O Comitê de Construção do Partido Comunista Maoísta da Galiza gostaria de dizer o seguinte:
Ao proletariado de Galiza e ao mundo, às organizações maoístas e partidos do mundo.
Este ano, partidos e organizações maoístas, não pudemos mostrar às massas trabalhadoras um manifesto único no 1º de maio. Apesar dos esforços de algumas partes para desenvolver um manifesto unitário, não foi possível devido à falta de tempo e pouco interesse de alguns em tentar trabalhar e contribuir neste manifesto unitário e este é um fato que nós devemos criticar.
Neste contexto, o Comitê de Construção do Partido Comunista Maoísta da Galiza decidiu assinar os dois Manifestos de 1 º de Maio das organizações maoístas e dos partidos do mundo.
Fazemos parte do Comitê Organizador da Conferência Internacional Unificada M-L-M, que foi criada na Itália em janeiro de 2020, e participamos do manifesto maoistroad. Mas decidimos assinar o outro manifesto porque acreditamos que os camaradas que promoveram este documento fizeram um grande esforço para alcançar a unidade, dando a possibilidade de alteração.
Para os dois manifestos, fizemos algumas contribuições em relação à Índia e ao Nepal, mas temos outras críticas mais profundas com os dois manifestos que consideramos tratar em profundidade. Por exemplo, nós acreditamos que a afirmação de "guerra popular até o comunismo" não é correta, achamos que no âmbito dos novos estados da ditadura do proletariado não tem porque ser travada como uma guerra popular, mas com as revoluções culturais, como o presidente Mao apontou. Nós não acreditamos na tese de "militarização do partido", que acreditamos que deve ser estudada em seu contexto e não como uma tese de aplicação universal. O mesmo pode dizer-se da teoria da chefatura e o pensamento guia. Nós não pretendemos ser mais inteligentes que neguem, simplesmente consideramos que certas teses como a da militarização do partido podem ter um sentido numa realidade particular mas não se pode dizer que está provada a sua validez universal mediante a prática social, mediante a história da luta de classes.
Mas também não compartilhamos a tese dos camaradas de Maoistroad de "...os sindicatos de classe -como escolas de guerra e de comunismo-...". Isto é devido a que consideramos que os sindicatos são a forma mais primitiva de organização do proletariado e que mediante os sindicatos a classe operária não conseguirá a sua independência de classe. Consideramos que sempre devemos ter presente que o dever dum destacamento ou dum partido comunista é fazer um trabalho de clarificação no Movimento Comunista Internacional (MCI), motivo pelo que não podemos tentar evitar posicionar-nos nos temas polêmicos. Pela nossa parte queremos deixar claro que não é possível avançar na revolução sem construir o partido comunista de novo tipo e que a constituição do partido é possível graças ao "fator consciente", em palavras de Lenin. Não podemos deixar-nos desviar do caminho com a idéia de ganhar a maioria nas direções dos sindicatos. Porque seguir esta política sindicalista é abandonar a construção do partido de novo tipo. Os sindicatos (pelo menos na Europa), não podem ser "escolas de guerra e de comunismo" senão, a forma mais primitiva de organização operária, ampla, com a forma mais legal possível, para fazer reivindicações claras e imediatas que não podem ser um perigo para o poder político burguês. Os sindicatos servem para fazer reformas necessárias para a classe operária, não servem para que um destacamento comunista poda construir o partido do proletariado. Em palavras de Lenin, "A política sindicalista da classe operária é, precisamente, a política burguesa da classe operária."
Apesar dessas diferenças, acreditamos que devemos continuar a trabalhar para criar um ambiente adequado no que poder realizar um debate fundo e poder esclarecer quais são as diferenças, as diferentes posições de cada organização e partido. Trata-se de criar o melhor ambiente possível para luta de duas linhas.
Também deveríamos buscar a maneira de poder debater publicamente certas questões sem que seja entendido como uma ruptura. Permitir os debates públicos entre organizações irmãs para clarificar posturas e elevar o nível do conhecimento do atual MCI.
Outro ponto importante é que nosso Comitê tomou a decisão de não assinar nem um documento com o partido revisionista e oportunista TKP-ML. Se reconhecemos como nossos camaradas aos membros do TKP/ML nós não nos imos relacionar com uns oportunistas e desertores.
Com respeito a situação do Nepal recomendamos prudência. Temos que lembrar que a desmobilização do Exercito Popular e a linha revisionista no Nepal provocou um grave desprestígio do maoísmo em boa parte do mundo.
A situação no ano 2021 é que podemos nos topar com três intentos simultâneos e separados de criar uma estrutura internacional do maoísmo como primeiros passos na reconstituição da nova Internacional. Está claro que este não é o contexto ótimo para dar passos reais num trabalho de tanta transcendência. Também é fácil entender que de se produzir esta ruptura, a maior parte do MCI não vai conhecer quais são os pontos que tem levado à ruptura.
O trabalho da preparação trabalho da preparaçao das conféncias internacionais facilitou as relações bilaterais e o conhecimento de importantes trabalhos teóricos de partidos dos diferentes países, pelo que o temos que considerar como mui positivo para formação da nossa própria militância mas, a situações atual de semi-ruptura não pode ser mantida no tempo indefinidamente.As duas tendências existentes ademais do chamamento para criar um foro realizado pelo PCI(maoísta), muda duma maneira importante as perspectivas. Pela nossa parte temos que aclarar que esta proposta realizada pelo PCI(maoísta) parece nos mui importante na atual situação e que a devemos estudar para otimizar o trabalho internacional, para servir ao povo e a revolução proletária mundial.
O processo para formar a nova internacional tem que ser um processo de clarificação. Consideramos que é necessário que todos os destacamentos e partidos que formem parte destes processos internacionalistas reconheçam a guerra popular como universal, como uma necessidade para o triunfo do proletariado tanto nos países atrasados como nos países do centro imperialista. A guerra popular como a teoria e a prática militar do proletariado e não a guerra popular como uma tática militar.
É por isso que o início da construção duma organização internacional exige uma preparação em todos os seus aspectos com as mais amplas consultas possíveis de todas as partes e organizações com base no m-l-m e uma clara demarcação com o neo-revisionismo de Prachanda-Bhattarai e Avakian.. Não permitamos divisões sem antes dar a batalha ideológica e política. Nunca teríamos medo desse término. Mas, para chegar a este ponto, seria desejável ter dado o trabalho de esclarecimento e delineamento de posições o mais profundo possível.
Em 19 de abril, o PCI (maoísta) emitiu um manifesto de 1 º de maio anunciando a necessidade da formação "de um Fórum Internacional para Desenvolver a Unidade e a Solidariedade entre as Vanguardas Proletárias do Mundo. O CC do nosso Partido convoca as organizações irmãs a responder à nossa posição e avançar com os esforços nesse sentido."
O Comitê de Construção do Partido Comunista Maoísta de Galiza, valoriza essa iniciativa como um passo na frente do PCI (maoísta) na construção de uma organização maoísta internacional e é por isso que decidimos aderir ao seu chamado. Estamos cientes de que tanto o caminho do Comitê Organizador da Conferência Internacional Unificada M-L-M, da qual somos membros, quanto das organizações e partes participantes do CIMU, está mais avançado e se trabalha na Conferência Internacional, mas consideramos que, se os camaradas do PCI (maoísmo) levantarem como primeiro passo a criação de um Fórum Internacional, é necessário que organizações e partidos maoístas participem deste Fórum como uma etapa pré-Conferência.
Hoje, mais do que nunca, é necessário colocar a política ao mando e lutar pelo esclarecimento, luta ideológica e unidade de todas as organizações e partidos maoístas do mundo, a fim de realizar nossa principal tarefa de destruir o imperialismo e construir um novo mundo vermelho do proletariado.
Viva marxismo-leninismo-maoísmo!
O Comitê de Construção do Partido Comunista Maoísta da Galiza.
Galiza, maio de 2021
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