jueves, 25 de diciembre de 2014

Comunicado do Ateneu Proletário Galego sobre o processo autodeterminista catalám


Catalunya 2

Comunicado sobre o processo autodeterminista catalám

1- Quando julguemos ao 9N temos que ter em conta que nada deste processo foi decidido polo proletariado catalám e ainda menos polas comunistas e os comunistas catalans. A capacidade do proletariado revolucionário catalám de influir nos acontecimentos políticos atuais (sem um partido proletário que fussione vanguarda e massas) é muito limitada.

2- A mediana e a pequena burguesia (sobretodo) mais também a aristocracia operária catalá, como impulsores do processo autodeterminista catalám, buscam defender os seus interesses da maneira que consideram mais vantajosa. A reivindicaçom da autodeterminaçom nacional por estas classes está supeditada,como nom podia ser doutra maneira, aos seus interesses de classe, interesses contrapostos aos do proletariado catalám. E isto é assi porque nas sociedades capitalistas “o material manda sobre o espiritual” (sobre os princípios).

3- A mediana, a pequena burguesia e a aristocracia operária nom tenhem um projeto de sociedade viável frente à sociedade capitalista, já que em realidade nem tam sequer podem ter umha autêntica independência política (com respeito à burguesia). As classes sociais secundárias ou um setor acomodado e conservador da classe operária como é a aristocracia operária nom podem ter umha autêntica independência política como a do proletariado.
Nas atuais circunstâncias nom existe um proletariado revolucionário organizado em partido de novo tipo que pudesse ganhar o apoio dessas classes secundárias a favor do campo revolucionário. Isto leva a estas classes e setores a que -por mui radicalizadas que estejam- acabem, em última instância, a supeditar-se e, em último termo, a servir aos interesses da burguesia.

4- A redaçom das perguntas, longas e confusas, estavam pensadas para manter umha ambigüidade que permitisse a negociaçom entre a burguesia catalana e a oligarquia espanhola. Ainda que as vezes entrem em conflito, tenhem em comum a disposiçom de manter a exploraçom sobre a classe obreira catalá.

5- O 9N foi um referendo ilegal. No contexto histórico atual do Estado Espanhol, apoiar qualquer referendo de autodeterminaçom que supere a legalidade burguesa é umha obriga para as comunistas de qualquer dos povos que sofrem este estado. Também é umha obriga para qualquer comunista desacreditar ao nacionalismo espanhol, que nom é mais que um instrumento da oligarquia espanhola e das burguesias que a apoiam.

6- As caraterísticas particulares, as debilidades do estado e do nacionalismo espanhol (a diferença, por exemplo, da Monarquia Britânica), fam com que a independência de Catalunha debilitaria politicamente ao estado. O debilitamento económico, ainda com Catalunha dentro da UE, só ocorreria com umha má negociaçom do reparto da grande dívida pública do Estado Espanhol.

7- Como é lógico tratando-se dum referendo de autodeterminaçom de Catalunha que é ilegal, o proletariado catalám politicamente mais avançado apoiou-no. Seria impossível explicar-lhe a estes setores qualquer outra postura que nom fosse chamar a participaçom e a votar um duplo si. Ainda sabendo que este referendo é umha manobra que em si mesma nom muda a correlaçom de forças entre o proletariado e a burguesia.

8- O grande problema político para a vanguarda proletária catalá no contexto do 9N era manter a sua independência política como classe. Ter um discurso próprio, revolucionário, num contexto que leva as grandes massas a crer que podem mudar as suas vidas simplesmente substituindo ao Estado Espanhol polo Estado burguês catalám, dumha maneira pacífica e sem arriscar nada numha guerra civil revolucionária. Sem dúvida umha utopia mui agradável mas que nom se corresponde co que nos ensina a realidade histórica da luita de classes.

9- Que Catalunha ou Galiza sejam independentes sem que o proletariado tenha tomado o poder nom é mais que um acidente histórico, algo que depende de atores políticos alheios ao proletariado. Nom é umha lei universal do desenvolvimento das sociedades, pola que forçosamente tenham que passar o povo catalám, o galego, nem nengum outro povo.

10- Artur Mas e CIU propugérom umha candidatura de unidade nacional e ERC um programa político comum e um governo de unidade nacional. Trampas todas que, no caso de as assumir, alonjariam a vanguarda das suas prioridades de trabalho e criariam mais confusom entre as massas. O proletariado de qualquer povo nom pode deixar-se arrastrar pola trampa podre duns supostos interesses nacionais comuns, que ao transformar-se em realidade nom podem ser mais que os interesses concretos dumha determinada classe social.

11- É umha péssima notícia -para nós- que parte do movimento independentista catalám se deixe arrastrar polas mesmas falsas ilusons polas que se deixa arrastrar boa parte do independentismo galego. Que a luita por um referendo de autodeterminaçom fortaleza a um movimento independentista revolucionário é algo que está por ver. É algo que dependerá da habilidade do proletariado revolucionário catalám para manejar-se na situaçom concreta, para seguir a linha política justa.
Que as grandes massas que formam o povo trabalhador catalám vejam as instituçons do estado como um instrumento para solucionar os seus problemas e melhorar a sociedade dificulta que assumam a teoria revolucionária que necessitamos para ter consciência da realidade e poder transformá-la.

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