Tunísia: Revolta popular sacode o país
- Redação de AND
Uma onda de protestos violentos está
sacudindo a Tunísia, na África, contra a pobreza e exploração assegurada
pelo velho Estado. Disparada contra a crise e os ataques às condições
de vida das massas, como inflação, alta no custo de vida e desemprego
galopante, a revolta popular – iniciada no final do ano passado – é a
maior desde a chamada “primavera árabe”, ocorrida há sete anos.
Os manifestantes, que se compõem de
adultos e jovens proletários, semiproletários e da pequena burguesia,
exigem a imediata baixa no custo de vida e a revogação da alta em alguns
serviços. No início do ano, aumentaram a taxa sobre ligações
telefônicas, internet, gasolina, carros e outros.
Todos esses ataques aos direitos do povo
foram resultados de um acordo firmado pelas “autoridades” semicoloniais
e o abutre Fundo Monetário Internacional (FMI). Há um ano, a gerência
do reacionário Beji Caid Essebsi pegou cerca de US$ 2,8 bilhões com as
oligarquias financeiras, entregando mais o país ao saque imperialista.
No dia 14/01, o governo semicolonial do
país foi obrigado pelas violentas rebeliões a ceder e atender a uma das
reivindicações. Segundo informou o ministro das Relações Sociais,
Mohammed Trabelsi, foi proposto o aumento dos pagamentos de assistência
social aos mais pobres, além de reformas no sistema de saúde e de oferta
de moradia. Ainda segundo a gerência, os detalhes serão definidos pelo
parlamento.
Rebelião e repressão
Os protestos, inicialmente pacíficos,
foram ficando sem paciência e as massas aplicaram saques e atos de
sabotagem. Nos protestos, frente à repressão, os manifestantes
utilizaram-se da autodefesa com pedras, paus e bombas incendiárias, como
coquetel molotov. A autodefesa das massas deixou mais de 58 policiais
feridos e destruiu mais de 57 veículos da polícia.
Em Thala, perto da fronteira com a
Argélia, manifestantes fizemos um vigoroso protesto. Utilizando-se da
justa revolta, chegaram a incendiar um prédio da agência de segurança
nacional e a polícia teve que abandonar a cidade, segundo testemunhas
ouvidas pelo monopólio da imprensa.
O governo enviou o Exército para várias cidades, como Kebeli, Thala e Bizert, para reprimir as manifestações.
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