URGENTE!
Despejos
iminentes na Área 10 de maio e no Acampamento Rancho Alegre 2
Camponeses
da Área Bacuri sofrem tentativa de homicídio
Jaru/RO,
12 de novembro de 2015
Na
noite do dia 11 de novembro de 2015, dois camponeses da Área Bacuri,
em Cujubim/RO, sofreram uma tentativa de assassinato. Os dois são
vizinhos e tinham acabado de voltar para casa após um dia de
trabalho; já estava escuro, um deles saiu para tomar banho, o outro
iluminou com a lanterna no rumo de cachorros que latiam, achando
tratar-se de algum bicho do mato, foi quando recebeu um tiro. O
disparo de espingarda 12 ou 16 quebrou o braço direito do
trabalhador e perfurou seu tórax perto do coração, outros chumbos
menores atingiram seu pescoço e outras partes. Ele foi operado e
felizmente no corre risco de morte.
Após
o disparo, dois elementos fugiram pela mata e foram procurados pelos
camponeses, sem êxito. Camponeses suspeitam que os autores do crime
covarde sejam pistoleiros contratados pela latifundiária Degmar, que
se diz a dona de um terço das terras dos posseiros. Hoje pela manhã,
2 vaqueiros dela, circularam pela Área Bacuri perguntando se tinham
visto uma mula, mas camponeses suspeitam que na verdade eles queriam
conferir se o camponês tinha morrido. Os trabalhadores denunciaram
que Degmar está ameaçando de morte o camponês que escapou do
atentado e toda sua família.
A
Área Bacuri, na linha 105, eram os antigos Burareiros 14, 15 e 16,
que somam 630 alqueires. Estas terras estão em processo de
cancelamento do título para serem destinadas à reforma agrária,
porque os pretensos proprietários Paulo França, Degmar e José
Genaro de Andrade não cumpriram cláusulas do CATP – Contrato de
Alienação de Terras Públicas, o título provisório que tinham das
áreas.
A
primeira vez que camponeses tomaram estes burareiros foi por volta do
ano de 2010. Sofreram vários despejos, inclusive com destruição de
roças e casas feitas pelos trabalhadores. Em novembro de 2014, a
partir do pedido de cerca de 60 famílias, a LCP passou a apoiá-las.
Os camponeses cortaram as terras por conta, distribuíram os lotes
entre si e retomaram a produção, fizeram várias reuniões de
negociação com o Incra e acordaram ficar com a parte de mata e
deixar o pasto com os pretensos proprietários. Apenas Degmar não
aceitou. Ela tem ameaçado tirar os camponeses “na bala” e tem
destruído construções dos trabalhadores com seu trator esteira.
Outras
denúncias recentes de criminalização da luta camponesa
A
LCP e o Incra estão intimados para comparecerem amanhã no quartel
da polícia militar de Pimenta Bueno sobre a reintegração de posse
do Acampamento Rancho Alegre 2 que pode acontecer a qualquer momento.
Desde agosto, cerca
de 70
famílias ocupam o lote 88, com
mais
de 860 alqueires, localizado
na
linha 45, no
mesmo município. As
terras
também são
da União, seu
título foi
cancelado pelo Terra Legal pelo
não cumprimento
de
cláusulas do
CATP, e foram
repassadas
ao
Incra pra
criar
assentamento. A
área
é
de
conflito permanente, pois
Genival Azevedo Cavalcante, que
se diz o dono, já
ordenou o despejo do acampamento
em 2002 e 2004, quando
mandou
destruir
casas
e plantações dos
camponeses,
exceto o pasto, que
utilizou
por
todos
estes anos.
No último
dia
14 de agosto, ele
e
dois homens
armados
ameaçaram
uma
acampada.
A
Área 10 de maio, em Buritis, pode ser despejada a qualquer momento,
mesmo estando na região onde o latifúndio tem cometido os maiores
crimes, memso a justiça tendo dado ganho de causa para o Incra
contra o latifundiário Caubi Moreira Quito, em 2004.
Camponeses
das Áreas Canaã, Raio do Sol e Renato Nathan 2, em Ariquemes,
denunciaram que pessoas estranhas estão rondando a área, fazendo
perguntas sem sentido. Eles temem ser pistoleiros a mando de
latifundiários a procura de lideranças combativas, como ocorreu em
agosto último, quando um chefe de pistolagem de Jaru esteve nestas
áreas dizendo procurar terra para comprar.
No
último dia 05, numa mega operação, policiais militares de
Theobroma e do GOE – Grupo de Operações Especiais e do Núcleo de
Inteligência de Jaru prenderam o camponês José Geraldo, conhecido
como Pernambuco, por envolvimento com tomadas de terra (fotos em
anexo). Não houve punição alguma para policiais denunciados por
humilhações, agressões, torturas e ameaças de morte contra
camponeses em luta pela terra, na mesma época, na mesma região.
Lutar
contra a criminalização da luta pela terra
Nada
disto é novidade! É interminável a lista de violências do
latifúndio e do velho Estado contra os camponeses, especialmente os
que ousam lutar pelo sagrado direito à terra de forma combativa; e
nenhum destes crimes recebe punição. Para denunciar este absurdo,
estamos organizando, juntamente da Comissão de Defesa dos Direitos
Humanos da OAB, na manhã do próximo 14 de dezembro uma audiência
pública, no campus da Unir e à tarde uma manifestação pelas ruas
de Porto Velho. Todos trabalhadores, movimentos e entidades
democráticas da cidade e do campo estão convidados.
O
camponês quer terra, não repressão!
Lutar
pela terra não é crime!
Conquistar
a terra, destruir o latifúndio!
LCP
– Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
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