URGENTE: Lutar para impedir mais um despejo de camponeses na região de Buritis |
O juiz federal Herculano Martins Nacif ordenou que as mais de 60 famílias da área “10 de maio”
desocupem as terras onde estão morando e produzindo até o dia 6 de
outubro. Estabeleceu uma multa de R$ 5.000,00 por dia para cada pessoa
que descumprir a ordem e autorizou a polícia a destruir os barracos,
construções e roças dos camponeses alegando que tudo o que construíram
foi de má-fé.
No início de setembro, cerca de 10 pistoleiros, com armamento pesado e novo, atacaram uma família da área “10 de maio”,
agrediram com chutes, ameaças, humilhações e os expulsaram do sítio.
Jogaram uma bomba no fogão, atiraram em quase 80 telhas de amianto
novas, atearam fogo numa capoeira do lote. Dias antes, 4 pistoleiros
abordaram outro camponês que estava derrubando em seu lote e o ameaçaram
de morte.
Um camponês vizinho da fazenda, que
apoiou as famílias deixando que elas acampassem em seu sítio em 2014,
vem sofrendo represálias: duas casas foram queimadas, uma delas de um
sítio longe da fazenda, uma cerca foi cortada e um touro de R$ 9.000,00
foi morto.
A história dos camponeses de Buritis e
região é cheia de casos de violência do latifúndio, seus bandos armados
de pistoleiros e das polícias, com o apoio dos governos de Confúcio
Moura/PMDB e Dilma/PT, da justiça e dos monopólios dos meios de
comunicação.
É preciso que todos camponeses,
professores, estudantes, trabalhadores da cidade, pequenos e médios
comerciantes, movimentos e pessoas democratas se unam e lutem para
evitar mais um conflito agrário que está prestes a ocorrer.
Grupo de extermínio com a participação de policiais e a conivência do governo Dilma/Lula/PT
Em outubro de 2014, a Ouvidoria Agrária
Nacional divulgou um relatório da polícia reconhecendo que capangas,
milícias, agentes penitenciários e policiais fortemente armados são
contratados para realizar segurança privada nas fazendas da região de
Buritis, sob o comando de um oficial da PM e de um ex-comandante do 7º
Batalhão da PM (Ariquemes). Acreditamos ser o coronel Ênedy Dias de
Araújo, antigo inimigo dos camponeses. Apesar disto, em julho o
governador Confúcio Moura/PMDB chegou a cogitar seu nome para assumir o
sub-comando da PM no estado. E Gercino José, ouvidor nacional dos
latifundiários, mais uma vez não tomou nenhuma medida concreta.
A advogada do latifundiário João Neuto
Saul Guerin, morador de Foz do Iguaçu, admitiu que dez homens faziam
“segurança privada” contra camponeses que tomaram fazendas de seu
cliente em Buritis. Em julho de 2014, um bando armado liderado pelo
policial Edelvan Moura da Silva (conhecido como Zeca Urubu), efetuou
dezenas de disparos contra o acampamento Monte Verde. Dois camponeses
foram atingidos por disparos de arma de fogo. Edelvan foi condenado
recentemente por crimes de tortura em Buritis e responde em liberdade.
Latifundiários são os maiores bandidos de Buritis, mas os camponeses é que são reprimidos
Desde o dia 28 de novembro de 2014, o
camponês Luiz Carlos da Silva está desaparecido. Ele tinha um lote na
ocupação da fazenda do latifundiário Hélio Vieira, ex-presidente da OAB.
Na roça de onde ele desapareceu tinham pegadas em direção à sede da
fazenda do latifundiário Jair Miotto, ex-prefeito de Monte Negro. A
polícia só iniciou as buscas depois que familiares denunciara na
imprensa e bloquearam a rodovia estadual RO-421 por várias horas. Até
hoje ele não foi encontrado e ninguém foi punido. Em janeiro José
Antônio Dória dos Santos, conhecido como Zé Mienga, ex-morador do
acampamento “10 de maio”, foi assassinado. Só em
2015, pelo menos 7 pessoas foram assassinadas em Rio Pardo, dentre elas
Paulo Justino Pereira e Jander Borges Faria. Todos defendiam o direito
de 300 famílias despejadas em 2013 voltarem para suas terras.
No dia 22 de setembro, o oficial de
justiça foi à área entregar o mandado de reintegração de posse,
acompanhado por 3 viaturas da PM e do GOE. O fazendeiro Caubi Quito
estava presente. Nas duas primeiras casas, estavam presentes apenas
mulheres, mas os policiais foram muito agressivos: humilharam e
pressionaram para que informassem quem eram os líderes e para que uma
assumisse ser a ré que consta no processo da área. Covardes! Não agiram
da mesma forma com cerca de 15 camponeses que se agruparam no interior
da área. Só o comandante da tropa, tenente PM Lucas, que estava muito
agressivo, acusou um camponês de ser líder da ocupação e disse que na
área só tinha bandidos.
Os camponeses dizem que Caubi Quito
mentiu ao dizer que na fazenda Formosa havia “tanques de criação de
peixes, com mais de 30 mil tambaquis próximo de serem abatidos, várias
famílias que trabalham na propriedade e que dependem de seus empregos.”
Garantem que não nada além de duas represas em igarapés, o que é crime
ambiental, com uns poucos peixes. Quando os camponeses tomaram a
fazenda, apenas dois homens estavam lá, um deles é o pistoleiro Bassan.
Em outubro de 2014 um homem foi morto na
fazenda Formosa. A imprensa divulgou que ele era funcionário de Caubi
Quito, mas até hoje ninguém divulgou seu nome, nem apresentou sua
carteira de trabalho, provavelmente porque era pistoleiro.
Justiça a serviço do latifúndio
Não é de hoje que ele persegue os
camponeses. Só para citarmos alguns exemplos, em 2012, a CPT conseguiu
suspender o despejo do Acampamento Paulo Freire 3, em Seringueiras na
justiça estadual, mas Herculano Nacif insistiu para que fosse cumprida,
sem considerar o fato de 80 famílias ocuparem as terras há dois anos,
construindo casas, roças e criações; o fato do Incra dizer que trata-se
de terra pública; e dois camponeses terem ficado feridos em ataque de
pistoleiros. Em setembro de 2011, Herculano Nacif também determinou o
desejo de cerca de 60 camponeses acampados em fazenda de Ilário
Bodanese, ex vice-prefeito de Vilhena, em Chupinguaia. Em 2013 o Incra
conseguiu reverter uma ordem de Herculano Nacif contra camponeses do
Acampamento Pau D'Arco, entre Porto Velho e Nova Mamoré, terras públicas
destinadas em 1988 para 250 famílias. O juiz foi favorável a
Agropecuária Fartura.
Apesar das terras serem da União, Incra enrola e não regulariza a posse dos camponeses
Há mais de 20 anos o Incra criou
assentamentos da reforma agrária nas Glebas Rio Alto e São Sebastião,
que somam aproximadamente duzentos mil hectares e se estendem por 7
municípios do Vale do Jamari. As terras chegaram a ser cortadas e
piqueteadas pelo Incra em lotes de 21 alqueires que poderiam atender 4
mil famílias. Mas nenhum camponês foi assentado, hoje são fazendas e
latifúndios.
O governo Dilma/Lula/PT paralisa a
reforma agrária falida do governo e reprime aqueles que lutam pela
terra. A única medida que tomam para resolver a contradição mais
atrasada de nosso país é repressão e mais repressão, inclusive enviando
suas tropas da Fora Nacional e até do Exército. Diante de tantas
denúncias, a justiça não faz nada e o governador Confúcio Moura/PMDB
continua enviando suas polícias para reprimir os camponeses. Qualquer
violência que ocorrer na área “10 de maio” será de
inteira responsabilidade do governo Dilma/Lula/PT, do governador
Confúcio Moura/PMDB e da associação de latifundiários da região de
Buritis, especialmente Caubi Moreira Quito.
Conquistar a terra, destruir o latifúndio!
Lutar pela terra não é crime! Terra para quem nela trabalha!
Punição para os latifundiários mandantes de perseguições, despejos, prisões, desaparecimentos e assassinatos de camponeses!
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
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