De 2 a 6 de Março de 1919, realizou-se em Moscovo o congresso fundador da III Internacional Comunista, acontecimento decorrente tanto da cisão havida na II Internacional – provocada pela deriva dos partidos social-democratas para o nacional-chauvinismo que, com o início da Primeira Guerra Mundial, se colocaram ao lado das respectivas burguesias na “defesa da pátria” e contra o internacionalismo proletário – como da conjuntura internacional e do entusiasmo suscitado pela revolução russa.
Com as burguesias europeias enfraquecidas pela guerra e acossadas pelos vários levantamentos e tentativas de tomada do poder pelo proletariado, galvanizado pela revolução soviética, principalmente na Alemanha e na Hungria, a IC adoptou um programa de reorganização do movimento comunista e de tomada do poder a curto prazo nos principais países capitalista europeus avançados. À corrente comunista revolucionária corporizada na IC, colocava-se na altura a tarefa de estabelecer os princípios organizativos (as 21 condições estabelecidas por proposta de Lenine em 1920, no II Congresso) capazes de garantirem que a tendência que então se verificava, de adesão de muitos dirigentes e militantes social-democratas à terceira Internacional, não provocasse a contaminação desta pelas práticas reformistas e oportunistas transportadas por estes novos aderentes, e de aproveitar a conjuntura extraordinária criada pela guerra mundial – desorganização económica, estruturas produtivas destruídas, caos político e administrativo, debilidade militar e repressiva, fome e doença generalizada, ódio popular à guerra e aos governos que tinham conduzido milhões de homens para uma carnificina gigantesca e inútil, etc. – para derrubar o capitalismo na Europa, na Alemanha em primeiro lugar.
Com a derrota da revolução alemã, em 1921, as burguesias europeias passam à ofensiva, entreajudam-se, reforçam-se, recorrem ao terror fascista e contêm a ameaça da revolução comunista. Bloqueada esta, a IC irá concluir que os elos fracos do capitalismo se deslocaram para os países colonizados e dependentes da Ásia, e adoptar uma política de entendimento com a social-democracia que ia até à fusão dos partidos comunistas com os social-democratas, abandono da linha de Classe contra Classe a favor das Frentes Populares Antifascistas, consagradas oficialmente com a aprovação das teses Dimitrov, no VII Congreso da IC, em 1935 – subordinação dos interesses de classe operária aos da pequena e média burguesia; abandono da luta pela hegemonia política do proletariado nas lutas de classes; colocar no centro da acção política a conquista de posições no aparelho burguês, por via eleitoral, privilegiando a luta parlamentar em detrimento da luta de massas; substituição da unidade na acção por uma ilusória unidade política do proletariado, desistindo de qualquer revolução. Percorreu-se um caminho que vai do período áureo das frentes populares até à sua dissolução em 1943, a que se seguirá a natural domesticação e integração dos partidos comunistas no sistema burguês após a Segunda Guerra.
António Barata* / kaoenlared
*Comunista portugues membro da equipa do jornal Politica OperariaCom as burguesias europeias enfraquecidas pela guerra e acossadas pelos vários levantamentos e tentativas de tomada do poder pelo proletariado, galvanizado pela revolução soviética, principalmente na Alemanha e na Hungria, a IC adoptou um programa de reorganização do movimento comunista e de tomada do poder a curto prazo nos principais países capitalista europeus avançados. À corrente comunista revolucionária corporizada na IC, colocava-se na altura a tarefa de estabelecer os princípios organizativos (as 21 condições estabelecidas por proposta de Lenine em 1920, no II Congresso) capazes de garantirem que a tendência que então se verificava, de adesão de muitos dirigentes e militantes social-democratas à terceira Internacional, não provocasse a contaminação desta pelas práticas reformistas e oportunistas transportadas por estes novos aderentes, e de aproveitar a conjuntura extraordinária criada pela guerra mundial – desorganização económica, estruturas produtivas destruídas, caos político e administrativo, debilidade militar e repressiva, fome e doença generalizada, ódio popular à guerra e aos governos que tinham conduzido milhões de homens para uma carnificina gigantesca e inútil, etc. – para derrubar o capitalismo na Europa, na Alemanha em primeiro lugar.
Com a derrota da revolução alemã, em 1921, as burguesias europeias passam à ofensiva, entreajudam-se, reforçam-se, recorrem ao terror fascista e contêm a ameaça da revolução comunista. Bloqueada esta, a IC irá concluir que os elos fracos do capitalismo se deslocaram para os países colonizados e dependentes da Ásia, e adoptar uma política de entendimento com a social-democracia que ia até à fusão dos partidos comunistas com os social-democratas, abandono da linha de Classe contra Classe a favor das Frentes Populares Antifascistas, consagradas oficialmente com a aprovação das teses Dimitrov, no VII Congreso da IC, em 1935 – subordinação dos interesses de classe operária aos da pequena e média burguesia; abandono da luta pela hegemonia política do proletariado nas lutas de classes; colocar no centro da acção política a conquista de posições no aparelho burguês, por via eleitoral, privilegiando a luta parlamentar em detrimento da luta de massas; substituição da unidade na acção por uma ilusória unidade política do proletariado, desistindo de qualquer revolução. Percorreu-se um caminho que vai do período áureo das frentes populares até à sua dissolução em 1943, a que se seguirá a natural domesticação e integração dos partidos comunistas no sistema burguês após a Segunda Guerra.
António Barata* / kaoenlared
1 comentario:
Este artículo me parece un completo despropósito. Simplista y simplificador, que no conoce la política de la I.C. en absolu, y mucho menos las tácticas trazadas en el VII Congreso, de ahí que las conclusiones que saca en cuanto a la disolución de la I.C. estén totalmente desenfocadas. Un blog comunista debería tener una política editorial clara y no publicar cualquier cosa que se etiquete como "comunista", los revisionistas tienen páginas de sobra para destilar su veneno.
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