sábado, 16 de enero de 2021

BRASIL: AM: Massas protestam contra falta de oxigênio e colapso do sistema de saúde (AND)

 

Pacientes entubados estão sendo trasportados por outros estados em aviões. Foto: Divulgação FAB

A crise sem precedentes que atinge o estado do Amazonas, principalmente a capital Manaus, revoltou familiares de pessoas, familiares ou internadas com Covid-19. Familiares de pacientes internados no Hospital e Pronto-socorro 28 de Agosto fecharam a avenida Mário Ypiranga, no bairro Adrianópolis, zona Sul de Manaus, no dia 14 de janeiro, exigindo solução aos problemas e o direito mínimo: à vida, negado pela negligência dos governos.

O ato expõe a situação caótica pela qual passa a cidade de Manaus, como retrato fiel da crise que já ceifou a vida de mais de 207 mil brasileiros. Segundo os familiares devido à falta de cilindros de oxigênio no estado, pacientes estão tendo seus aparelhos diminuídos ou desligado, tudo isso para poupar o produto que está em falta. Aqueles que não morrem em decorrência direta da pandemia, morrem pela negligência dos governantes.

“Chegou a informação que iam diminuir o oxigênio e tem pacientes que precisam de 15% do oxigênio e eles queriam dividir pra 6%. Eles chegam e não pedem licença, eles chegam lá e diminuem. O meu paciente tem 81 anos, a médica chegou lá e diminuiu o oxigênio dele, e ele de 90, que é uma saturação boa, caiu pra 7. Eu sendo acompanhante sabia que ele precisa daquilo pra viver, fui lá apertei o botão e o oxigênio”, denunciou Nathalie Batista, que trabalha como cuidadora de idosos.

O racionamento de oxigênio vem em um momento em que pacientes estão sendo transferidos para outros estados como Ceará, Goiás, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal, também por conta da falta do produto. 

Durante a últimas semanas o sistema de saúde do Amazonas entrou em colapso. As cenas mais parecem de filmes de terror, com médicos levando cilindros de oxigênio nos próprios carros para os hospitais, familiares tentando desesperadamente comprar o insumo, até Câmaras frigoríficas foram instaladas nos cemitérios de Manaus, dado que não há mais espaço para enterrar pessoas. A crise é tanta que as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram canceladas no estado.

O governo do Amazonas decretou toque d recolher de 10 dias na cidade, dado a gravidade da situação.

CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

Diante da crise no Amazonas, e do genocídio que atinge nosso povo, certos personagens ganham destaque por suas atuações desastrosas e criminosas e pelo total desdenho com a vida do povo pobre. Dignos de serem julgados no Tribunal de Haia por crimes contra a Humanidade.

Primeiro o general Eduardo Pazuello, que está à frente do Ministério da Saúde, que se mostra incapaz de apresentar um plano concreto de vacinação em massa para a população, prolongando dessa maneira todo o sofrimento das massas. Representante das Forças Armadas, o general demostra toda a ineficácia logística desta instituição que após não conseguir seringas, agora não consegue ao menos transportar oxigênio em níveis exigidos para o maior estado do país.

Outro cujo protagonismo é detestável é o vice-presidente e representante da direita militar dentro do governo federal, Hamilton Mourão. Em entrevista no dia 15 de janeiro, o reacionário disse cinicamente que o governo "não tinha como prever o que ia acontecer em Manaus" e completou dizendo: "o governo está fazendo tudo que pode". 

A afirmação de Mourão contrasta com a informação dada pelo Procurador da República no estado do Amazonas, Igor da Silva Spindola, que afirmou que o Ministério da Saúde foi alertado há pelos menos quatro dias sobre a falta de oxigênio no estado.

“O estado não se preparou. E como se não bastasse, a direção de Logística do Ministério da Saúde só se reuniu hoje (14/01) para tratar disso após ser avisada há quatro dias”, disse o homem em entrevista à revista Época.

O Procurador também criticou a falta de logística dos militares que estão à frente do Ministério da Saúde: “falta de coordenação" do governo federal e de militares de dentro do ministério.

Outro personagem diretamente responsável por toda a crise impulsionada pela Covid-19 é o presidente fascista Jair Bolsonaro. Desde o início da pandemia Bolsonaro desdenhou do vírus chamando-o inclusive de "gripezinha". O presidente sempre fez questão de burlar as medidas de isolamento incitando as massas a fazerem o mesmo.

Bolsonaro também se esforçou para deixar o vírus se proliferar: prova disso foram as constantes mudanças de ministros da saúde, buscando alguém que se submetesse a ele no seu plano genocida, ao final encontrou seu par dentro das Forças Armadas, como havia de ser.

No campo científico, Bolsonaro propagou o negacionismo, estimulando uma obscura campanha antivacina e fazendo propaganda de remédios sem comprovação cientifica de eficácia no combate ao vírus.

Com essas e outras medidas o fascista Bolsonaro levou milhares de pessoas a duvidarem da existência ou até mesmo perigo de contágio do vírus, fato que acabou por ceifar a vida de 207 mil trabalhadores brasileiros.

POVO ORGANIZADO PARA SUA PRÓPRIA DEFESA

Por mais que os reacionários tentem de toda à forma assassinar o povo para assim destruir forças produtivas, visando restabelecer  para a parasitaria reprodução do sistema capitalista, o povo juntamente com sua vanguarda organizada, realizou e continua realizando campanhas de conscientização, distribuição de máscaras, álcool e insumos para proteção do povo pobre e trabalhador.

Como exemplo desse esforço, Comitês Sanitários de Defesa Popular (CSDP) foram criados em todo o Brasil com fins de defender a saúde do povo. Esses comitês mostraram mais uma vez que os trabalhadores só podem contar com seus iguais, pois a depender do Estado burguês-latifundiário a única coisa que eles podem aplicar para o povo são sofrimento e morte.

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