As guerrilheiras e os guerrilheiros do Araguaia são parte inesquecível da gloriosa história do proletariado de nosso País e internacional, são exemplo de sacrifício heroico das mulheres e homens que no combate pela causa da revolução entregaram genrosamente suas vidas para desencadear a Guerra Popular em nosso país, como único caminho para destruir o velho Estado de grandes burgueses e latifundiários, serviçais do imperialismo. Levantamos ao alto nossas bandeiras ainda mais vermelhas pelo seu sangue derramado nos combates da mais importante luta pela libertação do nosso povo e de nossa Pátria e pela causa do luminoso comunismo. Desde aqui, uma vez mais saudamos a memória gloriosa dos guerrilheiros e em especial das guerrilheiras do Araguaia.
Os antecedentes da Guerrilha do Araguaia
As décadas de 1960 e 1970 foram um período de grandes turbulências políticas, de profundas crises política, social, econômica e militar, de agudização da luta de classes e pugnas entre as frações da grande burguesia e seus grupos de poder. Se levantava o movimento de massas e crescia o clamor popular por reformas e direitos no país. No campo, as Ligas Camponesas nascidas nos anos 1930 da luta do campesinato pobre pelo sagrado direito a terra para quem nela trabalha, atingem o auge de sua atividade e, apesar de estarem influenciadas pelo castrismo, causavam pavor nas classes dominantes, principalmente frente a possibilidade desse numeroso movimento de massas se unir à vanguarda comunista, como havia ocorrido nos anos 1940 e 1950, quando o Partido Comunista ganhara a confiança dos camponeses e dirigiu algumas das lutas camponesas mais importantes da história do Brasil como Tombas e Formoso e Porecatu. Particularmente nesse início dos anos 1960, quando o Partido se aproximava do pensamento Mao Tsetung, essa possibilidade de fusão com a luta camponesa causava temor na velha ordem. Toda essa situação revolucionária ameaçava o sistema de poder vigente, preocupando as altas cúpulas das forças armadas reacionárias e do imperialismo ianque.
Já nas primeiras décadas do pós-guerra, finais dos anos 1940 e início dos anos 1950, o imperialismo norte-americano encorajava os grupos mais reacionários a apertarem o controle do Estado para deter o crescimento do movimento de massas. Após várias tentativas golpistas fracassadas, no dia 1º de abril de 1964, impulsionado pelo imperialismo ianque, foi consumado o golpe de Estado articulado por militares e civis que derrubou o governo constitucional de Goulart e instalou um regime político abertamente fascista. O regime militar aglutinou os setores mais reacionários da sociedade brasileira e aprofundou o domínio do imperialismo, principalmente ianque, sobre o país.
Foi um regime sanguinário, que reprimiu brutalmente as lutas populares, perseguiu e reprimiu democratas e progressistas e suspendeu os direitos e garantias conquistados a duras penas por nosso povo. Se por um lado esse foi um período do fascismo aberto e da mais brutal repressão contra o povo, por outro demonstra a veracidade da lei marxista de que “onde há opressão, há resistência”.
Em que pese a prevalência do oportunismo no movimento operário e popular, devido à influência da direção pequeno-burguesa principalmente expressa na capitulação da resistência pelo Partido de Prestes, que avaliou que o golpe era uma quartelada, um rearranjo de curta duração, mas também pelo vanguardismo das organizações foquistas, castristas, guevaristas e trotskistas, que apostaram na luta armada urbana e se afastaram da construção de organizações de massas no campo.
Também foi um momento em que muitos revolucionários brasileiros romperam com essas direções e buscaram o caminho proletário, impulsionando a reorganização do Partido Comunista do Brasil que desde 1962 vinha levantando a bandeira da tomada revolucionária do poder, da Guerra Popular, e se aproximava do pensamento Mao Tsetung, tornando-se, nesse momento, o autêntico representante do proletariado, o verdadeiro Partido Comunista do Brasil, adotando a sigla PCdoB para se diferenciar do grupo revisionista de Prestes que sob a continuidade da sigla PCB seguia a linha de krucshov e do social-imperialismo soviético.
A reorganização do Partido e a Guerrilha do Araguaia
Em meados dos anos de 1960, os primeiros militantes do Partido Comunista do Brasil começaram a ser deslocados para a região conhecida popularmente como “Bico do Papagaio”. Dezenas de militantes revolucionários oriundos de diversas regiões do país se transferiram para as selvas do sul do Pará, integrando-se à vida das massas camponesas, criando profundos laços com a população da região. Conformaram destacamentos guerrilheiros se preparando para desencadear a luta armada revolucionária. Entre os mais de setenta guerrilheiros que lutaram no Araguaia, doze eram mulheres. As guerrilheiras, como autênticas revolucionárias comunistas, entre outras tarefas, trabalhavam alfabetizando as crianças e cuidando da saúde dos moradores, sempre servindo ao povo em suas maiores necessidades.
Por iniciativa do inimigo, em 12 de abril de 1972, iniciaram os combates contra a primeira campanha de cerco e aniquilamento feita pelo Exército Brasileiro reacionário, que pôs em ação mais de 5 mil homens, em conjunto com a Aeronáutica, Marinha e Polícia Militar, munidos de fartos armamentos e recursos materiais. Foram necessárias três campanhas que duraram dois anos, e que juntas somaram mais de 30 mil homens, para derrotar os cerca de 70 guerrilheiros. Em maio de 1974 os últimos combatentes foram cercados e chacinados assassinados pelo exército reacionário do velho Estado. Como parte de sua apodrecida moral burguesa, as forças armadas reacionárias cometeram todo tipo de atrocidades no Araguaia, torturaram e assassinaram guerrilheiros presos e massas locais para retirar-lhe informações. E da parte de nossos bravos guerrilheiros não conseguiram arrancar uma só palavra, o que foi possível pela força de sua ideologia e profunda confiança nas massas fazedoras da história e no Partido Comunista que as dirige! O que permitiu a esses companheiros e companheiras combaterem e resistirem em condições de pessoal e armamentos muito inferiores aos da reação, enfrentar a tortura e desafiar a morte foi a decisão inabalável de fazer a revolução.
A Guerrilha do Araguaia, dirigida pelo Partido Comunista do Brasil, foi o principal marco na história da luta revolucionária de nosso povo. Em que pesem os erros de concepção, resultantes da baixa assimilação do Maoismo pelo Partido, essa foi extraordinária experiência revolucionária, de grande aprendizado e inestimável valor, inapagável na lembrança e na história de nosso povo. A assimilação do correto balanço da Guerrilha do Araguaia segue sendo uma questão decisiva para dar continuidade à luta revolucionária. E sem dúvida as suas lições mais importantes dizem respeito ao heroísmo, a abnegação e o espírito de sacrifício dos guerrilheiros, entre eles as mulheres comunistas!
Pedro Pomar escreveu em seu documento de balanço:
“Certamente, como já disse, a experiência do Araguaia tem aspectos de valor que devem ser sistematizados e aproveitados. O espírito de luta, heroísmo mesmo, o esforço para adaptar-se às condições do meio, a capacidade de resistência, precisam ser salientados e devidamente estimados; servem como exemplo. Nosso Partido sempre se orgulhará dessa luta; do sacrifício dos camaradas que lá tombaram, tentando abrir caminho para a vitória de nossa causa.”
Com a ação combinada da reação e do revisionismo, o balanço da Guerrilha do Araguaia foi interrompido com o assassinato dos principais quadros do Partido Comunista do Brasil em 1976, no episódio que ficou conhecido como Chacina da Lapa, o PCdoB, sob a direção da camarilha revisionista de João Amazonas, abandonou o caminho revolucionário da guerra popular e se degenerou rapidamente, se transformando nessa caricatura ridícula de partido comunista, dando origem a mais um partido oportunista e revisionista sob a continuidade da sigla PCdoB, que mancha e envergonha a honra dos verdadeiros comunistas que tombaram no Araguaia. Esse PCdoB segue utilizando de forma oportunista consignas dos comunistas e reivindica o heroísmo dos combatentes do Araguaia para ludibriar as massas, servindo ao velho Estado, do qual a décadas fazem parte, compondo o governo oportunista de Lula/PT, traindo por completo a memória gloriosa dos combatentes do Araguaia. Os revolucionários do Araguaia não lutaram por um governo dito popular que serve para gerenciar os interesses da grande burguesia e dos latifundiários, a serviço do imperialismo, como não se cansam de afirmar os revisionistas do PCdoB. Lutaram pelo socialismo, pela libertação de nosso povo, pelo comunismo.
Em 2010 a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil a reparar os danos causados aos familiares das vítimas da Guerrilha do Araguaia e declarou que o governo deve investigar, processar e punir os responsáveis pelas torturas, desaparecimentos forçados e execuções praticadas durante o regime militar. O governo brasileiro se limitou a medidas demagógicas e de fachada, como a formação da Comissão da Verdade, que não levou a cabo nenhuma investigação séria, muito menos puniu os criminosos do regime militar fascista, apesar de várias campanhas feitas por familiares de vítimas, personalidades democratas e progressistas, como a campanha feita pelo MFP exigindo a punição aos criminosos do regime militar. Passados vários anos de governo dito de esquerda, nenhuma punição aos torturadores, apenas mais reconhecimento e espaço para a participação dos militares na vida política do país. Demonstram em seus atos a quem servem esses descarados oportunistas, a corja mais reacionária e fascista, aos torturadores de alto coturno, aos militares e civis que dirigiram o golpe e o regime militar e que hoje operam sob fachada de um governo eleito pelas urnas, mas, na prática, tutelado pelo alto-comando das forças armadas reacionárias e do imperialismo, principalmente ianque. Podres traidores!
O heroísmo dos combatentes e das combatentes da Guerrilha do Araguaia jamais poderá ser esquecido pelos verdadeiros revolucionários e democratas de nosso país. São parte da luta ainda vigente por uma Nova Democracia, que porá abaixo as três montanhas de opressão que existe sobre nosso povo e a nação: a semifeudalidade, o capitalismo burocrático e o imperialismo. A Guerrilha do Araguaia provou mais uma vez que uma verdadeira democracia para as massas populares só pode ser concretizada através da destruição violenta de toda essa velha ordem. O sangue generoso de nossas guerrilheiras e guerrilheiros brota todos os dias em todos os cantos desse país e será cobrado com redobrada disposição para o combate, com maior assimilação da ideologia todo-poderosa do proletariado internacional o Marxismo-leninismo-maoismo aportes de validez universal do Presidente Gonzalo, e sua aplicação criadora à nossa realidade, maior compreensão da linha militar do proletariado – a Guerra Popular Prolongada, guerra unitária tendo o campo como principal e a cidade como complemento necessário, tudo como parte e a serviço da Revolução proletária mundial, da Guerra popular mundial até o Comunismo!
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