jueves, 12 de diciembre de 2019

BRASIL: Liderança indígena assassinado no estado de Amazonas.

AM: INDÍGENA TUIUCA É BARBARAMENTE ASSASSINADO

Reproduzimos grave denúncia de assassinato de liderança indígena no estado de Amazonas, no dia 2 de dezembro. Humberto Peixoto, de 37 anos, da etnia Tuiuca, do povo Utãpinopona, de São Gabriel da Cachoeira (AM), foi brutalmente espancado por um grupo de paramilitares e faleceu cinco dias depois em decorrência da agressão.

Humberto Peixoto Tuiuca é o quarto indígena morto na cidade de Manaus ao longo de 2019. Crédito da foto: Cáritas Arquiodicesana

O indígena foi torturado com pedaços de madeira no momento em que retornava para casa depois de uma reunião da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), por volta das 15h; a ação aconteceu atrás de uma feira no bairro Coroado, zona leste de Manaus. O ato covarde o deixou internado em estado gravíssimo, com afundamento do crânio, fêmur quebrado e perfuração na cabeça.

Além de ser membro da Copime, ele representava os povos indígenas como conselheiro suplente no Conselho Municipal de Manaus (CMS/MAO) e era catequista. Humberto trabalhou também como assessor da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN).

O assassinato de Humberto Peixoto é o quarto assassinato com o mesmo perfil a ocorrer em Manaus. Durante o ano de 2019 houve mais três assassinatos de indígenas com atuação destacada na luta, em Manaus. Em 27 de fevereiro, o cacique Francisco de Souza Pereira, de 53 anos, foi executado na residência onde morava, na rua Bahia da Comunidade Urucaia, Conjunto João Paulo, bairro Nova Cidade. No dia 13 de junho, o cacique William Machado Alencar, conhecido como “Onça Preta”, da etnia Mura, também foi executado, alvejado com oito tiros dentro do Cemitério dos Índios. 

Em 6 de agosto, um dos líderes da etnia Apurinã, Carlos Alberto de Souza ‘Mackpak’, de 44 anos, foi executado com mais de dez tiros efetuados por paramilitares encapuzados no conjunto Cidadão 12, no bairro Nova Cidade, zona norte da cidade.

Nós do CEBRASPO, estendemos nossa solidariedade com Humberto Peixoto e sua luta pelo direito sagrado a terra e a autodeterminação de seu povo.

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