Conheça, apoie, divulgue a sagrada luta pela terra.
Nota de repúdio – Mais uma ação
arbitrária da PM de Confúcio/Ênedy
Jaru,
03 de junho de 2016
Na tarde
do dia 24 de maio, a PM de Rondônia deu mais um espetáculo de fascismo, desta
vez no centro de Ji Paraná, contra 5 estudantes e um professor que distribuíam
um panfleto denunciando crimes do latifúndio e do velho Estado contra
camponeses. Em questão de minutos, juntaram 5 viaturas com vários policiais,
que apreenderam os materiais e levaram os jovens para a delegacia, um deles
algemado. Os apoiadores da sagrada luta pela terra denunciaram a prisão absurda
para a população que rapidamente se aglomerou pensando se tratar de um assalto.
Eles foram interrogados durante 6 horas, sem cair nas provocações e
arbitrariedades típicas da polícia, que pararam imediatamente quando advogados
se apresentaram para defendê-los. Quando eles estavam saíndo, policiais pararam
o carro da advogada e “verificaram” que estava sem a placa dianteira,
provavelmente retirada por eles mesmos, na porta da delegacia. Os apoiadores
serão processados.
O panfleto que os estudantes
distribuíam denunciava o arbitrário despejo de dezenas de famílias do
Acampamento Jhone Santos de Oliveira, ocorrido no dia 13 de maio, por dezenas
de policiais militares e o oficial de justiça Brito que ameaçou os camponeses.
Antes, o comandante da PM de Ji-Paraná Braguim realizou operações policiais
para provocar e aterrorizar os acampados.
No dia 23 de abril, os camponeses
tomaram o latifúndio Agropecuária Amaralina, localizado no distrito de
Rondominas, município de Ji Paraná, tem 16.000 alqueires, onde cabem mais de
1.500 famílias camponesas. Quem se diz o dono das terras é o latifundiário
Miguel Martins Feitosa, que mora nos Estados Unidos e tem um contrato com o
Incra de apenas 800 alqueires, com o qual explora a madeira e consegue
financiamentos bancários. Ele também é acusado de não pagar direitos a funcionários
e ameaçar quem tentar acionar a justiça do trabalho. Como dizia o panfleto feito
por camponeses de Ariquemes e Ji Paraná: quem
é o ladrão de terra?
O temido panfleto distribuído
denunciava ainda que no dia 24 de abril, os irmãos Jesser Batista Cordeiro e
Nivaldo Batista Cordeiro, posseiros na Área 10 de Maio, foram assassinados a
tiros, seus corpos transportados por 5 Km e jogados no Rio Candeias. Este crime
bárbaro ocorreu num domingo, pouco antes do meio dia, na linha Saracura, uma
estrada muito movimentada do município de Buritis, que estava ocupada por cerca
de 80 policiais, inclusive o Capitão Braguim, de Ji Paraná, em mais uma operação
da PM. O material lembrava também que em 2012, na mesma região, Braguim, assim
como Ênedy, participaram de uma operação policial quando o líder camponês
Renato Nathan foi assassinado, em plena luz do dia, a mando de latifundiários.
A prisão dos estudantes é mais um
ato criminoso da política agrária fascista do governador Confúcio Moura e o
comandante geral da PM Ênedy Dias de Araújo. Desde quando ele assumiu o comando
da PM, há 6 meses, a população do Vale do Jamari tem sido aterrorizada por
grupos de extermínio compostos por pistoleiros e policiais militares. A situação
é gravíssima! No final de abril, camponeses do Assentamento Terra Prometida, em
Ariquemes, reviveram um verdadeiro Estado de Sítio: pistoleiros sequestraram o ônibus
escolar, atacaram e torturaram o motorista e camponeses, metralharam a casa de
uma família. A polícia militar que desde o final do ano passado realiza
patrulhas constantes na área disse não saber de nada e o monopólio da imprensa
completa o cerco com um massacre de desinformação, como quando usaram fotos de
camponeses presos para ilustrar a notícia da prisão de dois dos PM's que
participaram do assassinato dos jovens Ruan e Alisson na Fazenda Tucumã, em
Cujubim. Após este crime, o Sargento Moisés e outros pistoleiros foram presos
em flagrante numa caminhonete carregada com um arsenal de guerra, mas “milagrosamente”
o PM conseguiu fugiu de dezenas de policiais do GOE e até um helicóptero.
Este bando assassinou os companheiros Enilson e Valdiro
em Jaru no último dia 23 de janeiro, fato pelo qual o estado de Rondônia foi
condenado pela Comissão Interamerican de Direitos Humanos. Em nota, a comissão frisou
o “aumento da situação geral de
perseguição, intimidação e ameaças contra defensores, particularmente
defensores dos direitos à terra, trabalho e direitos indígenas”. E ainda “a Comissão tem observado um aumento nos atos
de violência, repressão e criminalização desses movimentos sociais”. Foram eles
que atacaram e incendiaram o acampamento Hugo chaves do MST em Cacaulândia, em
abril último. Foram eles que destruíram as benfeitorias da Fazenda Fluminense e
assinaram o nome da LCP. Foi a PM desta região que, mesmo sem ordem de
reintegração de posse, tentou despejar as famílias da Área 10 de Maio.
Em Rondônia, terras públicas podem
ser griladas por latifundiários, policiais podem fazer segurança privada para
grandes propriedades, bandos de pistoleiros podem assassinar lideranças e
reprimir camponeses, o monopólio da imprensa pode caluniar trabalhadores e
chamar bandos armados terroristas de “vigilantes”. Mas jovens estudantes e
professores não podem distribuir panfletos em apoio à sagrada luta pela terra.
Saudamos a brava juventude que
corajosamente se levantou em defesa de camponeses pobres em luta pela terra. Os
camponeses não estão sozinhos, e exemplos como este os animam a lutar. A cada
dia chegam mais camponeses sem terra ou com pouca terra para retomarem o latifúndio
Amaralina. E todo apoio é bem vindo.
Conclamamos a todos trabalhadores,
estudantes, professores, pequenos comerciantes, intelectuais progressistas e a
todos verdadeiros democratas a se unirem e lutarem contra o fascismo, a criminalização e a demonização da luta pela
terra. Que as vozes de todo o Brasil se façam ouvir em defesa dos camponeses de
Rondônia!
Fim do processo contra os
estudantes e apoiadores detidos em Ji Paraná!
Todo apoio às famílias do
Acampamento Jhone Santos de Oliveira!
Lutar pela terra
não é crime! Terra para quem nela vive e trabalha!
Conquistar a
terra! Destruir o latifúndio! Viva a Revolução Agrária!
LCP - Liga dos
Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia
Ocidental
Sede: Av. Gov. Jorge
Teixeira, 2423, setor 7 –
Jaru/RO –
CEP: 76890-000 / E-mail:
lcp_ro@yahoo.com.br
Telefone fixo: (69) 3521-3637 / Celulares: (69) 9367-1616 (Claro) / 8429-9230 (Oi) / 8110-4747
(Tim) / 9999-9076 (Vivo)
No hay comentarios:
Publicar un comentario