Ante a morte de Mandela
1. As organizaçons da “esquerda” do nosso entorno, como as pranteadeiras de antano que iam chorar aos enterros, choram e choram por alguém tam mistificado que parece um herói sem mácula, transformando o significado histórico de Mandela numha vulgar caricatura. E isto é funcional ao imperialismo.
2. Esta visom acrítica de Mandela é lógica na tradiçom desta “esquerda” e impossível de superar sem abordar o necessário balanço das experiências do anterior ciclo revolucionário, o Ciclo Revolucionário de Outubro, papel que só podem jogar as organizaçons comunistas anti-revisionistas.
3. A propaganda imperialista em todo o mundo utiliza agora a morte de Nelson Mandela para divulgar os seus ideais de paz e de reconciliaçom. Reconciliaçom, sobretodo, entre classes.
4. Este relato da história, no que na prática coincidem o imperialismo e todas as forças desta “esquerda”, serve, e é fundamental nisto, para ocultar (e assi manter) as desigualdades sociais, a exploraçom, a opressom de classe e raça das massas pobres do proletariado negro na África do Sul. Mas nem só. Serve tamém, aqui e agora, para introduzir e justificar a conciliaçom entre classes na Galiza e em todo o mundo.
5. Nós, como comunistas, a pesar dos seus erros, saudamos com orgulho a figura do combatente, do líder e símbolo da luita contra o apartheid, que combinava a luita de massas e a luita armada, o comandante do braço armado do CNA, o preso político em luita contra o regime racista apoiado pelo imperialismo, porque nesta linha as massas oprimidas negras progressárom na aboliçom do apartheid.
6. No entanto, o seu novo papel como negociador e como mediador para a paz e a reconciliaçom, uma posiçom já tomada enquanto ele era um prisioneiro político e consolidada como Presidente da África do Sul, levou à fim da luita armada, da guerrilha, das sabotagens, para promover as melhorias que foram só para uma pequena minoria da populaçom negra, enquanto que a maioria do proletariado continuava e continua a sofrer a pobreza, a fame, a exclusom social e uma feroz repressom. Os conciliadores tornárom-se nos novos executores.
7. Nós honramos àquele Mandela que aterrorizou à burguesia sul-africana e ao imperialismo. Mas desprezamos ao Mandela que traiçoou e enganou ao seu povo.
Na Galiza, 10 de Dezembro de 2013.
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