Apoiador de AND em Araranguá (SC)
Os estudantes do Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Araranguá, seguem ocupando o instituto federal.
É importantíssimo parabenizar a
luta dos ocupantes do Instituto Federal. Primeiro, porque o estresse é
absoluto; além de lidar com os problemas da ocupação (recebimento de
doações, realização de palestras e debates etc), o fazem sob críticas
arrogantes e desaforadas, além de xingamentos, e provocações por parte
daqueles que são contra o movimento, e se postam a favor da PEC 241
[atual PEC 55]. Em segundo lugar, e principalmente, porque sua
linha é justa, legítima, e correta. Além de interpretar o mundo
[analisando a PEC e vendo seu gigantesco problema], os estudantes estão
se pondo a transformá-lo [ocupando as instituições públicas]. A máxima
de Marx, “os filósofos, até então, limitaram-se a interpretar o mundo; o que importa é transformá-lo”, está sendo posta em prática.
Esses dois pontos, particularmente,
refutam, de forma prática e teórica, as teses furadas de que um novo
Brasil não é possível, de que o povo brasileiro é passivo, que sai de
casa apenas para o carnaval, e outras lorotas que ouvimos todos os dias
nas conversas com parentes e desconhecidos. Estes alunos romperam com
todo reacionarismo, demonstrando a força que a juventude brasileira
ainda tem para transformar o mundo.
Além de tudo isso, estão desenvolvendo
novas relações sociais. Sim. Cada vez mais rompem com o individualismo e
pensam na ocupação, na importância de estar nela, defendê-la,
organizá-la, e politizá-la. Se algum membro tem problemas familiares, ou
de qualquer outra natureza, o grupo ajuda de qualquer maneira possível
que tenha à disposição. A alimentação deve ser feita de maneira
consciente; há outros que têm o direito de comer. Aqueles que têm
dificuldades em matérias escolares são ajudados por aqueles que não têm.
Em suma: o coletivo tem prioridade sobre o individual.
Isso não significa, sob nenhuma forma,
que as características individuais de cada membro da ocupação são
suprimidas pela importância do coletivo. Pelo contrário; elas são
levadas em conta sempre. Um exemplo disso é a escolha dos representantes
para intervirem nos eventos, ou falarem para os ouvintes. Ora, são
escolhidos aqueles que têm uma dicção melhor, que têm mais facilidade
para falar em público. As características individuais, então, são
importantes da mesma forma que o coletivo.
Além de desenvolverem novas relações
sociais, as ocupações também agem como politizadoras do povo; realizam
debates, palestras, seminários, rodas de conversa, e tudo mais que deve
ser feito para que se alcancem as massas. Comprovando a veracidade desse
fato, devemos lembrar da fala de uma aluna do campus ao final da
palestra da advogada Iris Gonçalves Martins, sobre relacionamentos abusivos e feminismo,
onde afirmou que sem as ocupações não haveria entendido tanto sobre
assuntos sócio-econômicos em geral. Aí reside a justeza das ocupações,
como um movimento apoiador da luta das classes exploradas, que ajuda
essas a verem os grilhões que os prendem às cadeias de exploração.
Em suma, a posição todos os operários,
professores, pais e familiares de estudantes, pequenos comerciantes e
trabalhadores em geral, quanto às ocupações, se resume a: apoiar de
forma material e sem barreiras a luta dos estudantes de todo o país.
Defendê-los de todas as calúnias reacionárias da imprensa monopolista,
respondendo a esses ataques com ferocidade, por meio de debates,
discussões, e, se assim for preciso, com justa resistência.
Eis as tarefas daqueles que lutam pela emancipação das massas populares no Brasil.
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