O mês de novembro marcar a luta do povo preto, por esse motivo o Movimento Feminino Popular – MFP, vem homenagear algumas mulheres negras que fizeram história na luta do povo brasileiro. Certamente há muitíssimas outras, são heróinas desconhecidas, intelectuais progressistas e lutadoras simples do povo, e segue como tarefa das revolucionárias do Brasil descobrir e levantar seus estadartes.
MORTE AO RACISMO!
VIVA A LUTA DO POVO PRETO!
O racismo, opressão vivida por mais da metade da população do Brasil, tem suas raízes fincadas em mais de cinco séculos de opressão e exploração na qual está assentada a formação da nossa sociedade, fundada no colonialismo, na escravidão e semifeudalidade. A permanência desse resquício feudal na estrutura da sociedade até os dias atuais é sustentação ideologica reacionária para a exploração de grande contingente de massas populares que são submetidas aos piores salários, condições de trabalho, de moradia e humilhações cotidianas. Serve portanto a dominação do imperialismo, do latifúndio e da grande burguesia sobre o conjunto do povo e deve ser varrido pela revolução democrática pendente e atrasada em nosso país.
Não será por meio de promessas eleitorais, ou de reformas cosméticas de embelezamento do sistema capitalista, como o engodo da representatividade ou de um suposto empoderamento individual que apregoa que a vitória contra o racismo se dá com o enriquecimento de algumas pessoas, fragmentando a classe e enfraquecendo a luta dos oprimidos. A luta antirracista pode triunfar e triunfará profundamente vinculada a luta das classes trabalhadoras, numa Grande Revolução de Nova Democracia pela derrubada da velha ordem e pela construção de uma nova economia, nova política e nova cultura.
Dandara dos Palmares
Dandara do Palmares foi uma liderança importante na luta contra o escravismo colonial que conformava a situação do Brasil em meados do século XVIII. Dandara foi esposa de Zumbi dos Palmares, histórica liderança do Quilombo dos Palmares, que hoje se compreende enquanto parte do município de União dos Palmares em Alagoas. Dandara não era meramente esposa de Zumbi, mas uma liderança importante, tanto militar quanto politicamente do quilombo, sendo imprescindível na elaboração de estratégias e dirigindo batalhas importantes ao lado de homens e mulheres quilombolas na luta por libertar escravos e garantir a segurança do quilombo.
Dandara é expressão das mulheres negras que foram escravizadas que se recusaram a aceitar tal condição e ousaram desafiar e lutar contra o sistema de exploração e opressão vigente na época. Dandara, ao lado de Zumbi, foi contra estabelecer um acordo de paz com o governo de Pernambuco, entendendo que a conciliação dos quilombolas com o governo colonial significaria trair a luta pela liberdade. Ao ser presa, preferiu cometer suicídio a retornar a condição de escrava.
Tereza de Benguela
Nascida em 1700 e trazida para o Brasil como escrava, Tereza de Benguela foi uma liderança importante do maior quilombo do que hoje se compreende o estado do Mato-Grosso, o Quilombo do Piolho. Sob sua liderança política e militar, o quilombo, que integrava negros e indígenas libertados da condição de escravos, resistiu por cerca de duas décadas, até a sua destruição pelas forças de Luís Pinto de Sousa Coutinho. Tereza resistiu bravamente e liderou a resistência do quilombo até o fim. Como forma de humilha-la, arrancaram-lhe a cabeça e expuseram em um poste onde todos pudessem ver. Tereza segue sendo hoje expressão de fibra das mulheres lutadoras.
Maria Firmina dos Reis