No
dia 22 de outubro de 2014, o dirigente da Liga dos Camponeses Pobres do
Norte de Minas e Sul da Bahia, Cleomar Rodrigues de Almeida, foi
covardemente assassinado numa tocaia, na porteira que dá acesso à Área
onde estava acampado com 35 famílias, desde 2008, onde trabalhava e
vivia. Cleomar foi fuzilado provavelmente por dois pistoleiros, como
indica a perícia técnica que comprovou ferimentos por cartucheira
calibre 12 e carabina 44.
O companheiro Cleomar Rodrigues de
Almeida foi um dos mais destacados dirigentes da Liga dos Camponeses
Pobres do Brasil e era o Coordenador Político da LCP do Norte de Minas e
Sul da Bahia. Nasceu em 8 de agosto de 1965, em Pedras deMaria da Cruz,
no Norte de Minas às margens do Rio São Francisco. De uma família de
camponeses pobres passou a infância na roça. Quando jovem, no início dos
anos de 1980, como muitos camponeses, partiu para São Paulo, para
trabalhar como operário na construção civil. Lá, casou-se e teve uma
filha.
Tendo terminado o casamento retornou
para Pedras de Maria da Cruz, onde montou um pequeno comércio de
produtos de informática. Vendo a luta dos camponeses por terra,
engajou-se em 2004 com o pai e irmãos na luta por um pedaço de terra,
sob a bandeira da Liga, tomando parte do acampamento na fazenda
Palmeirinha. Começa aí a sua militância no movimento camponês,
enfrentando despejos e retornos para terra, perseguições e ataques, além
da luta interna no acampamento entre persistir e desistir.
No acampamento conheceu Dira com quem
constituiu sua nova família, construindo uma relação de grande confiança
e amor que é exemplo para todos companheiros, além da profunda afeição e
dedicação de pai estabelecida com os filhos e filhas dela.
Apoiando a companheira Dira e apoiado
por ela, o companheiro Cleomar rapidamente aprofunda seu compromisso com
a causa muito além da conquista de sua parcela de terra. Dia após dia
empenhou-se, cada vez mais, para que camponeses de outros lugares também
conquistassem a terra para impulsionar a destruição do latifúndio. Com
intensa dedicação seguiu aumentando sua compreensão sobre a luta pela
terra, a luta de classes e a necessidade da revolução agrária. Assim,
foi fortalecendo sua decisão e compromisso com a luta revolucionária.
Já em 2007, nas atividades preparatórias
do 5º Congresso da LCP do Norte de Minas e Sul Bahia, é eleito no
Encontro de Delegados, para sua Coordenação Geral e, após as atividades
finais do congresso que se realizam em 2008 em Montes Claros, toma parte
da caravana de camponeses que participam do 1º de Maio Classista em São
Paulo promovido pela Liga Operária. No retorno dessas atividades
famílias de três áreas que lutavam pela terra e que haviam sido
despejadas, entre as quais ele estava se unem num só acampamento, que as
massas chamam por Unidos com Deus Venceremos.
O companheiro Cleomar em meio das lutas,
enfrentando as dúvidas e temor de muitos, afirma a linha revolucionária
do Nosso Caminho (documento básico das LCPs) e vai se forjando como a
principal liderança da área, feita por sua firme decisão e seu modo
simples e aberto a ouvir a todos. Sua confiança inquebrantável nas
massas em luta e seu otimismo combativo por melhorar cada dia mais as
condições de vida das massas e por prosperar a produção na área, através
de se persistir num crescente coletivismo, forja sua certeza no triunfo
da revolução, na derrota dos exploradores e opressores e no triunfo dos
explorados e oprimidos. A solidariedade comprometida que juntamente com
a companheira Dira levava-os a qualquer área, sem medir distâncias,
onde os camponeses precisassem de apoio: em Manga, Itacarambi, Januária,
Jaíba, Verdelândia, Varzelândia, Porteirinha entre outras em Minas, em
Carinhanha e outras localidades na Bahia.
Enfrentando o cerco desencadeado pelo
velho Estado contra a luta pela terra e o movimento camponês combativo,
desenvolve-se importante luta dentro da Liga sobre como avançar a
Revolução Agrária. Cleomar se destaca nessa luta contra o oportunismo
que se manifesta por capitulação, aplastando suas posições conciliadoras
com INCRA e outros órgãos do velho Estado, derrotando suas tentativas
de dividir o nosso movimento. Assim contribui decisivamente para elevar a
unidade de todo movimento em torno da linha e princípios classistas da
LCP.
Nos anos de 2009 a 2011, o movimento
enfrenta a perseguição ambiental na região, como parte da ofensiva
latifundiária desencadeada contra a luta pela terra, encabeçada pelo
governo PT/Lula/Dilma/FMI. Em meio de tantas dificuldades e certo
refluxo na mobilização na luta pela terra Cleomar propõe enfrentar a
situação com a mobilização nas áreas tomadas com o aumento das áreas
plantadas, organizando seminários sobre produção. Tornou-se assim
conhecido em toda a região como dos mais destacados dirigentes da luta
contra o latifúndio e na defesa da produção camponesa baseada em suas
próprias forças, impulsionando na sua área o Grupo de Ajuda Mútua na
produção coletiva de mel.
No 6º Congresso da Liga, iniciado com o
Encontro de Delegados em junho de 2010 e culminando em abril de 2011, o
companheiro Cleomar é reconduzido à sua Coordenação. Assume a função de
Coordenador Político reafirmando persistir na luta para atravessar o
período de grandes dificuldades e de relativo refluxo na luta pela
terra. A LCP se afiança mais sua linha que se fundamenta na resistência
histórica dos posseiros, ampliando mais sua influência com os mesmos em
toda a região e as relações com os pequenos produtores. Com firmeza e
coragem Cleomar assume os desafios que se apresentam, enfrentando as
ameaças e perseguições com destemor e juntamente com outros integrantes
da Coordenação da Liga sustenta e ressalta o caminho de tomar mais
terras do latifúndio.
E
é com este mesmo espírito combativo que sob sua direção se realiza o 7º
Congresso, em outubro de 2012 em Manga, levantando alto a bandeira de
tomar todas as terras do latifúndio no norte mineiro. Mesmo acidentado e
com uma das pernas engessada e um braço imobilizado não se permitiu
acomodar, não esmoreceu, não colocou dificuldades, confirmando na
prática sua condição de destacado dirigente do movimento camponês
combativo na vasta região fronteiriça de Minas e Bahia.
No desafio do 7º Congresso de Tomar
todas as terras do latifúndio toma posição resoluta na luta interna em
defesa da tomada da fazenda Beirada em Manga, como questão chave nos
esforços combinados para contrapor um novo impulso na luta pela terra à
ofensiva do latifúndio em todo país. E em dura luta, com o apoio
decisivo de companheiras e companheiros da Coordenação, venceu a batalha
interna de se lançar na tomada da fazenda Beirada, luta que se tornou
marco do período de romper o cerco ao movimento camponês e contra a
ofensiva geral do latifúndio.
Frente a essa luta e ousadia que
levantam o ânimo das massas incentivando-as a lutar, a reação se assanha
e governos, latifundiários e seus políticos bandidescos unidos desatam
todo seu ódio visceral contra os camponeses em luta e especialmente
contra suas organizações e lideranças mais combativas.
Contra os esforços e lutas pela elevação
da organização dos explorados e oprimidos o velho Estado genocida
brasileiro e seus gerenciamentos de turno não têm descansado e feito de
tudo para destruir o movimento camponês combativo, ademais de toda
repressão, perseguição, prisões e assassinatos, vêm lançando seguidas
ofensivas para dividi-lo. De modo particular e mais intensamente o
gerenciamento petista desse velho Estado burocrático-latifundiário,
temendo que as massas mais pobres do nosso povo levantem em rebeliões
tem se empenhado mais que outros na aplicação da política fascista de
corporativização dessas massas de modo a atá-las aos seus projetos
destinados a domesticá-las e mantê-las encabrestadas.
E o fazem através das “Políticas
Compensatórias” ditadas pelas agências imperialistas tais como o Banco
Mundial, tais como “Bolsas”, “Programas de desenvolvimento social”,
“Programas de empreendedorismo”, “Créditos de fomento para micros e
pequenos”, etc., Para tal se servem, ademais de suas agências, de suas
correias de transmissão que são as organizações oportunistas por ele
cooptadas, a que denominam “movimentos sociais”. Conta ainda com as
ações dos partidos eleitoreiros que se apresentam como de esquerda e
socialistas com seu reformismo podre de “trabalho institucional”. Toda
esta política reacionária, ao ser combatida pelo movimento popular
combativo, tem como resposta as manobras desesperadas da aplicação de
outra política fascista, a de jogar massas contra massas.
Como temos visto em Pedras de Maria da
Cruz e em toda região, onde através de vários mecanismos tentam promover
a ideia de classificar nosso povo camponês em distintas categorias,
como se seus interesses fossem diferentes e seus inimigos não fossem os
mesmos, os latifundiários, os grandes burgueses e o imperialismo a quem
esse velho Estado e seus gerentes servem. Assim tentam retalhar o povo
camponês em pequenos produtores rurais, extrativistas, pescadores,
vazanteiros, geraizeros, etc., e mesmo opor remanescentes de Quilombolas
aos camponeses, despejando-os de onde vivem a dezenas de anos. E para
que? Para corporativizar as massas pobres em seus “projetos feudos” como
descrito acima.
O companheiro Cleomar compreendeu muito
bem e rechaçou essa tentativa de divisão da nossa classe, como
artifícios para deter o fortalecimento das organizações classistas
combativas e tentar desviar as massas pobres do campo do caminho da
revolução agrária. Denunciou e combateu todas essas tentativas se
posicionando e reafirmando que nosso inimigo é esse velho Estado de
grandes burgueses e latifundiários e que sem derrotá-lo não se pode
conquistar a terra para quem nela trabalha e menos ainda estabelecer uma
nova democracia do povo e libertar nossa Pátria das garras do
imperialismo.
Da mesma forma entusiasta e combativa
que esteve ativo em apoio e defesa dos povos em luta em todo nosso país,
na defesa dos trabalhadores, dos estudantes e toda juventude
combatente, assim como de todas as lutas populares da cidade, o
companheiro Cleomar compreendeu e sustentou sempre a bandeira do
internacionalismo proletário do nosso movimento e nossa organização.
Esteve sempre entre os primeiros na defesa e solidariedade aos povos em
luta em qualquer parte do mundo e se esforçava para explicar aos
camponeses a importância das lutas dos povos unidos contra o inimigo
comum, o imperialismo de modo geral e principalmente o norte-americano
que encabeça as agressões e genocídios mundo afora. Explicava e
glorificava a resistência do povo palestino, das guerras de resistência
do povo afegão, iraquiano e outros contra os agressores sionistas
(Estado fascista de Israel) e imperialistas encabeçados pelos Estados
Unidos. Como destacava a luta revolucionária e de libertação do povo na
Índia, Filipinas, Peru e Turquia que combatem com a guerra popular
dirigida por Partidos Comunistas maoístas.
O
companheiro Cleomar foi perseguido, ameaçado de morte e assassinado por
sua militância abnegada, por sua posição combativa e revolucionária
indobrável e por representar o sonho e a certeza de que a classe dos
explorados e oprimidos que se erguem em luta triunfará.
Denunciamos e responsabilizamos pelo seu
covarde assassinato os latifundiários Dr. Antônio Aureliano Ribeiro de
Oliveira, Rodolfo, Hiram Pimenta Moura e toda esta miserável classe de
parasitas!
Denunciamos e responsabilizamos pelo seu
covarde assassinato as “autoridades policiais” que tomaram conhecimento
das ameaças de morte e juntamente com notórios pistoleiros fizeram
incursões nos acampamentos e áreas circundantes para ameaçar o
companheiro e outros!
Denunciamos e responsabilizamos pelo seu
covarde assassinato as instituições do Poder Judiciário, juízes,
promotores e procuradores a quem foram entregues sucessivas denúncias
das ameaças de morte feitas ao companheiro!
Denunciamos e responsabilizamos pelo seu
covarde assassinato o INCRA e seu superintendente Danilo Araújo, bem
como o Ouvidor Agrário Nacional Gercino Silva que montam na podre
burocracia estatal para criminalizar a luta do movimento camponês
combativo!
Denunciamos e responsabilizamos pelo seu
covarde assassinato o gerenciamento de turno petista de Dilma Roussef
em sua ofensiva de braços dados com os latifundiários para varrer a
questão agrário-camponesa da agenda política nacional!
Por isso reafirmamos, com dor e ódio
latentes, que o sangue derramado do companheiro Cleomar não ficará
impune e que tampouco foi em vão! Pois o triunfo de nossa causa vingará o
sacrifício dos heróis de nosso povo.
Conclamamos a todos os dirigentes e
ativistas da LCP, a todos verdadeiros lutadores e lutadoras do povo, a
todas as massas de camponeses pobres sem-terra ou com pouca terra a nos
unirmos ainda mais em torno da sagrada bandeira da Revolução Agrária,
redobrando nossos esforços e mover céus e terra na luta pela destruição
do latifúndio e para entregar a terra aos pobres do campo, aos
camponeses pobres sem-terra e com pouca terra.
E reafirmamos mais ainda que as classes
exploradoras e opressoras, bem como os partidos e políticos que as
representam, defendem ou fazem seu jogo e seus esbirros sanguinários, de
que se iludem pensando que poderão afogar em sangue a nossa justa luta.
Muito ao contrário, senhores, o sangue derramado dos melhores filhos e
filhas do nosso povo rega a nossa grandiosa causa!
2 comentarios:
IMPONER EL MAOÍSMO COMO ÚNICO MANDO Y GUÍA DE LA REVOLUCIÓN PROLETARIA MUNDIAL!
“En medio de un complejo sistema de guerras de todo tipo se hundirá el imperialismo y la reacción mundial y surgirá el socialismo; en consecuencia, revolución y contrarrevolución están conscientes que sólo a través de la guerra se definen los cambios políticos.”
“El proletariado genera aparato político: Partido Comunista totalmente opuesto y distinto a los demás partidos con el objetivo de tomar el poder político, así lo definió Marx. Lenin estableció los caracteres del Partido de nuevo tipo combatiendo la influencia socavadora del viejo revisionismo que generó partidos obreros burgueses basados en la aristocracia obrera, la burocracia sindical, el cretinismo parlamentario y amoldados al orden. El Presidente Mao Tsetung desarrolló la construcción del Partido en torno al fusil y planteó la construcción de los tres instrumentos. El Presidente Gonzalo establece la tesis de la militarización de los partidos comunistas y la construcción concéntrica de los tres instrumentos.”
Línea Internacional
PCP
" ROJOS ANTES QUE EXPERTOS" Mao
En el Continente AMERICA la clase clama el maoismo, los partidos militarizados tardan en su aparicion, pero urge. La guerra popular hay que prenderla, hay que entregarle fusiles al proletariado americano y el partido maoista militarizado se alista a direccionar la guerra de masas, la guerra popular!!!
" lo que nosotros necesitamos no es un arma enmohecida, sino una bien afilada, para arrancar de cuajo la injusticia actual; como nosotros no queremos proporcionarle alegrias al enemigo, sino amarguras, como queremos destruirlo por completo...Honor a vosotros, caidos por la verdad. Honor a los pechos que os amamantaron. Gloria a las frentes adornadas con la corona del martirio y cuyos palidos y balbuceantes labios murmuraron palabras de combate a la hora de la muerte. Honor vuestra sombra que nos cobija y nos susurra al oido : VENGAD A NUESTRA GENTE! " Stalin.
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