Repúdio a prisão de 48 camponeses e a difamação da LCP
- Redação de AND
Reproduzimos nota da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia e Amazônia Ocidental sobre a megaoperação policial realizada no dia 17 de julho a mando do gerenciamento estadual de Confúcio Moura/PMDB e do comandante-geral da PM do estado de Rondônia, Ênedy Dias de Araújo, na Fazenda Paraíso, no município de Cujubim, que resultou na prisão de 48 camponeses e em uma intensa campanha odiosa de criminalização da LCP e de seus militantes no monopólio de imprensa do estado.
No dia 17 de julho, um grande número de policiais fortemente armados e utilizando helicóptero prendeu cerca de 48 pessoas que aparentemente faziam parte do acampamento Enilson Ribeiro 2, que reivindicava as terras da fazenda Paraíso, localizada no Km-29 da Linha MC-07, em Cujubim. Tal operação foi autorizada e dirigida pelo comandante da PM Ênedy, antigo perseguidor do povo e da LCP – Liga dos Camponeses Pobres.
Os monopólios de imprensa desataram uma vez mais campanha de criminalização contra os camponeses e a LCP. Pululam na internet artigos sensacionalistas com títulos como: “Armados com fuzis, invasores trocam tiros com a polícia após invadir e destruir Fazenda”, “LCP troca tiros com a Polícia Militar”, “Os terroristas da LCP atacam”, “A guerrilha voltou a atacar”. Também acusam a LCP de fazer reféns, agressão, usar mulheres e crianças como escudo etc.
Todas acusações mil vezes requentadas e vomitadas pela imprensa lixo, mentirosa, porta voz da polícia e do latifúndio. Tais acusações são na verdade tentativas de atacar a LCP, imputando crimes, para desmoralizar e isolar o movimento, jogando-o contra a opinião pública, com objetivo de incrementar ainda mais a repressão e os assassinatos.
A versão mentirosa do tal confronto armado, cai por terra pelas próprias imagens divulgadas por um site policial. O que se vê são policiais disparando contra a mata e barulho de fogos de artifício. Onde estão os mortos e feridos do enfrentamento? Onde estão as viaturas crivadas de bala? Onde estão os fuzis e armas de grosso calibre a não ser nas mãos dos policiais e nas manchetes dos jornalecos?
E a título de comparação, quando a polícia realmente trocou tiro com um bando de guaxebas* na fazenda Tucumã, ano passado, prendeu um grupo de pistoleiros com verdadeiro arsenal de guerra que antes havia assassinado e queimado 2 jovens, não se fez alarde sobre isso e ainda facilitou a fuga de Moisés, policial guaxeba que chefiava os pistoleiros a mando do fazendeiro e que recentemente foi acusado da comandar a chacina de Colniza, matando 9 camponeses. Posteriormente os demais pistoleiros presos foram soltos. Como sempre dois pesos, duas medidas.
Repudiamos as tentativas de criminalizar a luta pela terra!
Repudiamos todas as tentativas de atacar, difamar e criminalizar a Liga dos Camponeses Pobres!
Repudiamos a onda de perseguição e assassinatos sistemáticos a lideranças camponesas cometidas por bandos armados com a cobertura ou atuação direta de policiais!
Repudiamos a ação da polícia do fascista Ênedy, que desde que assumiu o comando só fez aumentar a perseguição, as prisões, abusos, despejos e assassinatos de camponeses!
Repudiamos as armações feitas pelo latifúndio que cria e financia bandos armados para assassinar, cometer toda sorte de abusos e crimes, e ainda jogar a responsabilidade nas costas dos camponeses!
Reiteramos nosso compromisso e apoio a luta pela destruição do latifúndio e conquista da terra! E conclamamos apoio e solidariedade aos camponeses presos!
O povo quer terra, não repressão!
Viva a Revolução Agrária!
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
Nota:
* Guaxeba: termo popular utilizado para se referir a pistoleiro.
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