De uma coisa eles podem ficar certos: diante de tudo isso, a paciência do povo está chegando ao fim. É tanto abuso e tanto descaramento, safadeza, desfaçatez, canalhice etc., que cairá do cavalo todo aquele que pensar e agir segundo a premissa de que o povo tem sangue de barata e assistirá impassível com apenas apelos pacíficos a essa bandalheira toda. Os ensaios já vistos sinalizam o levantar de labaredas.
Editorial AND nº 189
Ninguém
do cardinalato do capitalismo burocrático brasileiro trabalha com a
hipótese de permanência do quadrilheiro Temer no gerenciamento do velho
Estado que, para eles, se resume ao mercado, valhacouto de escroques da
bolsa, de banqueiros e de especuladores de fundos abutres.
Subjugados aos ditames imperialistas até
os fios dos cabelos, por instituições como FMI, Banco Mundial, OMC, ONU e
outras, seguem religiosa e subservientemente as orientações de
economistas amestrados em universidades ianques, passando por cima de
tudo com a conversa de salvar o país da crise.
Estes calhordas contam com o monopólio de
imprensa como vozeiro de suas absurdas teses entreguistas ao colocar os
humores do mercado acima da crise política, ética e moral que afunda o
país num verdadeiro mar de lama. Parceiros de especuladores de todos os
naipes, de latifundiários e grileiros, de empreiteiras e transnacionais,
negligenciam os verdadeiros escândalos como a dívida pública, a guerra
reacionária contra os pobres e o genocídio indígena, enquanto recheiam
sua ensebada programação de loas ao empreendedorismo, ao agronegócio, ao
individualismo e à moderna forma de exploração.
Os que inventaram a ruína da economia
procuram obscurecer a realidade. Eles querem fazer vistas grossas à
gravidade da situação com a campanha de que, independente da crise
política, o mais importante é salvar o país da crise econômica com as
medidas para esmagar ainda mais o povo e entregar o resto da soberania
ao imperialismo. Exemplo disto é a posição das associações empresariais
para as quais “não importa a cor do gato, o que importa é que ele pegue
ratos”, ou seja, para elas, qualquer gerente serve, desde que promova o
saque aos direitos dos trabalhadores e ao patrimônio da nação.
No seio do Partido Único pululam
propostas de nomes de “ínclitos” patriotas dispostos a se sacrificar no
altar da democracia reestabilizando o Brasil no porto seguro da velha
ordem. Representantes dos grupos de poder reúnem seus cacifes e sentam à
mesa
para negociar o preenchimento da vaga gerencial e a proporção que
caberá a cada um na repartição do bolo. Por detrás das cortinas Cardoso,
Sarney e Luiz Inácio, como farinha do mesmo saco, procuram construir
uma saída honrosa para o facínora Temer e ao mesmo tempo livrarem a si
mesmos das “garras da lei”, escolhendo um nome que aplaque a ira dos
cavalheiros da Operação “Lava Jato”.
De uma coisa eles podem ficar certos:
diante de tudo isso, a paciência do povo está chegando ao fim. É tanto
abuso e tanto descaramento, safadeza, desfaçatez, canalhice etc., que
cairá do cavalo todo aquele que pensar e agir segundo a premissa de que o
povo tem sangue de barata e assistirá impassível com apenas apelos
pacíficos a essa bandalheira toda. Os ensaios já vistos sinalizam o
levantar de labaredas.
Reacionários e oportunistas se esgoelam
contra a justa violência das massas gritando: “vândalos!” Vândalos são
estas quadrilhas que assaltam a luz do dia o dinheiro público, que
desencadeiam uma guerra civil reacionária contra o povo e, como
criminosos de guerra, matam o povo nos hospitais caindo aos pedaços, na
falta de moradia e de terra para os camponeses, no roubo da merenda das
crianças, vendendo a pátria etc.
Podem berrar canalhas, o povo vai se levantar, vocês ainda não viram nada!
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