miércoles, 26 de febrero de 2025

GALIZA:Luita de classes mundial

 

Luita de classes mundial

1. Oriente próximo e o colonialismo da OTAN

Introduçom: Israel é um aparelho colonizador dos Estados Unidos e dos seus aliados da OTAN.

Se em algumha parte do mundo topamos com um processo de colonizaçom clássico esse lugar é Palestina. Na Palestina existe o enfrentamento entre os colonizadores (os israelenses) e os indígenas (a populaçom palestiniana) igual que os dos séculos passados. A expulsom dos indígenas das suas terras e vivendas que som ocupadas por colonos, a descriminaçom legal dos indígenas, o apartheid, a criaçom de “reservas” (Batustans) para indígenas, a limpeza étnica (desterro) e o genocídio, som todas práticas que caracterizam o colonialismo.

Como sabemos o colonialismo é um processo de substituiçom da populaçom autóctone por colonos, umhas pessoas de famílias de origem europeia (ainda que em alguns casos estas famílias levem décadas na América).

Umha vez que entendemos isto, fica claro que Palestina é a maior colônia existente na atualidade (ainda que nom é a única). Tamém fica claro que a única postura justa sobre Israel é exigir a total descolonizaçom da Palestina e a substituiçom do Estado de Israel por um estado palestiniano independente.

Outra cousa que demonstra o presente histórico da Palestina é que Galiza e os demais povos da Europa que sofrem opressom nacional nom som umha colônia. Simplesmente nom existem colônias na Europa. O que existe na Europa som países do centro imperialista que sofrem opressom nacional, mas isto é algo muito diferente de ser umha colônia.

Realmente tanto o sionismo “judaico”, igual que o sionismo “cristiano” de algumhas igrejas evangélicas, o fascismo (tanto cristiano, como pagano, como o admirador do nazismo, ou o fascismo indutva) e o salafismo takfiri, som todos eles instrumentos das potências imperialistas, dos estados burgueses do centro imperialista e em certos casos de algumhas potências regionais de países atrasados como a Índia, Arabia Saudita, Qatar, etc, etc. Nom se trata de guerras religiosas de ningum tipo. Aqui a religiom e o nacionalismo som os instrumentos da burguesia. A CIA e outros serviços terroristas de espionagem criam, armam e utilizam estas pessoas como mercenários e terroristas, para desta maneira conseguir os seus objetivos políticos. O sionismo e o salafismo em Oriente Próximo servem ao seu amo, a burguesia dos Estados Unidos. Naturalmente todos os serviços de espionagem dos países do centro imperialista tentam imitar a CIA e utilizar estas organizaçons terroristas.

Estes últimos anos assistimos a dous fenómenos importantes. O primeiro é o descrédito dos meios de comunicaçom da burguesia do centro imperialista. O segundo fenômeno é o acesso a informaçons de meios de comunicaçom libaneses, palestinos, iemenitas e dos jornalistas palestinos de Gaza, etc. O proletariado mais avançado da Europa, de América e do mundo, busca informaçom para poder tomar umha postura justa sobre a situaçom dos países que sofrem o colonialismo, os ataques dos grupos internacionais de salafistas takfiris, as mobilizaçons contra os governos fantoches das semi-colónias em África, a guerra da Ucrânia, as guerras populares, etc. Frente a este fenómeno notável os estados burgueses da Europa buscam formas de censurar as vias de comunicaçom dos povos oprimidos, dos movimentos revolucionários e tamém dos seus competidores russos.

Depois de entender tudo isto, podemos estudar mais particularmente o que está a passar em oriente próximo na Palestina, no Líbano, na Síria e no Iêmen.

Palestina.

A situaçom de Palestina é realmente dramática. O valente povo palestino leva polo menos desde 1948 sendo vítima de um processo de colonizaçom genocida sionista, mas já antes desta data sufriam o colonialismo británico.

Em Gaza temos um genocídio transmitido em direto. A barbárie colonial estende-se polo Líbano, por Síria, etc. Mas ao mesmo tempo, Gaza é o exemplo de que as guerras de libertaçom nacional e as guerras populares som invencíveis. Em um pequeno território como é Gaza, um exército do povo, criado polo povo e fusionado com as grandes massas é impossível de vencer enquanto nom seja exterminada toda a populaçom. A tecnologia, o poder de fogo empregado de forma criminal contra populaçom civil, nom pode acabar com Hamas, nem com a FPLP e demais organizaçons do Movimento de Libertaçom Nacional. De nada serve a tecnologia e o poder de fogo enquanto as grandes massas sigam desejando destruir os inimigos do povo e da humanidade. A guerra do povo (guerras de libertaçom nacional e guerras populares), ou como lhe chamam os militares burgueses “guerras assimétricas”, vencem aos exércitos regulares tanto em Palestina como no Líbano, igual que ganhárom na China, igual que no Vietnam e em Cuba, igual que ganhárom em Argélia, no 2006 no Líbano, igual que em Angola, em Moçambique, nas guerras de independência de latinoamérica e no levantamento dos escravos de Haiti. As massas mobilizadas, armadas, e que sabem que realmente combatem polo seu povo, som invencíveis. A história demonstra que numha guerra justa podem dar-se derrotas em certas batalhas mas que só as debilidades internas, som as únicas que podem provocar a divisom entre as grandes massas que sustinham as forças populares, e que isto pode levar à derrota da luita contra o colonialismo e pola revoluçom, como sucedeu na Kampuchea. Realmente, o imperialismo é um tigre de papel. Um tigre que pode matar nom se sabe se as 47.000 pessoas que contabilizam os serviços médicos em Gaza, ou as mais de 100.000 que calculam em algum estudo sobre as massacres de Gaza. Quando se trata de umha guerra industrial como a guerra proxy entre a Otan e Rússia, o poder de fogo, o número de efetivos, e a capacidade de produçom armamentista, som os fatores mais determinantes na carnificina. Mas, quando de um lado há um povo em armas, quando as crianças crescem admirando o exército do povo, quando estas crianças tenham a idade de combater a sorte do inimigo será a sua destruiçom.

Na colonizaçom da Palestina o fator externo que ataca a todas as classes sociais, borra as diferenças de classe, borra as contradiçons sociais. Entre os refugiados que vivem em tendas de campanha há pessoas palestinas de qualquer classe social, porque o colonialismo é um fator externo à própria sociedade e porque o colonialismo nom é “conservador”, nom deseja manter os costumes reacionárias dumha sociedade, nem tampouco manter os privilégios dumhas pessoas, senom que o que busca é criar novos costumes e novos privilégios. Desta maneira podemos dizer que numha colónia a própria pequena burguesia, a mediana burguesia e outra burguesia nom tam mediana, estám todas objetivamente interessadas na independência. Mas numha colónia pode-se dar o caso que certo setor que ocupa postos na administraçom, no exército, que está sendo subornado, que é a polícia dos indígenas, se sinta cómoda como está e incluso, que num momento no que a guerra de libertaçom nacional os pilha perto se situem ao serviço do colonialismo como autênticos inimigos do povo. Na Palestina, estamos assistindo a isto mesmo por parte da Autoridade Nacional Palestina. Umha autoridade palestina que combate com as armas ao Movimento de Libertaçom Nacional, como sucedeu em Jenin e outras localidades. Ou que retira as ajudas económicas para as familias dos mártires, dos prisioneiros, dos enfermos e mutilados depois de passar pola prisom e tortura sionista. Umha Autoridade Nacional Palestina que é umha força sipaia.

Realmente a Autoridade Palestina leva muitos anos em um processo de transformaçom em umha eficaz força sipaia. Esta mesma autoridade no passado chegou a vetar a libertaçom de prisioneiros como foi o caso de Marwan Barghouti. Um militante do mesmo partido Fatah do que formam parte os dirigentes da corrupta Autoridade Palestina. Marwan é um homem honesto mui amado polo povo palestino de Cisjordânia que nom se ia deixar sobornar pola Autoridade Palestina. Ele foi um importante dirigente durante a primeira e a segunda intifada e foi preso no ano 2002. Foi acusado de terrorismo e sentenciado a cinco penas de prisom perpétua. No intercâmbio do soldado sionista Gila Shalit e prisioneiros palestinos, Hamas exigiu a libertaçom de Barghouti mas a Autoridade Palestina vetou este intercâmbio que levou a liberdade de muitos outros prisioneiros, entre eles a libertaçom de Yahya Sinwar. Em sondagens feitas na Cisjordânia, um 60 por cento dos palestinianos votaria por Barghouti para presidente da Autoridade Palestina.

As similitudes entre a figura de Marwan Barghouti e a figura do mártir Yahya Sinwar de Hamas som importantes. Os dous encarnam combatentes palestinos que sofrem a prisom sionista, que som amados polo povo e que som incorruptíveis. A Autoridade Palestina e Fatah enfrentam umha situaçom parecida à de Hamas com Sinwar. Umha pessoa que seria muito útil como figura decorativa mas que ao ser incorruptível nom é possível utilizá-lo. Umha figura que se é expulso do partido levará com ele a umha boa parte da sua base social. Umha figura que se é marginalizada dentro do partido acabará ganhando qualquer processo democrático interno. Definitivamente Barghouti é o Sinwar de Fatah.

Realmente o mais adequado seria evitar a guerra interna com a Autoridade Palestina quando o inimigo externo (as forças coloniais), atacam, invadem e colonizam Palestina.

Diante desta situaçom nós desde aqui nom podemos dar crédito às mentiras dos representantes da Autoridade Palestina. Devemos tentar denunciar a Autoridade Palestina entre o movimento internacionalista de solidariedade com a Palestina.

Em este mesmo mês de Fevereiro, em umhas declaraçons para o Canal 12 israelense o novo Chefe do exército israelense (depois da renúncia do seu predecessor), o General Eyal Zamir, afirmou que em Israel há “5942 famílias em luto”, umha expressom reservada para familiares de militares mortos em combate. Tamém afirmou que os serviços médicos admitiram em reabilitaçom a mais de 15.000 militares por problemas físicos ou psíquicos. Com 6000 mortos esta seria a segunda guerra com mais mortos israelenses depois do que eles chamam “a Guerra de Independência” em 1948. Ademais, o número de suicídios de militares tamém aumentou. Isto danos umha perspetiva da debilidade de Israel acostumado a fazer bombardeamentos aéreos que nom ponhem em perigo os seus efetivos, mas que agora topa-se com uns inimigos dispostos a sacrificar as suas vidas polo povo, mostrando as debilidades do estado colonial.

O povo libanês e Hezbolah, o povo iemenita e Ansarolah, tenhem demonstrado o seu heroísmo ao se enfrentarem ao colonialismo Estadunidense. Ainda que nom imos entrar agora a contar os grandes méritos destes povos, temos que mostrar a nossa mais funda admiraçom e a necessidade de reconhecer os seus méritos dentro do movimento anticolonialista e internacionalista de apoio à descolonizaçom da Palestina.

O genocídio de Gaza demonstrou que os meios de comunicaçom europeus som os legitimadores dos crimes de guerra, igual que som os legitimadores da repressom contra os setores politicamente mais avançados do proletariado da Galiza, de Catalunha, de Euskal Herria, de Espanha, de Portugal e de qualquer outro povo. A imprensa é um instrumento necessário da ditadura da burguesia.

Este ano 2025 será importante para o futuro da Palestina e desde Europa devemos fazer um trabalho útil de apoio estratégico ao Movimento de Libertaçom Palestino. Devemos superar este oceano de confusom no que vivemos nas nossas sociedades. As iniciativas que reclamam a descolonizaçom da Palestina som umha prioridade estratégica.

A frágil trégua em Gaza pode ser rota em qualquer momento. O Estado colonial sionista leva violado a trégua de Gaza e do Líbano miles de vezes. Ademais a trégua de Gaza vai acompanhada de um grande aumento dos ataques contra a populaçom da Cisjordânia com um nível de desplazados que é o maior desde 1967. Esta trégua nom nos deve levar a umha desmobilizaçom. Estamos em um ponto crítico da colonizaçom do Oriente Próximo.

Estar informados e diferenciar entre um discurso humanitário lógico de certos setores e a necessidade de denunciar a colonizaçom de Palestina. A prioridade de deixar claro que um estado dos colonos e um estado dos indígenas é outra maneira de seguir com o genocídio, tem que ser a nossa guia. Desde aqui é necessário seguir atentos aos acontecimentos no apoio ao Movimento de Libertaçom Nacional da Palestina. Temos que denunciar e fazer pressom para que a Autoridade Palestina nom consiga arrastar umha parte da massas da Palestina. Quando a Autoridade Palestina tiver que optar claramente entre apoiar (ainda que só seja “humanitariamente”), ao seu povo, ou enfrentar-se ao povo como um sipaio sacando-se a máscara e ficando à vista das massas o que som. Esse será o ponto de inflexom. Sem dúvida que este ano é muito importante para o futuro da Palestina e da Autoridade Palestina. Nós devemos estar atentos como mudam as cousas e avançam os acontecimentos, porque esta é umha parte importante do apoio ao Movimento de Libertaçom Nacional da Palestina. Temos que apoiar prioritariamente as diferentes iniciativas enmarcadas em estes parâmetros.

Pola descolonizaçom da Palestina!                                    

Galiza Vermelha

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