Divulgamos nota sobre assassinato do companheiro camponês Cleomar.
Dirigente camponês da LCP é assassinado no norte de Minas Gerais
http://mepr.org.br/noticias/
Um
dia antes do revoltante assassinato do dirigente camponês da Liga dos
Camponeses Pobres do Norte de Minas e Bahia, Cleomar Rodrigues de
Almeida, por pistoleiros a mando do latifúndio, no município de Pedras
de Maria da Cruz/MG, no último dia 22 de outubro, afirmávamos em nossa
página na internet:
“O
governo da frente oportunista e eleitoreira encabeçada pelo PT foi quem
mais atacou os camponeses pobres, quilombolas e povos indígenas desde o
fim do regime militar fascista. Segundo dados da Comissão Pastoral da
Terra, somente neste ano, 29 pessoas foram assassinadas em conflitos
pela terra, desde 2011 o número chega a 128. A participação de policiais
militares, civis e federais junto a grupos de pistoleiros a soldo do
latifúndio são uma constante...”
Cleomar
há quase dois anos era ameaçado de morte pelo latifúndio no norte de
Minas. Nada de concreto foi feito pelo Incra, Ministério Público,
Ouvidoria Agrária, ou por qualquer órgão do velho Estado, no sentido de
proteger a vida do companheiro. Pelo contrário, Cleomar foi assassinado
apenas duas semanas após participar de uma audiência pública em Maria da
Cruz que teve como único resultado concreto a certeza da impunidade da
parte dos latifundiários.
Tivemos
a honra de conviver com o companheiro Cleomar Rodrigues em várias
ocasiões. Ativistas do MEPR de Goiânia e Brasília visitaram a Área
Revolucionária Unidos com Deus Venceremos onde Cleomar vivia. O
companheiro era um grande entusiasta da produção coletiva e o mel que
produzia em sua área junto a outras famílias estava sendo utilizado na
campanha de arrecadação de recursos para a defesa jurídica dos presos
políticos no Rio de Janeiro.
Estivemos
junto ao companheiro em diversas manifestações e atividades do
movimento popular revolucionário, como no primeiro de maio classista em
São Paulo no ano de 2011, no ato contra a Operação Caçada Verde e em
solidariedade a luta revolucionária dos camponeses e povos advasis
indianos em 2010, no Congresso Internacional dos Advogados do Povo e na
ocupação da sede do INCRA em BH no ano passado.
Cleomar
era uma pessoa simples, extremamente dedicado à luta popular, abnegado,
inteligente e alegre. Sempre sorrindo, enfrentava com serenidade e bom
humor as enormes dificuldades inerentes a luta pela terra. Ouvia a todos
com atenção e se interessava muito pela luta dos estudantes na cidade.
Quando a juventude combatente se colocou a frente dos protestos
populares iniciados com as jornadas de junho/julho de 2013 o companheiro
sustentou com firmeza a necessidade de espalhar as chamas dos
manifestações populares que incendiavam as grandes cidades para o campo,
organizando inúmeros fechamentos de rodovias contra as criminosas ações
de despejo movidas pelo podre poder judiciário a serviço do latifúndio.
Cleomar
era um autêntico revolucionário que colocava os interesses do povo e da
Revolução sempre acima dos seus interesses pessoais. O companheiro
trabalhava dia e noite pela causa da Revolução Agrária. Tombou na luta
assassinado por defender os interesses não apenas dos camponeses, mas de
todo o nosso povo, pela construção de uma Nova Democracia em nosso país
a serviço da revolução proletária mundial.
Esta
é a verdadeira face da falsa democracia da grande burguesia e do
latifúndio, serviçais do imperialismo, principalmente ianque. Com uma
mão acenam democracia, constrangendo e chantageando o povo a participar
da sua farsa eleitoral podre e corrupta. Com a outra, tratam a ferro e
fogo todos aqueles que se opõe a seus desmandos e injustiças.
Dilma
Roussef e Aécio Neves disputam quem continuará mantendo intactas toda a
secular estrutura de poder do velho Estado brasileiro, quem comandará
as policias e a Força Nacional na repressão aos protestos populares na
cidade e na luta pela terra contra camponeses, quilombolas e povos
indígenas.
O
revoltante assassinato de nosso querido companheiro Cleomar é mais uma
prova do caráter farsante da democracia brasileira. É um chamado a todos
aqueles que acreditam num pais mais justo sobre a necessidade de
destruir este Estado reacionário e construir uma verdadeira democracia
para os trabalhadores da cidade e do campo, fortalecendo a aliança
operário-camponesa e impulsionando a Revolução Agrária em curso, que foi
o próprio sentido da vida do companheiro Cleomar.
Reafirmamos
nosso compromisso de dar continuidade a luta do companheiro Cleomar,
mantendo erguidas as bandeiras da destruição do latifúndio e pela
distribuição de todas as terras para os camponeses pobres sem terra ou
com pouca terra. Nos empenharemos, cada vez mais, para apoiar e
participar de forma ativa da Revolução Agrária em nosso país, fazendo
repercutir nas escolas e universidades a luta camponesa combativa e
participando da organização dos Comitês de Apoio, Escolas Populares e
Assembléias Populares.
Estão
enganados aqueles que pensam poder afogar em sangue a luta pela terra.
Nenhuma repressão, por mais terrível que seja, será capaz de conter o
avanço da tormentosa luta pela terra. A destruição do latifúndio e de
todo o atraso e miséria que sua existência representa para o nosso povo e
nação é uma premissa incontornável para a construção de uma sociedade
verdadeiramente democrática em nosso país. Com diz o hino da Revolução
Agrária: “por mais que demore, vamos triunfar!”
Exigimos a punição de todos os envolvidos, mandantes e executores, no assassinato do companheiro Cleomar Rodrigues de Almeida!
Morte ao latifúndio!
Viva a Revolução Agrária!
O povo vingará seus mártires!
Companheiro Cleomar: PRESENTE NA LUTA!
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