Reproduzimos gravíssima denúncia da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia e Amazônia Ocidental da
ameaça de despejo da Área camponesa Canaã (100 famílias) pelo exército
do velho Estado brasileiro. Outras duas Áreas camponesas como Raio do
Sol e Renato Nathan 2 também estão ameaçadas por ficarem nos arredores. A
página www.resistenciacamponesa.com oferece mais informações e uma denúncia mais completa será publicadas em AND n º 186.
Na
reunião de camponeses com o Incra, em Porto Velho, um camponês da
Associação do Canaã (Asprocan) disse que só sairia de sua terra morto e o
delegado agrário respondeu de pronto e agressivamente: “Pois então o
senhor sairá morto, porque o exército fará o despejo.”
Além
de denunciar os crimes do latifúndio e seus bandos armados e levantar
apoio aos camponeses em luta e à LCP de Rondônia, o Ato Político
realizado em Jaru, no último dia 10 de fevereiro, também elevou a luta
conjunta dos camponeses por seus direitos. Como resultado do Ato,
camponeses de mais de 30 acampamentos e áreas fizeram uma série de
reuniões com representantes do Incra e Terra Legal, em Jaru e Porto
Velho.
Numa
reunião na capital, no último dia 09 de março, o superintendente do
Incra, Cletho Muniz de Brito afirmou que o Exército Brasileiro
despejaria a Área Canaã (mais de 100 famílias), em cumprimento de uma
sentença de reintegração de posse expedida por um colegiado em Brasília.
E passou a acusar o Terra Legal por não se manifestar – fato típico dos
representantes do velho Estado para fugir de suas responsabilidades e
enrolar o povo.
Ainda
segundo Cletho Brito, a pretensa proprietária Ângela Semeghini teria
juntado uma série de documentos da Ceplac que comprovam que ela teria
plantado cacau na fazenda, logo, teria cumprido cláusulas resolutivas do
CATP.
A
área vizinha Renato Nathan 2 (cerca de 40 famílias) também está
ameaçada de ser despejada, pois faz parte do mesmo processo da antiga
fazenda Arrobas / Só Cacau. E a também vizinha área Raio do Sol (cerca
de 40 famílias) também poderia ser despejada.
Na
reunião de camponeses com o Incra, em Porto Velho, um camponês da
Associação do Canaã (Asprocan) disse que só sairia de sua terra morto e o
delegado agrário respondeu de pronto e agressivamente: “Pois então o
senhor sairá morto, porque o exército fará o despejo.”
Importante
lembrar que nessas áreas as famílias camponesas vivem e trabalham há
muitos anos (desde 2003, 2005 e 2014 respectivamente Canaã, Raio do Sol e
Renato Nathan 2), e que a área Canaã foi considerada por funcionários
do próprio Incra como a área camponesa mais produtiva de Rondônia. Basta
uma rápida olhada em matérias fartamente publicadas pela imprensa
democrática ou uma simples visita a essas áreas para comprovar.
Essas
terras quando estavam na mão dos latifundiários grileiros e ladrões de
terra, só tinham mato e serviam para especulação. Na posse dos
camponeses há mais de uma década produzem alimentos para sustento de
centenas de famílias e para abastecer os mercados da região.
Os
camponeses elevaram sua organização e mobilização e estão dispostos a
lutar por suas terras e tudo o que construíram com seu suor e esforço ao
longo desses anos sem apoio de governo algum.
Os
camponeses responsabilizam diretamente a gerência Temer e Confúcio
(PMDB) por qualquer dano que ocorrer às famílias que lutam pelo sagrado
direito à terra.
Conclamamos
a todos as organizações democráticas, aos trabalhadores, estudantes,
comerciantes e todos aqueles que tenham um mínimo de senso de justiça a
denunciar e repudiar essas ameaças e a defender e apoiar a posse das
terras do Canaã, Raio do Sol e Renato Nathan 2 pelos camponeses!
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