domingo, 26 de marzo de 2017

BRASIL: DENÚNCIA GRAVE: Estado ameaça usar o exército para despejar famílias camponesas em Rondônia.

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Reproduzimos gravíssima denúncia da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia e Amazônia Ocidental da ameaça de despejo da Área camponesa Canaã (100 famílias) pelo exército do velho Estado brasileiro. Outras duas Áreas camponesas como Raio do Sol e Renato Nathan 2 também estão ameaçadas por ficarem nos arredores. A página www.resistenciacamponesa.com oferece mais informações e uma denúncia mais completa será publicadas em AND n º 186.

Na reunião de camponeses com o Incra, em Porto Velho, um camponês da Associação do Canaã (Asprocan) disse que só sairia de sua terra morto e o delegado agrário respondeu de pronto e agressivamente: “Pois então o senhor sairá morto, porque o exército fará o despejo.”

Além de denunciar os crimes do latifúndio e seus bandos armados e levantar apoio aos camponeses em luta e à LCP de Rondônia, o Ato Político realizado em Jaru, no último dia 10 de fevereiro, também elevou a luta conjunta dos camponeses por seus direitos. Como resultado do Ato, camponeses de mais de 30 acampamentos e áreas fizeram uma série de reuniões com representantes do Incra e Terra Legal, em Jaru e Porto Velho.
Numa reunião na capital, no último dia 09 de março, o superintendente do Incra, Cletho Muniz de Brito afirmou que o Exército Brasileiro despejaria a Área Canaã (mais de 100 famílias), em cumprimento de uma sentença de reintegração de posse expedida por um colegiado em Brasília. E passou a acusar o Terra Legal por não se manifestar – fato típico dos representantes do velho Estado para fugir de suas responsabilidades e enrolar o povo.
Ainda segundo Cletho Brito, a pretensa proprietária Ângela Semeghini teria juntado uma série de documentos da Ceplac que comprovam que ela teria plantado cacau na fazenda, logo, teria cumprido cláusulas resolutivas do CATP.
A área vizinha Renato Nathan 2 (cerca de 40 famílias) também está ameaçada de ser despejada, pois faz parte do mesmo processo da antiga fazenda Arrobas / Só Cacau. E a também vizinha área Raio do Sol (cerca de 40 famílias) também poderia ser despejada.
Na reunião de camponeses com o Incra, em Porto Velho, um camponês da Associação do Canaã (Asprocan) disse que só sairia de sua terra morto e o delegado agrário respondeu de pronto e agressivamente: “Pois então o senhor sairá morto, porque o exército fará o despejo.”
pm_canna1A PM está realizando patrulhas na área Canaã e áreas próximas.
Importante lembrar que nessas áreas as famílias camponesas vivem e trabalham há muitos anos (desde 2003, 2005 e 2014 respectivamente Canaã, Raio do Sol e Renato Nathan 2), e que a área Canaã foi considerada por funcionários do próprio Incra como a área camponesa mais produtiva de Rondônia. Basta uma rápida olhada em matérias fartamente publicadas pela imprensa democrática ou uma simples visita a essas áreas para comprovar.
Essas terras quando estavam na mão dos latifundiários grileiros e ladrões de terra, só tinham mato e serviam para especulação. Na posse dos camponeses há mais de uma década produzem alimentos para sustento de centenas de famílias e para abastecer os mercados da região.
Os camponeses elevaram sua organização e mobilização e estão dispostos a lutar por suas terras e tudo o que construíram com seu suor e esforço ao longo desses anos sem apoio de governo algum.
Os camponeses responsabilizam diretamente a gerência Temer e Confúcio (PMDB) por qualquer dano que ocorrer às famílias que lutam pelo sagrado direito à terra.
Conclamamos a todos as organizações democráticas, aos trabalhadores, estudantes, comerciantes e todos aqueles que tenham um mínimo de senso de justiça a denunciar e repudiar essas ameaças e a defender e apoiar a posse das terras do Canaã, Raio do Sol e Renato Nathan 2 pelos camponeses!

Lutar pela terra não é crime!

Contra a crise, tomar todas as terras do latifúndio!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

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