martes, 18 de noviembre de 2008

Nepal: Revoluçao e acordo. Un artigo do camarada Biplap


A continuación publicamos o artigo Revoluçao e acordo, do camarada Biplap aparecido no Red Star de Octubro, en lingua portuguesa tomado da pagina do CEBRASPO.



Revolução e acordo
Netrabikram Chand "Biplap" (*)


Nossa revolução está na etapa de negociação e o nosso Partido vê o acordo como um outro aspecto da luta de classes. Este assunto não está finalizado: se a revolução já foi realizada através do acordo, ou o acordo a direciona para a contra-revolução. Existe uma luta feroz e incessante entre estes dois pontos de vista, que chama a atenção a nível nacional e internacional.
O marxismo aceita a possibilidade de se fazer acordos; mas, sem dúvida, considera impossível a vitória de uma revolução através de muitos acordos. O acordo, como tal, pode ser útil numa etapa da revolução para obter o poder do Estado, mas é impossível assegurar o poder à classe proletária só através desses compromissos. Ao contrário, as tendências oportunistas e reformistas não só os consideram necessários, como os consideram como "tudo". Eles crêem que a sociedade e o poder do Estado podem ser transformados através de acordo; mais ainda, acreditam também na revolução, através do "negociacionismo". Estas duas tendências vão, gradualmente, chegando a um ponto crucial em nosso país.
Nosso Partido, o PCN (Maoísta) e o Congresso Nepalês (CN), estão em desacordo sobre o tema da negociação. Partindo do ponto de vista da luta de classes, o CN não crê em uma revolução no Nepal. O CN deseja a negociação com o PCN (M), o PCN (UML) e outros partidos, dividindo entre eles os ministérios. De acordo com a perspectiva do CN, é mais do que suficiente progredir economicamente. A revolução política não é necessária.
Consideram que o debate lógico e a planificação de uma revolução é uma atividade de extremistas. Sugerem que o PCN (Maoísta) não deveria fazer a revolução e sim ficar satisfeito com uma fatia dentro do governo. Porém, o objetivo fundamental do PCN (Maoísta) é o comunismo, através da República Popular e através da etapa do socialismo. Por esta razão, o Estado deve estar abaixo e sob a liderança de um partido comunista. Então, nós, os Maoístas devemos nos opor ao "negociacionismo", ainda que não estejamos, particularmente, contra os acordos pontuais de per si.
Devido ao impacto da luta de classes, diferentes perspectivas sobre o acordo e o negociacionismo emergem à superfície dentro do Partido; isto não deveria ser uma surpresa. Falando francamente, a tendência do negaciocionismo está se espalhando como uma enfermidade dentro do Partido. Este tipo de tendência é cem vezes mais perigosa que o negaciacionismo do CN. Esta tendência, através da chamada revolução econômica e da repartição de poderes, procura acabar com a revolução política aqui. Consideramos que é uma debilidade do negaciacionismo depender de elementos hostis, por ter abandonado os fundamentos indispensáveis para assegurar o poder do Estado.
O CN quer conduzir o país para uma contra-revolução. Ele deseja que um partido comunista científico e que a revolução proletária se transformem em uma classe dirigente ancorada no velho Estado. Por esta razão, fizeram uma petição de sete pontos, que incluem a dissolução do Exército de Libertação Popular (ELP), do YCL e uma redução de todos os ganhos obtidos durante a Guerra Popular. Se o PCN (Maoísta) aceita estas pré-condições, pode estar no governo, caso contrário, não pode. O propósito destas pré-condições é levar o país à contra-revolução. Aceitar estas condições é acabar com a revolução.
Nós, os Maoístas, devemos cambiar este acordo numa revolução e fortalecer a revolução perante a contra-revolução. Por isto, devemos expandir as tarefas e as bases da revolução. Vamos consolidar o Partido, o Exército de Libertação Popular e a Frente Unida elevando-os a um novo patamar. Vamos estabelecer uma clara perspectiva econômica e política e tomar o poder do Estado.
Temos dissolvidos nossos centros de poder popular. Temos dissolvidos os tribunais e as milícias populares. Nossas cooperativas, comunas, postos de saúde e instituições educativas estabelecidas durante a guerra estão debilitadas. Nesta situação, se aceitarmos as exigências do CN, direta ou indiretamente, então declararemos que a revolução terminou. Não se tem discutido sobre isto, porém uma tendência considera que não haverá grande diferença se aceitarmos a dita exigência. A tendência a ser liberal, sobre estas demandas, não é revolucionária, ela colabora com os interesses do CN.
O acordo não é uma condição utilizada numa revolução. As coisas parecem pacíficas no período de negociações e acordos, o que é uma ilusão. Dois pensamentos rivais, tendências e forças lutam por trás de uma cortina delgada. Ambos procuram vencer sob a cobertura do acordo. Um quer destruir o outro, um cresce mais que o outro, o processo de repressão começa. Quando um está ao ponto de ser admoestado, isso não acontece, rompem-se as regras do acordo e começam a proteger-se através da luta. Defender-se, proteger-se, torna-se algo impossível e percebe-se que se é obrigado a começar uma confrontação entre revolução e contra-revolução.Então, o acordo acaba e o balanço das duas forças opostas se desmorona. Isto sucedeu em nosso país. Até agora, o CN e os imperialistas acreditavam que seriam capazes de destruir o PCN(Maoísta) antes da eleição. O povo, os partidos fraternos e as organizações mundiais pensavam que o PCN (Maoísta) seria reprimido. Porém, na eleição, o povo protegeu o Partido como protege a seus filhos; e o CN e os imperialistas falharam em sua missão.Como resultado, o CN agora deve reconsiderar sua exigência. Derrotamos o CN nas eleições, mas se não pudermos proteger a revolução estaremos em ruínas quando menos esperarmos. De fato, o conflito está relacionado com uma série de acordos que fizemos. Agora devemos nos preparar para a defesa da revolução, a figura do "acordo" deve acabar.
O acordo é um tema comum na revolução mundial. Se aceitarmos que a revolução nepalesa faz parte da revolução mundial; se quisermos aprender as lições dos Estados comunistas do século passado, o problema do acordo deve ser um assunto comum para todos os revolucionários do mundo. Isso significa que devemos pensar profundamente e desenvolver uma nova ideologia e conhecimento para resolver os problemas diante de nós e para a proteção da revolução nepalesa.
Ainda que não tenha sido suficiente atacar as necessidades e possibilidades atuais até agora, temos sido animados pelas sugestões e participações do comitê do MRI, do PCR e do PCI (Maoísta).
Em poucas palavras, o acordo é possível em uma revolução, mas uma revolução não é possível só com o acordo. Os imperialistas e os reacionários querem levar a revolução através da contra-revolução, porém os comunistas querem transformar o acordo em revolução.
A conspiração para transformar o acordo em contra-revolução está ocorrendo no Nepal. Devemos acabar com esta conspiração unindo as forças mundiais. Lutando contra as forças reacionárias podemos derrotá-las.
Qualquer revolução em qualquer parte do mundo é parte da revolução mundial.
Do mesmo modo, qualquer acordo é também parte da revolução no mundo. Por esta razão, os revolucionários do mundo devem unir forças para transformar o acordo em revolução. A Revolução é a realidade, porém o negacionismo é impossível.

( *) Biplap é membro do secretariado do Comitê Central (PCN-Maoista)

Outubro, 2008

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