Jose Maria Sison, ou camarada Amaro Guerrero, encabeçou o início da Revolução Filipina desde o fim da década de 1960
Faleceu, no dia 16 de dezembro de 2022, o grande dirigente comunista Jose Maria Sison, conhecido também como camarada Ka Joma ou camarada Amaro Guerrero. Sison faleceu aos 83 anos em um hospital de Utrecht, na Holanda, e a causa exata da morte não foi divulgada. Ka Joma foi o presidente fundador do Partido Comunista das Filipinas (PCF), encabeçou a reconstituição do partido em 1968, fundou o Novo Exército do Povo (NEP) em 1969 e desencadeou a guerra popular naquele país no mesmo ano, tendo, recentemente, atuado como consultor político-chefe da Frente Democrática Nacional das Filipinas (FDNF).
Jose Maria Sison nasceu em Cabugao, Ilocus Sul, em 8 de fevereiro de 1939. No Partido Comunista desde 1962, integrou o Comitê Executivo em 1963. inspirado pela Grande Revolução Cultural Proletária e pelos êxitos da Grande Revolução Chinesa e do Presidente Mao Tsetung, desenvolveu a luta contra o revisionismo da direção do velho partido debruçado sobre o balanço das experiências anteriores do movimento revolucionário filipino e encabeçou a cisão entre marxistas e revisionistas. Reconstituído o PCF, Sison encabeçou a construção do NEP, que abarcou em pouco tempo 75 das 81 províncias das Filipinas, mobilizando os camponeses pobres na Revolução Agrária através da guerra revolucionária.
Em novembro de 1977, Sison foi preso durante o regime contrarrevolucionário de Ferdinand Marcos por quase nove anos, a maioria em solitária. Libertado em março de 1986, procurou asilo político na Holanda, tendo sido admitido em 1995, passando a encabeçar a FDNF. Em agosto de 2007, foi preso pelo Departamento Nacional de Investigação Criminal da Holanda, numa farsa jurídica para persegui-lo politicamente, sendo libertado em setembro daquele ano por forte pressão de forças democráticas em todo o mundo.
Em comunicado após esse triste acontecimento, o Comitê Central do PCF declarou que “com a morte de Ka Joma, o partido perdeu um grande líder” e reitera que “ele está entre os maiores filipinos do século passado por aplicar com maestria e criativa o marxismo-leninismo-maoísmo às Filipinas e à Revolução das Filipinas, e dar ao povo filipino a força para esculpir o futuro do país e atingir suas aspirações para a liberdade nacional e democracia”.
O CC do PCF decretou luto de dez dias e ordenou às unidades do NEP que realizem salva de 21 tiros em homenagem ao presidente fundador do partido, e realize em seguida “ofensivas táticas contra as forças reacionárias para defender o povo”.
Já o Comando de Roselyn Jean Pelle – Frente de Guerrilha do Norte de Negros do NEP, em pronunciamento, afirmou que “as forças revolucionárias, os comandantes e combatentes vermelhos dão seu maior tributo ao presidente fundador do Partido Comunista das Filipinas (marxista-leninista-maoista), Jose Maria Sison”.
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