jueves, 23 de mayo de 2019

Críticas à literatura revisionista moderna na União Soviética (China, 1966) (1º parte)

Críticas à literatura revisionista moderna na União Soviética (China, 1966)

Nota do blog: Publicamos a seguir uma crítica revolucionária marxista-leninista-maoista, produzida na frágua da Grande Revolução Cultural Proletária, contra a literatura revisionista que florescia na URSS após a restauração capitalista desencadeada mediante um golpe de Estado por Kruschov (após morte do camarada Stalin, 1953) e prosseguida por seus sucessores, até culminar na bancarrota do Estado social-imperialista na década de 90.



Algumas questões acerca da literatura revisionista moderna na União Soviética
Por Hsiang Hung e Wei Ning, 1966

Introdução

Desde a usurpação da liderança do Partido Soviético e do governo, a camarilha revisionista de Kruchov tem seguido a linha política da colaboração URSS-EUA para a dominação do mundo na literatura e na arte como em todas as outras esferas, traindo o princípio de Lenin do espírito de Partido na literatura, e liquidou os interesses dos povos revolucionários do mundo, assim escrevendo as mais vergonhosas e decadentes páginas na história da literatura Soviética.

Ainda pior, essa camarilha tenta impor a linha literária revisionista aos povos do mundo. A despeito de seus desejos, tem formulado uma linha revisionista geral baseada no que se denomina o desenvolvimento da literatura do século XX, afirmando que “a linha geral de desenvolvimento da literatura do século XX é compreender e enriquecer a tradição do realismo crítico e do realismo socialista, isto é, a tradição de Maxim Gorky, Andersen Nexö, Romain Roland, Theodore Dreiser, Thomas Mann e Henrich Mann, Pablo Neruda e Bertolt Brecht, Mikhail Sholokhov, Leon Kruch-kowski, Henri Barbusse, Louis Aragon, Vladimir Mayakovsky Vítézslav Nezval, Mihail Sadoveanu e Johanes Brecher” [1].
A partir do que eles chamam a linha geral de desenvolvimento da literatura do século XX, os revisionistas modernos soviéticos estão atualmente tentando frustrar o desenvolvimento da genuína literatura socialista e revolucionária no século XX. Eles têm descaradamente excluído os escritores asiáticos e africanos que estão na vanguarda da luta revolucionária anti-EUA. Isto é a completa exposição de sua atitude de hostilidade e negação para com a literatura revolucionária asiática e africana. Através de sua “linha geral de desenvolvimento da literatura do século XX”, a qual é uma mistura de escritores revolucionários, não-revolucionários e contrarrevolucionários, os quais não fazem distinção entre inimigos e amigos, eles atualmente querem propagar os artigos da literatura renegada de Sholokhov sob a bandeira da literatura revolucionária de Gorky. Eles estão conduzindo atividades criminosas contrarrevolucionárias sob a bandeira do socialismo. Enquanto tagarelam sobre ajuda à luta revolucionária antiimperialista dos povos da Ásia e da África, eles têm se ocupado com um encontro para celebrar Kipling, um escritor colonialista em um país imperialista.
Porque veste a capa da “revolução” e do “socialismo”, a literatura soviética hoje é mais perigosa que a literatura imperialista. Nós devemos tirar sua capa e analisar sua essência para ver a quem ela beneficia e a quem ela prejudica, e que atitude ela adota a respeito da luta revolucionária de libertação dos povos do mundo e dos povos asiáticos e africanos numa mão e na outra o imperialismo norte-americano, o inimigo número um dos povos do mundo.

Exaltando os horrores da guerra opondo-se a guerra revolucionária

Como o Presidente Mao Tsetung disse, as nações oprimidas e os povos do mundo têm descoberto de sua experiência comum e lutas atuais que os imperialistas e os reacionários de vários países “todos têm espadas em suas mãos e estão decididos a matar”. Em face das guerras de agressão e repressão armadas realizadas por toda parte pelo imperialismo encabeçado pelos Estados Unidos e por seus lacaios, eles têm compreendido que não têm escolha senão levantar em resistência se querem conquistar a libertação. Em particular, os povos da Ásia e África hoje estão agarrando mais e mais firmemente a verdade irrefutável que “o poder nasce do fuzil”. Um após outro, eles têm pego em armas, usando da mais efetiva arma mágica, a guerra popular revolucionária, para lutar contra o imperialismo norte-americano e seus lacaios.
Como o imperialismo norte-americano, os revisionistas soviéticos modernos que se têm degenerado em cúmplices daqueles estão marcados para morrer pela onda da revolução armada dos povos do mundo, e especialmente da Ásia e da África. Além de tomar politicamente “ações unidas” com o imperialismo norte-americano para sabotar a luta revolucionária dos povos asiáticos e africanos, eles têm também usado a literatura e a arte para espalhar a falácia que “até mesmo uma pequena faísca pode causar uma conflagração mundial” [2], e aplicadamente exaltar os horrores da guerra e vender o pacifismo reacionário numa vã tentativa de desarmar mentalmente os povos e entorpecer e solapar o desejo revolucionário dos povos asiáticos e africanos.
Seguindo criminosas ordens da liderança da camarilha soviética para se opor à revolução popular, muitos escritores revisionistas modernos fazem esta sua primeira tarefa em propagar a teoria que “guerra é destruição” e espalhar o horror nuclear. Como Kruchov, eles empreendem a afirmação de que guerra significa “ruína”, “destruição”, “fratricídio” [3] e “morte”, que “sangue e cinzas” devem ser os únicos “sinônimos para guerra” [4], que “a Terra está alarmada” [5] e “a Humanidade está na berlinda” [6] e que com a existência das armas nucleares basta que alguém apenas “aperte um botão, e o mundo será destruído pelo massacre atômico” [7]. Eles têm por isso afirmado que “a guerra é nosso inimigo comum” e gritado, “Abaixo a guerra!” Tomemos a pequena novela de Aitmatov A Terra Mãe (1963). Através da heroína de A Terra Mãe, o autor faz a acusação de que por causa da guerra “muitas pessoas morreram por nada” e “muitas terras foram devastadas”. Ele acaba com as declarações: “Pessoas além das montanhas e mares… Eu sou o mesmo para todos vocês” e “meu inimigo mortal é quem começa a guerra!” Tomemos Harmonia de Aseyev (1963). Nesta coleção há um poema o qual é atualmente entitulado “Abaixo a Guerra!” no qual lê-se uma parte:
Para o mundo inteiro
Não cair na ruína,
Abaixo a
guerra!
Abaixo a guerra!
Abaixo a guerra!
Com igual frenesi o jovem poeta Rozhdestvensky afirmou em seu Requiem (1961): “Nós devemos estraçalhar a guerra… Morte à guerra! Amaldiçoem a guerra, povos da Terra!”
Nós consideramos que existem dois grandes tipos de guerras: justas, guerras revolucionárias e injustas, guerras contrarrevolucionárias, e que o imperialismo encabeçado pelos Estados Unidos é a raiz de todas as guerras de agressão de nosso tempo. Nós opomos firmemente todos os tipos de guerras injustas que obstruem o progresso e especialmente as guerras de agressão lançadas pelo imperialismo encabeçado pelos Estados Unidos. Quanto às guerras justas, e particularmente as guerras revolucionárias dos povos da Ásia e da África ou e qualquer lugar pela libertação e independência nacional, não somente devemos nos privar de opor a elas mas devemos firmemente apóia-las e participar ativamente nelas. Escritores revolucionários devem implacavelmente expor e denunciar todos os tipos de guerras injustas e entusiasticamente apoiar e louvar as guerras revolucionárias justas dos povos. Escritores revisionistas soviéticos têm obscurecido ao máximo a distinção de princípios entre justas, guerras revolucionárias e injustas, guerras contrarrevolucionárias, eles indiscriminadamente e selvagemente amaldiçoam todas as guerras e gritam “Abaixo a guerra!” Isto expõe completamente sua traição em tentar encobrir o fato de que o imperialismo norte-americano é o aqui culpado pelo lançamento de guerras de agressão e em obstinadamente opor às guerras revolucionárias dos povos. Nós gostaríamos de perguntar: vocês querem abolir as guerras revolucionárias travadas pelas nações oprimidas e povos do mundo para derrubar os governos dos agressores e opressores? Vocês gritam “Abaixo a guerra!” em uma época que os povos do Vietnam do Sul, Laos e outras regiões estão heroicamente resistindo à agressão do imperialismo norte-americano por suas resolutas, prolongadas guerras revolucionárias. Não é seu desejo que nós, os povos da Ásia e da África, deveríamos depor nossas armas e nos rendermos ao imperialismo norte-americano e seus lacaios e nos deixar oprimidos e escravizados perpetuamente?Obviamente, maldizendo e opondo-se a todos os tipos de guerra, vocês apontam para opor as guerras revolucionárias dos povos da Ásia e da África e de outras partes do mundo pela libertação e independência nacional.
Os escritores soviéticos revisionistas modernos estão servindo como destacamento especial do imperialismo norte-americano na literatura, eles estão sabotando as lutas revolucionárias dos povos asiáticos e africanos. Esta posição renegada é especialmente clara no seu tratamento da guerra anti-fascista e da luta do povo vietnamita contra a agressão norte-americana e pela salvação nacional. Todos sabem que tanto a guerra anti-fascista travada pelo povo soviético entre 1941 e 1945 e a presente guerra contra o imperialismo norte-americano travada pelo povo vietnamita pela salvação nacional são justas, são guerras revolucionárias. Mas os escritores revisionistas modernos flagrantemente distorcem e difamam ambas essas guerras.
Em uma série de trabalhos na guerra anti-fascista, os escritores revisionistas modernos da União Soviética tem deliberadamente retratado a felicidade individual diametralmente oposta à grande guerra contra a agressão e chegaram ao seu extremo ao exaltar a “crueldade” e “horrores” desta guerra justa, alegando que isto não trouxe nada senão “morte” e “desastre” para milhões e milhões de pessoas.
Vamos primeiro olhar uma história de Sholokhov O destino de um homem (1956). Antes da guerra Sokolov, o herói da história, construiu ele mesmo uma pequena casa para si e sua esposa, comprou dois bodes. Ele disse, “O que mais nós queremos?” Quando vem a guerra, “tudo foi destruído num simples instante”. A guerra anti-fascista terminou com vitória e o mundo inteiro foi tomado por alegria, mas Sokolov, tendo perdido sua casa e seus amados na guerra teve um incurável ferimento em seu coração. Seus olhos foram “cheios com tão inextinguíveis anseios e tristezas que é duro olhar para ele.” No final da história o autor faz um ponto especial: “Não somente em seu sono eles choram, estes velhos homens cujos cabelos enbranqueceram nos anos da guerra. Eles choram, também, nas suas horas insones”. Isto dá ainda maior ênfase para o ferimento espiritual que a grande guerra anti-fascista supostamente infligiu a toda uma geração. O peçonhento objetivo do autor é espalhar ódio e medo da guerra revolucionária descrevendo o destino trágico de um soldado soviético na guerra anti-fascista, e assim tentar amedrontar os povos para abandonar suas lutas revolucionárias contra os agressores e opressores.
Para tornar a questão mais clara, vamos citar mais duas palavras. Em sua novela Julho 1941 (1965) G. Baklanov, desejando exaltar a “tragédia” da guerra revolucionária e difamá-la como a causa de “desastres” e “morte”, dedica abundante espaço para a descrição naturalista de horrores assim como campos de batalha espalhados com corpos de soldados do Exército Vermelho, cidades em ruínas, casas caindo em chamas, mulheres em pânico e crianças chorando por ajuda e correndo por suas vidas. Na história Zosia de V. Bogomolov (1965), o herói não se interessa pela recente libertação de duas cidades por suas próprias tropas, mas ao contrário pensa que a libertação significa apenas “várias pilhas de listas de baixas”. E assim vai em frente. Não é toda esta desajeitada propaganda para a teoria de que “guerra revolucionária é destruição”?
Hoje a propaganda da mídia soviética foi tão longe em ativamente retratar a guerra revolucionária do povo vietnamita contra a agressão imperialista norte-americana como uma guerra na qual “os feridos gemem com a dor” e “o povo numa indescritível miséria” [8] estão em todo lugar em evidência. É uma inescrupulosa distorção e um grosseiro insulto ao heróico povo vietnamita. O órgão do governo soviético Izvetia ainda citou um repórter estrangeiro referindo-se a essa justa guerra como “uma das maiores tragédias do mundo” [9]. Que calúnia gratuita contra a grande luta anti-EUA do heróico povo vietnamita pela salvação nacional!
Nós não negamos o que a guerra traz de destruição, sacrifício e sofrimento. Entretanto, se alguém desiste de opor-se à agressão armada imperialista e aceita a escravidão, a conseqüente destruição, o sacrifício e os sofrimentos serão maiores. Em uma guerra revolucionária, o sacrifício dos poucos pode trazer a segurança de toda a nação, todo o país, e até de todas as pessoas. O sofrimento temporário pode trazer paz e felicidades duráveis e até perpétuas. Lenin, o mestre da revolução proletária mundial, disse que aqueles os que falham em analisar a natureza das guerras e indiscriminadamente condenam a guerra por seus inevitáveis sacrifícios e espalham o pacifismo reacionário, são ou “profundamente ignorantes” ou “rematados hipócritas defensores de Kolchak (Kolchak foi um chefe contrarrevolucionário da Guarda Branca – os autores)”. Não são os escritores revisionistas modernos da União Soviética “rematados hipócritas”? Eles têm exagerado as perdas e sacrifícios de alguns na guerra revolucionária e colocado no lugar deles uma falsa luz, assim incitando ódio e medo da guerra revolucionária entre as pessoas e instigando oposição a ela. Por essas viciadas descrições, eles não somente mancham diretamente a guerra popular revolucionária, mas, em coordenação com a estratégia global do imperialismo norte americano, eles tentam corroer, entorpecer e solapar o desejo de luta dos povos revolucionários do mundo e sabotar a luta revolucionária dos povos asiáticos e africanos. É por isto que essa literatura em temas de guerra é diretamente literatura contrarrevolucionária e os renegados escritores soviéticos são um destacamento especial na literatura que serve à política imperialista de agressão.

Propagando a filosofia da sobrevivência e o capitulacionismo

A filosofia da sobrevivência representa os interesses do estrato privilegiado da burguesia da União Soviética hoje. Seus membros têm levado uma vida totalmente divorciada do povo trabalhador, e na ideologia eles têm traído completamente o legado da Revolução de Outubro e abandonado o grande ideal da revolução mundial. Eles têm se colocado contra o povo da União Soviética e todos os outros países e se unido com os imperialistas e todos os reacionários.
Os escritores revisionistas modernos da União Soviética são membros deste estrato soviético privilegiado e servem como seus porta-vozes. Eles não têm dispensado nenhum esforço em opor a revolução popular em todos os países em nome de preservar o capital investido deste estrato.
Seguindo o caminho de Kruchov, eles têm vociferadamente advogado a idéia de que a sobrevivência é tudo. Em prol da sobrevivência, eles anulam completamente os heróicos feitos do povo soviético na Guerra Anti-Fascista, caricaturaram os soldados soviéticos, e pintaram covardes e traidores que passaram ao inimigo para salvar suas peles nas mais incandescentes cores como se eles fossem heróis. Sholokhov, Simonov e seus iguais são os mais descarados e enérgicos nesta tentativa.
Em Eles lutaram pela Pátria, Sholokhov retrata Zvyagintsev, um pusilânime que abandona sua posição de classe e esquece o ódio pelos inimigos da nação. Ao invés de condená-lo como um vilão, o escritor o exalta como um “herói”. Durante a invasão alemã da União Soviética, quando Zvyagintsev é deparado com o perigo de sua vila ser devastada e seu país ser invadido pelos alemães, ele pensa apenas em sua própria sobrevivência. Ele é tão amedrontado pelo fogo inimigo que se torna “trêmulo” e “molha de suor”. Em desespero, ele se volta a deus por ajuda e reza, “Senhor, me salve! Não me deixe perdido, Senhor!…”
Este herói retratado por Sholokhov não tem a menor essência de um homem do Exército Vermelho que inveteravelmente odeia os agressores fascistas. Ele é inteiramente a imagem de um mercenário a serviço da reação. Nós deveríamos perguntar: que diferença existe entre este personagem e as tropas imperialistas agressoras em toda sua feiura, desprezivelmente murmurando oração a deus quando muito espancados pelo povo revolucionário e retirando-se em uma derrota após outra dos campos de batalha do Vietnam como o fizeram na Coréia? Através de seu personagem, Sholokhov anuncia a filosofia que “A morte não é uma titia. Este vilão é igualmente amedrontador para todos – o membro do Partido, o não-membro do Partido ou qualquer outro homem…” Esta filosofia é consistente com a idéia capitulacionista advogada pela liderança do PCUS, a idéia que “a bomba atômica não faz distinções de classe – ela destrói todos, com a extensão de sua ação destrutiva”. [10] Então se você não quer morrer ou ficar ao alcance da ação destrutiva da bomba atômica, a única coisa a fazer é deixar suas armas, cair de joelhos e render-se aos imperialistas e reacionários.
Um outro escritor renegado, Simonov, propagandeia a mesma filosofia da sobrevivência em seu romance Os vivos e os mortos (1960) através do retrato de um comissário político, um instrutor de formação política do Exército Vermelho, Sintsov. Um dia, quando Sintsov temporariamente deixa a frente de batalha em uma incumbência, ele se sente livre por um tempo da ameaça da morte. Com ilimitada simpatia, o escritor procede a descrever o estado mental de Sintsov:
“Agora o sol aquece, o céu é azul, e os aviões estão voando em algum outro lugar, não aqui, e os canhões não estão atirando neste lugar, e ele anda, e quer viver tanto, tanto, que ele quase cai prostrado no chão e chora e suplica avidamente por outro dia, dois dias uma semana de tão segura tranqüilidade no conhecimento de que enquanto ela durasse, ele não morreria.
Com sua própria pusilanimidade, desprezível mentalidade filistéia, o escritor criou e exaltou este personagem que estima a sobrevivência pessoal como a maior “felicidade”.
O Presidente Mao Tsetung mostra que um exército revolucionário “tem um espírito indomável e é determinado a vencer todos os inimigos e nunca ceder. Sem importar que dificuldades e provocações, mesmo que ele reste sozinho, ele continuará lutando”. Esse é o verdadeiro heroísmo do povo revolucionário. Os escritores revisionistas modernos soviéticos têm medo desta ideologia do povo revolucionário. Eles atacam esta ideologia, a qual está sendo compreendida cada vez mais por um vasto número de povos revolucionários, e tentam resistir a esta ideologia com sua filosofia da sobrevivência.
Procedendo com a pregação da filosofia da sobrevivência e servindo às necessidades dos políticos revisionistas, os escritores revisionistas modernos soviéticos não se limitam à glorificação de covardes aterrorizados com a morte; eles inevitavelmente dão o próximo passo – embelezar traidores que desertam para o inimigo. Novamente, vamos pegar O destino de um homem de Sholokhov. Quando Sokolov, o herói, acha que a linha do front mudou para além dele, ele fica apavorado e voluntariamente “caminha para o Oeste, para a captura”. Mais tarde ele responde ao chamado dos gangsters de Hitler e trabalha subservientemente como motorista de um major fascista, assim abertamente traindo sua pátria mãe. Sokolov, um personagem louvado aos céus pelos revisionistas modernos soviéticos, é de fato um completo traidor.
A literatura soviética está agora crescentemente enchendo-se com esses tipos de “heróis”. Os personagens criados por V. Bykov estão entre os mais flagrantes. Em seu Páginas do front, A cilada, Balada alpina e outros trabalhos, Bykov exorta a si mesmo a exaltar a vacilação, a hesitação, medo da morte, etc. dos soldados soviéticos em face do inimigo e altos elogios a estes covardes como “heróis”. No pequeno romance, A cilada, o tenente de artilharia Klimchenko é capturado e mais tarde solto pelo inimigo. Quando ele sente que não vai ser fuzilado, ele pula de alegria e grita: Viva! Viva! Viva!
A literatura revisionista soviética não glorifica somente traidores e difama os verdadeiros heróis, ela também vende a filosofia da sobrevivência em nome de escrever em memória dos mártires. O longo poema Réquiem do jovem poeta R. Rozhdestvensky, o qual nós já mencionamos, é um exemplo neste caso. Sob a dedicatória “À memória de nossos pais e irmãos mais velhos, os eternamente jovens homens e oficiais do Exército Soviético que caíram nas frentes da Grande Guerra Pátria”, o poema vende a idéia reacionária de recusa em devotar a vida à revolução. O longo poema começa historicamente pela repetição da frase “Glória eterna aos heróis”. Mas imediatamente depois, o poeta pergunta traiçoeiramente:
Mas para que serve,
Essa glória,
Para a morte?
Para que serve,
Essa glória,
Para a queda?
Quem salvaram
Todos os que vivem.
Mas não salvaram
A si próprios…
Para que serve isso?
Essa glória
Para a morte?.. .
“Para que serve isso, essa glória para a morte?” Que pergunta peçonhenta! Foi a glória pessoal o único objetivo dos heróis que valentemente resistiram ao imperialismo norte-americano e à reação pela libertação e independência nacional de seus países, e que avançaram passo-a-passo, verteram seu sangue e sacrificaram suas vidas? Nguyen Van Troi e muitos heróis desconhecidos da Ásia e da África sacrificaram suas vidas gloriosamente no calor da batalha e assim despertaram mais e mais lutadores do tipo de Nguyen Van Troi para a ação. Pode-se dizer que eles morreram em vão?
Os escritores revisionistas modernos soviéticos revelam completamente seus próprios traços horrendos através de suas atitudes a respeito dos verdadeiros heróis revolucionários e a respeito dos heróis pseudo-revolucionários. De fato, seus trabalhos pregam que a bem da sobrevivência e da salvação da própria pele, não importa que se torne um traidor, capacho ou lacaio, ou cometa atos nojentos traindo os interesses nacionais, traindo a causa revolucionária e capitulando ao imperialismo.
A imprensa controlada pelo grupo da liderança do PCUS amontoa intermináveis elogios a esse tipo de trabalho. Eles estão traduzindo para línguas estrangeiras e adaptando em filmes, que estão sendo obrigatórios nos países asiáticos e africanos e em outros para envenenar a mente de seus leitores e sua audiência. O objetivo de tudo isto é usar o apelo artístico da literatura para solapar o desejo de luta dos povos revolucionários. Por sua própria experiência na grande luta contra o imperialismo norte-americano e os reacionários, os povos em luta na Ásia e na África têm-se tornado crescentemente conscientes dos perigos criados pela literatura e pela arte soviéticas contemporâneas; eles se sentem mais e mais fortes em nome da oposição ao imperialismo norte-americano, é imperativo opor-se resolutamente ao revisionismo moderno. Os povos em várias regiões da Ásia e da África boicotam firmemente a literatura e os trabalhos de arte que advogam a filosofia da sobrevivência e o capitulacionismo. Isso mostra mais convincentemente a essência dessa literatura.

III. Embelezando a classe inimiga e advogando a reacionária teoria da “natureza humana”

Em seu esforço em executar a linha capitulacionista da “coexistência pacífica”, os revisionistas modernos soviéticos tentam intensamente embelezar a classe inimiga. Para este propósito, eles têm desenterrado a reacionária teoria da “natureza humana” para servir como base teórica. Eles proclamam que a natureza humana é comum a opressores e oprimidos, aos imperialistas e aos povos da Ásia, África e América Latina. Eles espalham pontos de vista tão reacionários como a “ressurreição da natureza humana” e o “completo e harmonioso desenvolvimento do homem”.
No capítulo “Balada sobre uma estrada” em seu longo romance Lipyagi, S. Krutilin louva o kulak contra-revolucionário Matvei que torna-se um “adorável” homem porque sua “natureza humana foi ressucitada”. Matvei é o assassino do camponês pobre Taras. Uma vez renegado e membro da gangue bandida de Makhno, Matvei é responsável pela morte de muitas pessoas. Mas uns poucos anos mais tarde, este contra-revolucionário, culpado dos mais abomináveis crimes, é finalmente comovido por sua consciência. Ele retorna para sua vila e, ajoelhando-se aos pés da viúva Tara, pede seu perdão. No entanto, ele não pode ganhar a confiança e a compreensão das pessoas à sua volta. Elas o olham com “olhos desdenhosos”. Penitente e atormentado espiritualmente, ele depara com um beco sem saída e finalmente se enforca. O escritor espalha a idéia que uma vez ressuscitada sua “natureza humana”, os contra-revolucionários guardarão suas facas de abate e se ajoelharão aos pés das pessoas. Se isto fosse assim, haveria mais alguma necessidade de luta entre opressores e oprimi-dos, entre senhores e escravos, entre assassinos dos povos e revolucionários? Haveria alguma necessidade do povo fazer a revolução? Apenas a necessidade de esperar pela ressurreição da natureza humana, quando todas as contradições serão resolvidas e a paz prevalecerá no mundo. Mas quem já viu as coisas acontecerem assim? Quem já viu antagonismos de classes resolvidos pela abstrata natureza humana? Os trabalhos que louvam a força da natureza humana são meros embelezamentos do inimigo nada são além de mentiras e trapaças.
Sholokhov em seu O Don Silencioso, vai muito mais além que o embelezamento de Matvei por Krutilin na sua glorificação da “natureza humana” de Grigori, comandante de divisão no exército contra-revolucionário rebelde lutando contra o Exército Vermelho. Sob a caneta de Sholokhov, Grigori aparece do início ao fim como de bom coração, corajoso, correto e simpático. Ele nunca perde sua “natureza humana” nem quando ele está raivosamente assassinando marinheiros vermelhos. Ele lamenta ter matado, atormenta-se, sente dor e chora amargamente. E então, a este oficial contra-revolucionário, de espada na mão, é dado um nobre caráter! De acordo com a lógica de Sholokhov, um revolucionário e um contra-revolucionário não se diferenciam pela virtude da classe à qual eles pertencem. A “natureza humana” é o único critério para julgar uma pessoa. Grigori não é moralmente baixo porque é um comandante de divisão em um exército contra-revolucionário rebelde, tampouco um revolucionário tem espírito nobre porque luta pela causa revolucionária. Todos os homens e classes devem encontrar a prova da “natureza humana”. Nas palavras dos críticos revisionistas modernos da Unia Soviética,
… a respeito das mudanças que ganharam terreno na concepção de homem na literatura soviética: características que poderiam ter parecido positivas ontem agora ocasionalmente apresentam-se como negativas… Alguns recentes heróis positivos não passaram no teste da natureza humana… Os parâmetros das qualidades humanas estão mudando. [11]
Beleza tem se tornado feiúra e feiúra, beleza; inimigos tem se tornado amigos e amigos, inimigos. Tal é a grande contribuição da literatura soviética atual em sua defesa da abstrata natureza humana! Eles clamam que a força da literatura da “natureza humana” tem “brilhado” tocado os corações das pessoas que pertencem a classes antagônicas. Em A terceira Chama de V. Bykov, o homem do Exército Vermelho Loznyak em socorro de um piloto de tanque fascista alemão que está morrendo queimado. Procurando pelo seu corpo, Loznyak descobre “algumas fotografias embrulhadas em celofane”, uma das quais mostra “uma sorridente garota de cabelos loiros… Muito bonita”, e uma outra mostra o fascista com sua mãe. No verso desta estão escritas algumas palavras em alemão. Enquanto lia a inscrição do bandido fascista que estava fora para escravizar sua terra-mãe, o homem proletário do Exército vermelho murmura para si:
E por um minuto estas poucas palavras me deixaram perdido. É realmente tão óbvio, mas eu nunca pensei que meu inimigo iria subitamente revelar ter uma mãe, uma velha mulher com rosto entristecido, ou que ela iria tão inesperadamente aparecer entre nós. Ela o ama, ele é seu último filho, e , como qualquer mãe, ela está temerosa de que alguma coisa possa acontecer a ele – as muitas coisas que têm acontecido com ele. Sim, ela deu-lhe a vida, amamentou-o, regozijou-se quando ele começou a andar, começou a falar. Ela viu isto que ele não tinha notas ruins na escola e não havia gripado, não caiu doente ou foi atropelado. Ela fez apenas o que minha mãe, a de Lusya, a de Popov, de Lukyanov e todas as milhões de mães na Terra fazem. Ele talvez seja um bom filho, ele talvez a ame e seja muito querido desta garota.
Pensando tudo isto, Loznyak perde todo ódio e coragem e sente-se abatido. Qual é a posição de classe do autor e para que tipo de pessoa é dirigido o retrato do personagem?
Bykov conta a seus leitores que a bela garota e a mulher de idade embaçaram o ódio entre homens de duas classes antagônicas, e que o amor da garota e os pesares da mãe ligaram seus corações. A brecha entre os fascistas e o povo sofrendo a agressão foi estreitada; os dois lados têm naturezas humanas “comuns”. Conseqüentemente, os inimigos e assassinos dos povos são descritos como amigos. Não é isto um corolário vívido do muito presunçoso slogan revisionista moderno dos Kruchovistas que “O homem é um camarada, amigo e irmão para o homem”?
Mas que natureza humana “comum” existe ao falar entre Johnson, que está massacrando o povo no Vietnam com bombas de napalm e armas químicas, e o povo Vietnamita, que está travan- do uma heróica guerra de resistência? Os dois lados sem distinção “camaradas, amigos e irmãos”. Johnson não pode ser considerado nenhuma outra coisa senão o inimigo jurado do povo vietnamita.
Ativamente propagando a idéia da “comunhão da natureza humana” de todas as pessoas (se eles são opressores ou oprimidos, as classes reacionárias governantes ou o povo), os escritores revisionistas modernos soviéticos buscam solapar e quebrar o desejo de luta dos povos revolucionários, em uma permanentemente vã tentativa de impedir os povos escravizados, oprimidos e explorados de se emanciparem.
A literatura revisionista moderna soviética não somente faz o possível para embelezar oficiais e soldados dos exércitos contra-revolucionários e agressores, mas também canta ao mesmo tom que Kruchov em vergonhosamente elogiar o imperialismo norte-americano, o inimigo comum dos povos do mundo. Peguemos Homens, Anos, Vida, de Ehrenburg, como um exemplo. Em seu relato de uma visita ao sul dos Estados Unidos, ele tem que dizer algo sobre a discriminação e a perseguição sofrida pelo povo negro de lá. Entretanto, estando mortalmente com medo de ofender o imperialismo norte-americano, ele volta a cantar os elogios à reacionária camarilha governante norte-americana.
Eu sei que agora muito… mudou [referindo-se à perseguição dos negros pela camarilha governante norte-americana]. Até mesmo os reacionários americanos entenderam que a África está acordada e que a perseguição dos negros exclui a possibilidade de boas relações com os Estados recém-nascidos. … Eu tenho contado minha viagem ao sul não para censurar os americanos… Eu estou pensando sobre o que vi e experimentei, eu quero encontrar uma saída.
E a saída é “o desenvolvimento harmonioso do homem”. Debaixo da caneta de Ehrenburg, a atual classe governante norte-americana tem feito “progressos” e tornou-se “sensata”. O imperialismo norte-americano não é mais o inimigo No 1 dos povos do mundo. O povo negro americano pode atingir sua libertação se eles desejarem somente esperar pelo imperialismo norte-americano outorgar-lhes esta natureza humana “harmoniosamente desenvolvida”. De acordo com Ehrenburg, os negros americanos não tem necessidade da revolução, nem os povos da Ásia, África e outras partes do mundo não tem nenhuma necessidade de lutar contra o imperialismo norte-americano.
O fato de Ehrenburg e seus iguais não terem economizado esforços em anunciar o “progresso” da classe governante norte-americana expõe completamente os escritores revisionistas modernos soviéticos como lacaios em sua atitude para com o imperialismo norte-americano. Ao lado dos reacionários norte-americanos, eles estão ludibriando os povos, encobrindo os abomináveis crimes dos imperialistas norte-americanos em dirigir agressões armadas por todos os lugares no exterior e praticando um regime fascista em casa. Assim eles tentam induzir os povos oprimidos pelo mundo (incluindo o povo americano) a desistir da luta e abster-se da revolução, e, pelo contrário, esperar comodamente pelos imperialistas norte-americanos fazerem o “progresso” constante, e suplicar-lhes que mostrem misericórdia. Lenin disse, “O escravo que descreve quando convencidamente descreve sandices sobre a existência escrava e que vai em êxtase para seu bom e gentil mestre é um completo estúpido”. Ehrenburg e seus iguais são apenas tão completos estúpidos.
Os escritores revisionistas modernos soviéticos têm lançado aos ventos as leis da luta de classes e louvado a reacionária teoria supra-classes da natureza humana a um grau absurdo. Eles fizeram da “natureza humana” a chave universal para a resolução das contradições entre as classes e entre todas as nações.
Presidente Mao Tsetung disse, “…existe apenas natureza humana no concreto, não há natureza humana no abstrato. Na sociedade de classes existe somente natureza humana com caráter de classe, não há natureza humana acima das classes.” Persistentemente advogando uma natureza humana comum a diferentes classes, natureza humana no abstrato, os escritores revisionistas estão atualmente fazendo isto servir sua política capitulacionista.
As leis da luta de classes são independentes da vontade humana. Onde há agressão, há resistência, e onde há escravização, há revolução. Entretanto, com freqüência a mentira sobre a natureza humana no abstrato é repetida, e continua a mentira. A natureza dos imperialistas e todos os reacionários nunca mudará e eles não irão contra a lei pela qual eles são governados – provocar distúrbios, fracassar, provocar distúrbios de novo, fracassar de novo… até sua queda. Igualmente, os povos da Ásia e África seguirão sua própria lei em suas lutas revolucionárias – lutar, fracassar, lutar de novo, fracassar de novo, lutar novamente… até a vitória.
Continuara...

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