Manifestantes usam escudos em protesto popular em Portland. Foto: Oregonian
Após o arquirreacionário Donald Trump, presidente do Estados Unidos (USA), enviar agentes federais para Portland para combater os protestos populares, que já ocorrem há mais de 70 dias, outras cidades do país também se juntaram à luta popular incansável da cidade e retomaram impulso em seus protestos, manifestações que tomaram o país após o assassinato brutal do homem preto George Floyd.
Na própria cidade de Portland, no dia 9 de agosto, centenas de manifestantes se reuniram no centro da cidade e foram em direção ao sindicato da polícia da cidade. Conforme os manifestantes foram se aproximando do local, a polícia declarou a manifestação um “tumulto” e começou a reprimir os manifestantes com gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Os manifestantes, após os atos da polícia em consonância aos dos agentes federais, se protegiam com guardas chuvas das balas de borracha e utilizavam sopradores para mudar a direção do gás lacrimogêneo, além de utilizarem fogos de artifício, pedras e garrafas contra os agentes da repressão. Em fúria e pela segunda vez nos mais de 70 dias de protestos na cidade, o povo tentou atear fogo no prédio do sindicato, queimando a entrada de um dos escritórios. A polícia informou que prendeu 16 manifestantes no protesto, e que dois agentes da repressão ficaram feridos.
A combatividade de Portland segue deixando os agentes do Estado reacionário ianque acuados. Trump, que teve suas tropas de agentes federais retiradas da cidade, responsáveis por prender mais de 90 manifestantes e ferir centenas de outros, agora braveja enviar a Força Nacional para suprimir os protestos populares, informou em uma coletiva de imprensa na Casa Branca.
Além disso, todos os manifestantes presos nos protestos de Portland, após decisão judicial não podem, essencialmente, participar de manifestações. Protocolado por um juiz no dia 29/07, os manifestantes podem protestar, desde que “não seja onde tenha manifestações”.
No dia 26 de julho, na última manifestação antes do anúncio da retirada dos agentes federais, milhares de pessoas foram em direção ao tribunal da cidade. No início da madrugada, a polícia também declarou os protestos um “tumulto” e começaram a reprimir os manifestantes com gás lacrimogêneo e bombas de atordoamento. Os manifestantes, por sua vez, resistiram por mais de uma hora, formando barricadas e jogando pedras e garrafas contra os agentes da repressão.
Já em Seattle, que não via protestos desde o fim do movimento Capitol Hill Occupied Protest (Protestos de Ocupação de Capitol Hill), durante os levantes de maio/junho, reacendeu em protestos combativos após agentes federais da fronteira (que perseguem, prendem e deportam imigrantes) irem para a cidade, e em solidariedade com os protestos de Portland, que estava sobre forte repressão de agentes federais a mando de Trump, no dia 26 de julho.
Milhares de manifestantes se reuniram nesse dia com cartazes como Vivemos em um Estado policial! . Durante a noite, um local onde se construía uma prisão para jovens foi alvo dos manifestantes, que a atearam fogo. Além disso, os manifestantes enfrentaram as polícias, e mesmo os fizeram recuar, utilizando pedras, garrafas e fogos de artifício.
Em Oakland, no dia 26/07, centenas de manifestantes se reuniram e marcharam pelo centro da cidade. Marchando até o Departamento de Polícia, os manifestantes mostraram sua indignação pelos agentes da repressão quebrando vidros da entrada do departamento e atirando fogos de artifício, além de pichar o local. Além do Departamento de Polícia, a entrada do Tribunal Regional de Alameda foi incendiada pelos rebelados.
Na cidade de Nova Iorque, no dia 28/07, em tática similar a aplicada pelos agentes federais em Portland, cinco policiais disfarçados sequestraram uma mulher durante o dia, em meio a um protesto, sob a acusação de ela ter danificado câmeras da cidade. Quando os manifestantes, em resposta ao sequestro, começaram a ir em direção dos policiais disfarçados, policiais impediram os manifestantes.
Van da polícia reacionária de Nova Iorque destruída. Fonte: Tribune of the People
Um dia antes, durante a noite, manifestantes destruíram três vans da polícia de Nova Iorque, além de atearem fogo em lixeiras.
Outros protestos em solidariedade a Portland também ocorreram em outras cidades, como Austin, onde Garrett Foster foi morto no dia 25 de julho; Louisville, Kentucky; Aurora, Colorado; Omaha, Nebraska; Los Angeles na Califórnia; e Richmond na Virginia.
O QUE OCORRIA EM PORTLAND?
O Estado imperialista ianque, temendo o grandioso e justo levantamento do povo estadunidense, tem promovido sequestros e tantos outros abusos, seja clandestina ou abertamente, contra manifestantes e filhos do povo que há mais de 70 dias se rebelam em Portland, no estado do Oregon. Diante de tamanhas covardias, os manifestantes, no 52° dia de protesto (18 de julho), incendiaram a Associação Policial de Portland, além de tentarem invadir o Tribunal de Justiça local e responder à repressão do Estado com pedras, fogos de artifício e bombas de fumaça e tantas outras ações combativas ao longo das jornadas de protestos.
Segundo veículos do próprio monopólio de imprensa, os primeiros sequestros começaram no dia 14 de julho em resposta aos protestos multitudinários e combativos que aconteciam diariamente desde 28 de maio, no contexto da revolta popular desencadeada após o assassinato de George Floyd.
Tal repressão vem por ordem direta do presidente ultrarreacionário Donald Trump. Sob o pretexto de proteger monumentos de racistas e genocidas, assim como prédios do Estado e de monopólios, Trump assinou uma ordem executiva autorizando, por seis meses, o Departamento de Segurança Interna e outras agências federais a providenciar “tropas para auxiliar na proteção de monumentos federais, memoriais, estátuas ou propriedades”. Como resultado, tropas de agências federais encontram-se em Portland desde o dia 02/07.
Sob o nome de “Força Tarefa em Defesa das Comunidades Americanas”, utilizando equipamento militar e sem identificação alguma, fazem parte dela agentes do Serviço de Delegados do Estados Unidos (conhecido como U.S. Marshals), a Unidade Tática de Patrulhamento de Fronteira, tropa da Patrulha de Fronteira do USA, Serviços Federais de Proteção e o próprio Departamento de Segurança Interna.
Antes dos sequestros virem a público, as tropas federais já estavam se tornando conhecidas pela sua brutalidade contra o povo rebelado, principalmente após Donavan LaBella, jovem de 26 anos, ter seu rosto desfigurado após ser atingido por uma bala de borracha disparada por um agente da U.S. Marshals no dia 10/07, necessitando passar por cirurgia de reconstrução facial.
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