Adolf Strakhov, Mulher emancipada - construa o socialismo!, 1926, Litografia em papel |
Viva os 101 anos da GRSO -
Grande Revolução Socialista de Outubro!
Hoje, 07 de novembro, completam-se
101 anos da GRSO - Grande Revolução Socialista de Outubro. Esse
extraordinário acontecimento da humanidade inaugurou a era da Revolução
Proletária Mundial e demonstrou que o caminho da emancipação da mulher é
obra da Revolução Proletária. A luta dos bolcheviques pela completa
incorporação da mulher na produção social, de transformação do trabalho
doméstico em indústria social abriu as portas para a nova sociedade onde
haverá verdadeira igualdade entre homens e mulheres. Os milhões de
massas femininas que marcharam sob a direção do grande Lenin e do
Partido Bolchevique na Rússia provaram historicamente sua poderosíssima
força de classe. A GRSO nos revelou grandes dirigentes do proletariado
como Nadezda Krupskaia e Alexandra Kollontai, em que nos referenciamos em nossa luta pela emancipação.
Viva os 101 anos da Grande Revolução Socialista de Outubro!
Como homenagem aos 101 anos da GRSO reproduzimos o Discurso de Lenin no Primeiro Congresso Pan-Russo das Operárias em 1919.
Fonte: https://www.marxists.org/portugues/lenin/1918/11/19.htm.
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Discurso no Primeiro Congresso Pan-Russo das Operárias
V. I. Lênin
19 de Novembro de 1918
Companheiras!
O congresso do setor feminino do
exército proletário assume, de um certo ponto de vista, importância
particularmente grande, porque para as mulheres, em todos os países, tem
sido mais difícil vir ao movimento. Não é possível uma revolução
socialista sem a participação de imensa parte das mulheres
trabalhadoras.
Em todos os países civilizados,
mesmo nos mais avançados, é tal a situação das mulheres que, com razão,
são consideradas escravas domésticas. Em nenhum dos estados
capitalistas, nem mesmo na mais livre das repúblicas, as mulheres gozam
de plena igualdade de direitos.
A República dos Sovietes tem a
tarefa de abolir, ames de tudo, qualquer limitação dos direitos
femininos. Para obter o divórcio, já não se exige um processo
judiciário: essa vergonha burguesa, fonte de aviltamento e de
humilhação, foi completamente abolida pelo poder soviético(1*).
Há quase um ano a lei reconhece a
plena liberdade de divórcio. Promulgamos um decreto que elimina não só a
diferença entre filhos legítimos e ilegítimos, mas também todas as
limitações políticas que daí derivam. Em nenhuma parte do mundo a
igualdade e a liberdade das mulheres trabalhadoras lograram realização
tão completa.
Sabemos que todo o peso dos vínculos tradicionais cai sobre a mulher que pertence à classe operária.
Pela primeira vez na história, nossa
lei cancelou tudo aquilo que fez da mulher um ser sem direitos. Mas não
se trata da lei. Entre nós, a lei sobre a plena igualdade do casamento
está conquistando terreno nas cidades e nas concentrações industriais,
mas no campo ainda permanece letra morta. Até hoje ainda predomina ali o
casamento religioso. Isso se deve à influência dos padres e esse é um
mal que se combate com mais dificuldade que a antiga legislação. Os
preconceitos religiosos devem ser combatidos com extrema prudência;
aqueles que, no curso dessa luta, ofendem os sentimentos religiosos,
acarretam muitos danos. É preciso lutar mediante trabalho de propaganda e
de esclarecimento. Conduzindo uma luta mais áspera, poderemos irritar
as massas; uma luta desse tipo aprofunda a divisão das massas por
motivos religiosos, enquanto a nossa força reside na unidade. A origem
mais profunda dos preconceitos religiosos está na miséria e na
ignorância; esses são os males que temos o dever de combater.
Até hoje, devemos reconhecê-lo, a
situação da mulher tem sido a de uma escrava; a mulher, escravizada pelo
trabalho doméstico, só pode encontrar a própria libertação no
socialismo, quando passarmos da pequena exploração camponesa para a
fazenda coletiva e para o cultivo em comum da terra.
Somente então serão completas a
libertação, a emancipação da mulher. É uma tarefa difícil; mas já se
estão criando comitês de camponeses pobres e se aproxima o momento em
que a revolução adquirirá nova força.
Apenas hoje se organiza a parte mais
pobre da população das aldeias e precisamente nessas organizações de
pobres o socialismo vai adquirindo base sólida.
No passado, acontecia muitas vezes que a cidade se tornava revolucionária e o campo custava a pôr-se em movimento.
A revolução atual se apóia no campo e
nisso está sua importância e sua força. A experiência de todos os
movimentos de libertação atesta que o êxito de uma revolução depende do
grau em que dela participam as mulheres. O poder soviético faz tudo para
que a mulher possa cumprir seu trabalho proletário e socialista com
independência completa.
A situação do poder dos sovietes é
difícil: os imperialistas de todos os países odeiam a Rússia soviética e
se unem para fazer-lhe guerra, porque ela ateou o incêndio da revolução
em numerosos países e deu passos decisivos em direção ao socialismo.
Enquanto eles desejam esmagar a Rússia revolucionária, a terra começa a
queimar sob seus próprios pés. Não ignorais as proporções que assumiu na
Alemanha o movimento revolucionário; na Dinamarca os operários lutam
contra o governo; a Holanda se transforma em república soviética. O
movimento revolucionário nesses pequenos países não tem importância em
si, mas é muito significativo porque neles não houve guerra e existia um
regime democrático bastante direitista. Se esses países se unem ao
movimento revolucionário, isso nos dá a certeza de que este abrange o
mundo inteiro.
Até hoje, nenhuma república pôde
libertar a mulher. O poder soviético lhe dá sua ajuda. Nossa causa é
invencível porque invencível, em todos os países, se ergue a classe
operária. Esse movimento assinala a marcha da irresistível revolução
socialista.
Notas de rodapé:
(*)
Não tanto o processo de divórcio é objeto dessa condenação severa, mas
antes, a corrupção disfarçada que, na sociedade capitalista, através do
procedimento jurídico, restringiu sempre às camadas privilegiadas o
direito de» divórcio. De fato, com características muito diversas, o
processo de divórcio foi introduzido mais tarde na União Soviética,
onde, efetivamente, tem o objetivo de facilitar, nos casos possíveis, a
reconciliação dos cônjuges.
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