Entre
os dias 18 e 22 de junho a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e
Amazônia Ocidental realizou na cidade de Rolim de Moura um Curso de
Formação Política que contou com a participação de mais de 50
lideranças, ativistas e apoiadores de várias áreas de Rondônia e do
norte do Mato Grosso.O curso foi uma iniciativa da Comissão Nacional das
LCP para elevar a formação e politização de homens, mulheres e jovens
que atuam nas áreas antigas e novas, nos acampamentos ou nos grupos de
famílias que estão se mobilizando para novas tomadas.
Durante cinco dias os ativistas
participaram de atividades físicas, teóricas, políticas, de organização,
de propaganda e culturais.
Após
a abertura, o curso começou com a exibição de vídeos sobre a situação
internacional de agravamento da crise econômica do imperialismo e
crescimento da resistência dos povos em todo mundo. Sobre a situação
nacional debateram sobre a falência da “reforma agrária do governo” e a
crise política, econômica e social que se agrava a olhos vistos e que
são o material inflamável para o aumento e radicalização dos protestos
populares no país. Esta nova fase da luta de classes abre brilhantes
perspectivas para a luta popular em geral e para a Revolução Agrária em
particular.
A
outra parte do curso foi um estudo aprofundado sobre o balanço
apresentado pela Comissão Nacional sobre o período de um ano. A
principal causa de nossas dificuldades nos últimos anos apontado no
balanço é a ofensiva do gerenciamento do oportunismo petista em conjunto
com as forças do latifúndio, monopólios de imprensa, aparatos policiais
e movimentos oportunistas para desmobilizar as lutas na cidade e
principalmente no campo. Houve uma intensa campanha de calúnia,
difamação e criminalização com perseguições, prisões e assassinatos de
lideranças e ativistas camponeses e indígenas. Os participantes do curso
responderam coletivamente um questionário para medir a compreensão de
cada um e ajudar a fixar o conteúdo principal.
No terceiro dia os participantes tiveram
também uma breve introdução aos modos de produção ao longo da história
da humanidade e sobre a história da luta pela terra no Brasil.
Uma
das partes mais importantes do curso foi o estudo e debate sobre as
“Tarefas para fazer avançar a Revolução Agrária”, seus objetivos, o
Programa Agrário e suas 4 tarefas fundamentais, os métodos de
organização, sobre Assembléia Popular e Comitês de Defesa da Revolução
Agrária e as 3 tarefas principais para o movimento camponês: 1.
Campanhas permanentes de Propaganda da Revolução Agrária, 2. Organização
da Assembléia Popular e CDRA nas áreas e 3. Criação de planos de
produção baseados nos Grupos de Ajuda Mútua.
Dentro
do cronograma do curso foram realizadas reuniões da coordenação
ampliada da LCP para discutir os problemas nas áreas, reunião do
Movimento Feminino Popular para impulsionar a participação das
companheiras nas tarefas de direção da LCP e reunião com a juventude
camponesa. As mulheres relataram casos de violência e humilhação
cometidas por namorados, ex maridos, familiares e até companheiros de
luta. Foi uma sessão de desabafo, mas não só, também discutiram a
importância de fazer os homens enxergarem o machismo, comovê-los a
lutarem contra esta ideologia que não pertence às classes trabalhadoras,
serve aos opressores na medida em que separa homens e mulheres e relega
estas às tarefas domésticas ou de menor importância da luta. É tarefa
do MFP organizar as mulheres em núcleos de estudo e tarefas concretas
para que elevem sua consciência e atuação ativa na luta camponesa. Na
reunião com os jovens eles demonstraram boa compreensão sobre a situação
nacional e a luta da LCP nas áreas. Eles discutiram também os problemas
que enfrentam nas áreas e levantaram propostas de atividades com a
juventude em cada área.
Paralelo
as atividades do curso ocorreu também a reunião do Movimento Classista
dos Trabalhadores em Educação de Rondônia (Moclate) que contou com a
participação de 14 professores da Escola Popular, professores
universitários, professores da rede pública de ensino e estudantes de
pedagogia e outros cursos de licenciatura. Esta reunião marcou a
fundação de um núcleo do Moclate em Rondônia. Todos participantes se
comprometeram a fazer parte ativa na direção ou apoio da criação deste
importante movimento, que não é para conquistar carguinhos em sindicato
ou no velho Estado e sim para dirigir a crescente revolta dos
professores, unindo com a luta dos estudantes e funcionários pela
educação pública de qualidade.
Ao longo do curso foram realizadas
várias atividades culturais: exibição de filmes, vídeos, fotos das
principais lutas da LCP em 2013, músicas e um animado baile na última
noite. Os camponeses, professores e estudantes também realizaram uma
animada brigada de propaganda do jornal A Nova Democracia na feira da
cidade.
No
último dia a coordenação da LCP apresentou a proposta da realização do
6° Congresso em outubro e do 6° Encontro de Delegados que deve ocorrer
entre os dias 9 e 10 de agosto, em Corumbiara. Este foi o pontapé
inicial deste importante evento da luta camponesa.
O curso foi encerrado com belas
cerimônias. Os coordenadores da LCP entregaram um boné da LCP e um
certificado em nome da Comissão Nacional que saudava o desempenho,
organização e disciplina de cada companheira e companheiro que
participou das atividades. Os coordenadores entregaram uma sacola da LCP
e saudaram cada criança e jovem que participou do curso. A cozinheira
do curso também foi chamada a frente e foi aplaudida de pé como
agradecimento por seu esforço e trabalho nos 5 dias.
No balanço final, diante das imagens de
nossos mártires e as bandeiras e cartazes da luta popular
revolucionária, vários companheiros e companheiras se emocionaram ao
falar sobre os resultados atingidos no curso. Ficou evidente a elevada
unidade ideológica que se atingiu ao longo do curso, além da maior
clareza dos princípios e objetivos da LCP. É certo que a bandeira
vermelha da Revolução Agrária se ergue com mais firmeza e decisão para
dirigir a nova onda de tomadas de terra e lutas combativas que já se
levanta em toda a região.
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