jueves, 30 de septiembre de 2021

BRASIL: Urgente: Nova ordem de despejo é emitida contra Acampamento Tiago dos Santos (AND)

 Não completaram-se dois meses desde a chacina que ceifou a vida de quatro camponeses acampados em Nova Mutum Paraná, Rondônia, um novo ataque é anunciado na mesma cidade, também levado a cabo pelo velho Estado em conluio com o latifúndio. O alvo é o Acampamento Tiago dos Santos, onde vivem mais de 600 camponeses organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP). A nova ordem de despejo foi emitida em 28 de setembro pela "justiça" em  favor do latifundiário e grileiro, Galo Velho. 

A ordem de despejo, que já autorizou o “uso de reforço policial” para efetuar a expulsão, vem após recentes e sucessivos ataques das forças policiais e pistoleiros direcionados ao Acampamento Tiago dos Santos e Acampamento Ademar Ferreira, onde viviam os camponeses assassinados em agosto. 

O ACAMPAMENTO TIAGO DOS SANTOS   

A área ocupada faz parte de um grande latifúndio de mais de 57 mil hectares, cujo suposto proprietário seria a empresa Leme Empreendimentos Ltda, de propriedade de Antônio Martins (Galo Velho), citado no Livro Branco de Grilagem de Terras como grileiro de mais de 80 mil hectares de terras na região de Porto Velho, capital de Rondônia.

Desde que a área foi ocupada, em março de 2020, as famílias camponesas vivem e produzem. Naquelas terras que antes se encontravam paradas, sem qualquer utilidade, a organização popular fez o corte popular e entregou terra para os muitos desempregados que se juntaram aos camponeses pobres sem terra nos últimos anos de pandemia, crise e fome. Buscaram e conseguiram um pedaço de terra para nela viver com dignidade. Essas massas, após já terem resistido às tentativas de despejo (como a ocorrida em 10 de outubro de 2020, onde os trabalhadores impediram um massacre da Polícia Militar e, diante da tentativa de expulsão, dias depois os camponeses reocuparam as terras), estão novamente ameaçadas.

Leia também: Acampamento Tiago dos Santos é cercado pela PM, resiste e impede novo

Camponeses de punhos erguidos em meio a resistência ocorrida em outubro de 2020. Foto: Banco de dados AND

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