifícios do governo semicolonial também foram postos em chamas. Já na capital, manifestantes tentaram incendiar a sede de uma estação de rádio ligada ao velho Estado. Segundo relatos, em várias partes da cidade ouviam-se disparos e explosões. Vários painéis publicitários e monumentos governamentais foram incendiados em protestos massivos.
Em outros municípios também houve manifestações combativas. Em Masaya, uma multidão ergueu barricadas e saqueou supermercados. Já em Granada, manifestantes tentaram incendiar a prefeitura. Em todo o país, supermercados e outras grandes redes de comércio foram saqueados por milhares de pessoas.
Para tentar reprimir os massivos protestos populares, o velho Estado nicaraguense enviou tropas do Exército para a cidade de Estelí, localizada a 185 quilômetros de Manágua.
Atordoados pela violenta reação popular a seus intentos, os reacionários tentaram calar as massas por meio do massacre. Uma emissora de rádio no município de León foi incendiada e dois canais de televisão foram colocados fora do ar, segundo denúncias, em ações coordenadas pela repressão.
O jovem estudante secundarista Álvaro Conrado, de 15 anos, também foi executado pelas forças da repressão durante uma jornada de lutas estudantis nas universidades, em meio aos protestos contra a “reforma” da Previdência, no dia 20 de abril. O jornalista Ángel Eduardo Gahona também foi morto, ao vivo durante uma cobertura, mas não há informações sobre a autoria da execução.
A contrarreforma
Toda a rebelião voltou-se contra a tentativa do governo semicolonial de implementar uma “reforma” na Previdência. A contrarreforma pretendida por Ortega aumentaria o tempo de trabalho necessário para os trabalhadores e trabalhadoras se aposentarem. A proposta também reduziria em 5% o valor atual da pensão destinada aos aposentados e aposentadas.
Essa contrarreforma, tal como a que o governo semicolonial de Michel Temer/PMDB pretende aplicar no Brasil, é parte de uma exigência do Banco Mundial e do imperialismo, principalmente o ianque. É uma necessidade dos monopólios a existência de leis trabalhistas e previdenciárias que permitam superexplorar o proletariado e o povo.

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