miércoles, 16 de diciembre de 2015

O boicote eleitoral e a representabilidade burguesa. Un artigo dos camaradas do Ateneu Prolétario Galego.


Autocolante do Bloc Rouge (Unificación dos maoístas)

Nos estados burgueses há periodicamente eleiçons nas que se apresentam partidos de esquerda, obreiristas, etc. O resultado do confronto parlamentar nunca se transforma num debilitamento do estado. Destarte, nom nos deve de estranhar quais serám os resultados das próximas eleiçons.
Em Inglaterra há mais de 100 anos que no parlamento há pessoas que se qualificam como “socialistas”, mas a correlaçom de forças entre o proletariado inglês e a burguesia nom mudou para bem devido à sua existência, nom contribuiu nada para favorecer a revoluçom.
Na sociedade galega está estendida a ideia de que o que tem que fazer a classe operária é conseguir representantes nas instituçons do estado burguês. Esta é umha ideia burguesa, que vê como “natural”, é dizer, normal, que o proletariado aceite as podridas regras de jogo do inimigo. Por esta razom tamém é umha das primeiras ideias burguesas que as pessoas mais avançadas politicamente devemos combater. Sem realizar este combate dos lugares comuns burgueses que estám amplamente estendidos entre a sociedade galega, nunca poderemos ser conscientes de quem somos, de quem som os nossos inimigos e em que mundo vivemos.
A pergunta que temos que fazer é a de por quê temos que dar legitimidade a um processo eleitoral onde o dinheiro, os meios de comunicaçom, a polícia, os juizes, etc, estám ao serviço do inimigo.
Na Galiza podemos ver a “evoluçom”, melhor dito, a degeneraçom, dum nacionalismo galego que num curto espaço de tempo passou de reclamar a independência (na intimidade e coa boca pequena), de dizer que Madrid nom estava “legitimado” para tomar decisons sobre Galiza, de despreciar ao Parlamento Autonómico galego, chamando-lhe “parlamentinho”, a vender que com os seus votos podem solucionar os graves problemas que sofre a sociedade galega.
Os parlamentos do Estado Espanhol nom som mais que um teatro mediocre para parvos. Por esta razom o proletariado galego mais consciente tem que renegar duns objetivos, duns métodos e duns instrumentos, que só servem para criar mais e mais agentes alienantes. Porque o parlamentarismo serve eficazmente para transformar a pessoas com “boas intençons” num instrumento da reaçom.
O proletariado galego deve entender que nengum avance social progressista será permanente mentres se tenha dado num estado burguês. Tanto dá como se chame esse estado, em que latitude esteja, etc. Os avances em Guatemala, no Chile de Alhende, em Nicarágua, agora na Venezuela do Chavismo, etc, todos som temporais.
O parlamentarismo implica a existência de funcionários, instituçons educativas, meios de comunicaçom, instituçons religiosas, e um longo etc, ao serviço da burguesia.
Em Venezuela existe umha sociedade capitalista e um estado burguês. O governo chavista impulsou um nova burguesia, que deveria ser a base social sobre o que se sustentava o seu poder político. O poder político burguês nom é o poder das obreiras, camponeses, marinheiros, artesás, etc. senom que o poder político na Venezuela é o poder dumha nova burguesia venezolana. Esta nova burguesia nacional era liberal e ilustrada, em oposiçom com a velha burguesia venezolana, a clássica burguesia compradora, e que tem um marcado caráter racista e de aspiraçons aristocráticas.
As grandes diferenças coa democracia proletária.
Nom podemos saber totalmente como será o sistema de autogoverno do povo na democracia proletária da Galiza. O socialismo científico descobre o geral a partir da observaçom e da sua interaçom em sociedades reais concretas, nom mediante exercícios de imaginaçom empregando a lógica. O socialismo científico centra-se numhas sociedades que existem na realidade e que som muito mais complexas que o que a imaginaçom dumha determinada pessoa poda criar. Mas si que podemos entender as grandes linhas gerais que terá a democracia proletária.
Participar da democracia burguesa como votante nom é nada. No entanto, participar da democracia proletária é ter a responsabilidade que tem um alcaide, a que tem um polícia, a que tem um juiz, a que tem o diretor dumha fábrica, a que tem o diretor dum hospital. A democracia proletária é algo que até o de agora no nosso povo nunca puidemos experimentar. É ser donos das nossas vidas. É ser responsáveis do nosso futuro e do futuro das pessoas que nos rodeiam.
O parlamentarismo burguês tem como base que as pessoas nom sejam responsáveis das leis, do poder político, das armas, etc. O novo poder do proletariado implica que as pessoas sejam responsáveis de estas cousas e ademais que sejam responsáveis delas mesmas, dos demais, do tipo de sociedade na que querem viver, da relaçom com os recursos da natureza, etc.
Na democracia proletária as “eleitoras” preocupam-se (igual que um juiz ou o diretor dumha fábrica) da legislaçom, dos precedentes, das experimentaçons em outras localidades, do seguimento da realidade social e dos efeitos sociais das decisons tomadas, etc.
Nada mais alonjado da democracia proletária que a participaçom em votaçons por internet comodamente desde o sofá da nossa casa, o nom vai mais do radicalismo pequeno-burguês.
O feito de que moralmente as pessoas dem importância ao seu voto nom muda o fundo da realidade. Porque o feito de que realizes um voto segredo para alguém que nom te conhece, nem te pode ver, a quem nom podes pedir contas, nom muda nada da tua vida. Nem tam sequer vai servir para dececionar aos teus colegas que apoiam a outro candidato, com tal de nom lho contar.
Numha democracia proletária nom tem sentido umhas eleiçons presidenciais como as que existem numha república burguesa. Se lhe damos a volta a tortilha e transformamos umha república burguesa em “proletária”, no melhor dos casos resultaria que nas eleiçons presidenciais, vários candidatos do partido proletário, que evidetemente participam desde diferentes plataformas, realizam campanhas eleitorais nas que tentam ocultar que representam os mesmos interesses de classe do proletariado. É dizer, trata-se dum exercício de hipocrisia que é mui próprio da burguesia, mas que é totalmente contrário ao caráter de classe dumha democracia que se deve basar na consciência da realidade e nom na mentira. Mas o pior seria se as campanhas eleitorais se transformassem na organizaçom a grande escala de tendências reacionárias que se somassem à plataforma que apoia a um determinado candidato. Estas tendências políticas que poderiam aspirar a parar a construçom do socialismo, ou incluso a eliminar o caráter proletário do estado, teriam no apoio e influência num determinado candidato um campo estercado para o seu medre. Se se desse este caso nom seria próprio de comunistas, senom de liberais estúpidos, ser derrotados mediante umha votaçom. Ser derrotados na guerra é digno, numhas eleiçons é patético. Dizemos que seria próprio de “liberais estúpidos” porque essa ideia da “democracia” é própria do democratismo radical mais estremo. Ademais estúpida porque significa que de tanto repetir a retórica das mentiras democrático burguesas acabamos por crê-lo.
As comunistas e os comunistas temos que ter claro que o que pense a maioria da sociedade nom tem porque ser certo, nem justo, nem positivo. De fato todas as revoluçons da história forom iniciadas por umha minoria.
Temos que ser conscientes que detrás da opiniom da maioria estam as necessidades históricas, empurradas polos sujeitos históricos, que som as que marcam as grandes tendências da história que se encarnam na sociedade.
As comunistas e os comunistas temos que ter claro que a democracia interna do partido proletário é a garantia para impedir que o oportunismo invada o partido, mas nom podemos mistificar a “democracia” em abstrato. Devemos aprender da realidade social, nom acabar por tragar os lugares comuns que a burguesia estende entre a maior parte da nossa sociedade. Repetir os tópicos burgueses sobre o parlamentarismo entre as pessoas da nossa classe, borra-nos de entre os comunistas e anota-nos entre as pessoas alienadas que assumem a mentalidade do amo, a das classes sociais dominantes.

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