Repúdio ao
massacre contra estudantes normalistas em Iguala
– México
.
Quarenta e três estudantes seguem desaparecidos após repressão
policial a uma manifestação realizada por estudantes normalistas da escola Ayotzinapa,
no dia 26 de setembro, na cidade de Iguala, estado de Guerrero, sul do México.
Sete pessoas, entre as quais quatro estudantes, foram assassinados pela polícia
durante a ação que contou com a participação de grupos ligados ao tráfico de
drogas na região.
Os estudantes desaparecidos foram levados presos
pela policia após a repressão à manifestação. Quatro valas comuns contendo
vinte e oito corpos foram encontradas nos arredores da cidade. Traficantes que
teriam participado da chacina contra os estudantes confessaram ter participado
da execução de dezessete jovens.
Milhares de pessoas tomaram as ruas em várias cidades do
México exigindo respostas sobre o paradeiro dos estudantes. Centenas de
manifestantes incendiaram o Palácio do Governo, na cidade de Chilpancingo enfrentando
forte repressão policial. Na cidade de Iguala, o Exército
assumiu a repressão às manifestações.
Por todo o mundo se multiplicam manifestações e
diversas ações em repúdio ao Estado fascista mexicano e em solidariedade as
famílias e ao povo mexicano vitimado por mais este massacre perpetrado pelas
forças de repressão do Estado reacionário mexicano. Em São Paulo, no dia 15 de outubro, dezenas de pessoas
protestaram em frente ao consulado mexicano. A manifestação foi reprimida pela
Policia Militar que prendeu dois manifestantes, libertados no mesmo dia.
Repete-se
no México o que ocorreu no ano de 1968, quando a dez dias do início das Olimpíadas
que ocorreriam na capital mexicana, tanques, metralhadoras e atiradores de
elite cercaram a Praça das Três Culturas, em Tlatelolco, abrindo fogo contra a
multidão. Neste trágico e absurdo episódio, mais de 300 pessoas foram
covardemente assassinadas, alguns falam em mais de mil mortos, centenas foram
espancados e foi imposto o terror contra os que ousavam protestar em meio aos
Jogos Olímpicos.
Repudiamos
o Estado fascista mexicano e responsabilizamos o gerente do México, Henrique Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), por
mais este massacre. Solidarizamo-nos com a dor e a justa revolta dos familiares
e amigos dos estudantes assassinados e desaparecidos e com todo o povo mexicano
que luta contra um Estado fascista e genocida, burguês-latifundiário serviçal
do imperialismo, principalmente ianque.
Exigimos
respostas imediatas sobre todos os desaparecidos e a punição de todos os
envolvidos, militares e civis, na repressão contra a juventude combatente de Iguala, nos
assassinatos, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres.
Viva a juventude combatente do México e de
todo o mundo!
Abaixo o Estado fascista mexicano!
O povo vingará seus mártires!
Brasil, outubro de 2014
Movimento Estudantil Popular
Revolucionário - MEPR
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