Noda da redação do AND: As
explosões em Paris na noite de 14 de novembro ocupam os noticiários de
todo o mundo e os monopólios de comunicação do imperialismo, com sua
contrapropaganda, confundem e trabalham com afinco afim de canalizar
toda a comoção e confusão causados pelos atentados em favor da
propaganda imperialista de “guerra ao terror”. Afim de
contribuir para o debate e compreensão a respeito da situação
internacional e do contexto em que se deram os ataques de 14 de novembro
em Paris, que até o momento já resultaram em mais de 120 mortos,
publicamos a importante análise da Associação de Nova Democracia de
Hamburgo, após os ataques a sede do “Charlie Hebdo”, também em Paris, em
7 de janeiro desse ano.
Notas acerca da situação internacional
Proletários de todos os países, uní-vos!
A guerra de agressão imperialista regressa à sua casa
A primeira constatação, e de maior
importância, para o desenvolvimento da situação atual que temos de fazer
com relação ao ocorrido em Paris (França) no 7 de janeiro do presente
ano é que a guerra de agressão imperialista regressa à sua casa.
É um fato inegável que as ações cruentas contra a redação da revista “Charile Hebdo” e o mercado judeu foram um ato de guerra que golpeou o imperialismo francês em seu próprio solo e balançou os demais países imperialistas e “estremeceu o débil equilíbrio político europeu”, como apontou The Wall Street Journal (WST, 13 de janeiro de 2015).
Nem o governo francês, nem os meios a seu serviço, nem o que se sabe sobre os autores, ou o planejamento e execução dessas ações de guerra, permitem estabelecer com segurança a autoria de “al-Qaeda” ou do “Estado Islâmico da Síria e Iraque” (“Estado Islâmico” – ISIS ou IS, siglas em inglês) . Está claro que os representantes do imperialismo francês, em sua propaganda, manipulam isto porque necessitam criar opinião pública favorável para a guerra imperialista de agressão como “guerra contra o terrorismo do IS”.
Ainda que os irmãos Chérif e Said Kouguachi, assim como Amedy Coulibaly pretendessem apresentar os feitos como dirigidos por “al-Qaeda” e pelo “IS”, e esses trataram de alguma forma de assumir sua autoria, isto resulta contraproducente, pois estes competem entre eles de forma sangrenta na Síria.
Só há algo certo e inegável: que estas ações são o fruto do desenvolvimento das próprias contradições internas na França e da agressão do imperialismo francês contra os países oprimidos do Oriente Médio que vêm de volta a seu próprio solo. Situação nacional e internacional que a eles têm golpeado com especial violência, como os habitantes dos Banlieues 1 e filhos de imigrantes e procedente dessa região do mundo com a qual se sentem identificados.
Na massa funda e profunda do povo na França, sobretudo a que vive nesses bairros, está em ascenso um “estado de ânimo” que se manifesta no profundo ódio contra o Estado imperialista francês e todo o sistema que representa e defende. Uma crescente indignação contra o genocídio imperialista e dos sionistas contra os povos oprimidos, especialmente o povo palestino, assim como contra a propaganda da guerra que diariamente propalam os diferentes meios de comunicação de massa, alguns com conteúdo humilhante contra eles como as “caricaturas de Maomé”.2
Este estado de ânimo é a força que moveu a ação dos irmãos Kouguachi e a Coulibaly contra o que mais odeiam, representado nesse caso pelos jornalistas do Charlie Hebdo, pelos os policiais e pessoas do mercado judeu.
É um fato inegável que as ações cruentas contra a redação da revista “Charile Hebdo” e o mercado judeu foram um ato de guerra que golpeou o imperialismo francês em seu próprio solo e balançou os demais países imperialistas e “estremeceu o débil equilíbrio político europeu”, como apontou The Wall Street Journal (WST, 13 de janeiro de 2015).
Nem o governo francês, nem os meios a seu serviço, nem o que se sabe sobre os autores, ou o planejamento e execução dessas ações de guerra, permitem estabelecer com segurança a autoria de “al-Qaeda” ou do “Estado Islâmico da Síria e Iraque” (“Estado Islâmico” – ISIS ou IS, siglas em inglês) . Está claro que os representantes do imperialismo francês, em sua propaganda, manipulam isto porque necessitam criar opinião pública favorável para a guerra imperialista de agressão como “guerra contra o terrorismo do IS”.
Ainda que os irmãos Chérif e Said Kouguachi, assim como Amedy Coulibaly pretendessem apresentar os feitos como dirigidos por “al-Qaeda” e pelo “IS”, e esses trataram de alguma forma de assumir sua autoria, isto resulta contraproducente, pois estes competem entre eles de forma sangrenta na Síria.
Só há algo certo e inegável: que estas ações são o fruto do desenvolvimento das próprias contradições internas na França e da agressão do imperialismo francês contra os países oprimidos do Oriente Médio que vêm de volta a seu próprio solo. Situação nacional e internacional que a eles têm golpeado com especial violência, como os habitantes dos Banlieues 1 e filhos de imigrantes e procedente dessa região do mundo com a qual se sentem identificados.
Na massa funda e profunda do povo na França, sobretudo a que vive nesses bairros, está em ascenso um “estado de ânimo” que se manifesta no profundo ódio contra o Estado imperialista francês e todo o sistema que representa e defende. Uma crescente indignação contra o genocídio imperialista e dos sionistas contra os povos oprimidos, especialmente o povo palestino, assim como contra a propaganda da guerra que diariamente propalam os diferentes meios de comunicação de massa, alguns com conteúdo humilhante contra eles como as “caricaturas de Maomé”.2
Este estado de ânimo é a força que moveu a ação dos irmãos Kouguachi e a Coulibaly contra o que mais odeiam, representado nesse caso pelos jornalistas do Charlie Hebdo, pelos os policiais e pessoas do mercado judeu.
Antes de condenar e se converterem em juízes incapazes, o que corresponde é fazer uma profunda autocrítica e retificar
Dizemos isso porque o exposto
anteriormente indica o desenvolvimento das condições objetivas da
revolução nos países imperialistas e, por sua vez, o atraso da tarefa da
reconstituição do Partido Comunista. Esta tem que desenvolver-se
centrada no trabalho de massas e a construção principalmente ali, onde
está a massa mais funda e profunda, a mais pobre, a mais explorada e
oprimida. A situação objetiva está chamando a gritos a organizar e
dirigir as massas com a ideologia e a política do proletariado.
O afastamento dessa massa funda e profunda, isso nos mostram os fatos, demonstra que não se leva a ideologia e a política comunista (o maoísmo) a essas massas. E, como não pode existir espaço vazio, ante nossa ausência e nossa inércia, esse espaço é ocupado por outras forças com ideologia estranha e contrária a do proletariado*.
Assim, uma parte considerável dessas massas toma o “islamismo” (em sua versão salafista mais retrógrada)3 como ideologia, como força impulsionadora de sua ação.
Então definitivamente não é problema deles nem das massas senão problema nosso. Problema de não assumir a tarefa de reconstituição do Partido Comunista transladando o peso do trabalho de massas nessa etapa às massas mais pobres.
O afastamento dessa massa funda e profunda, isso nos mostram os fatos, demonstra que não se leva a ideologia e a política comunista (o maoísmo) a essas massas. E, como não pode existir espaço vazio, ante nossa ausência e nossa inércia, esse espaço é ocupado por outras forças com ideologia estranha e contrária a do proletariado*.
Assim, uma parte considerável dessas massas toma o “islamismo” (em sua versão salafista mais retrógrada)3 como ideologia, como força impulsionadora de sua ação.
Então definitivamente não é problema deles nem das massas senão problema nosso. Problema de não assumir a tarefa de reconstituição do Partido Comunista transladando o peso do trabalho de massas nessa etapa às massas mais pobres.
A guerra de agressão imperialista no “Oriente Médio Ampliado”
No Iraque, Síria, Afeganistão, Palestina
(sob ocupação sionista), Iêmen, da Líbia até o Mali, se desenvolve uma
cada vez mais encarniçada e genocida guerra de agressão imperialista
encabeçada pelo imperialismo ianque em sua condição de única
superpotência hegemônica.
Uma nova edição da “coalizão dos dispostos”4 que tem como aliado principal a França, no marco desta guerra, leva a atual campanha contra Síria e Iraque (países oprimidos), que se desenvolve desde o mês de setembro com bombardeio aéreo e o uso de forças lacais sobre o terreno, cujas operações de combate são dirigidas desde o centro do comando do imperialismo ianque estabelecido em sua base principal no Iraque e a participação de oficiais e forças combinadas de comandos das forças de intervenção imperialista sobre o terreno. Porém, são obrigados a ocupar estes países empregando suas forças terrestres quando necessário, como o vêm declarado os porta-vozes do Pentágono.
Isso acontece em uma Região do mundo de grande importância política econômica e militar para a estratégia hegemônica do imperialismo ianque, a que ele denomina de “Oriente Médio Ampliado”. Região vital para manter sua hegemonia já que comunica três continentes. Esta região se converteu em centro estratégico da disputa imperialista por sua importância e suas reservas de petróleo. Região onde as massas estão desenvolvendo uma crescente resistência armada contra o imperialismo em meio de grandes, complexas e persistentes lutas que se entrecruzam com conflitos de todo tipo e se desenvolvem também como guerras locais ou regionais que são fomentadas pelo imperialismo. É também o “núcleo histórico do Islam”.
Os países desta região são países semifeudais e semicoloniais muito atrasados onde se desenvolve um capitalismo burocrático**. Sobre esta base se dá o conflito entre as frações reacionárias, entre os chamados “regimes seculares”5como o foi o de Sadam no Iraque ou o de Asad na Síria, com os partidos islamitas “xiitas” ou “salafistas” ou no Egito atual do regime militar com a “Irmandade Muçulmana” (cujo governo foi muito obediente com o imperialismo ianque e contestado pelo regime “bahabista” ou “salafista”6 da monarquia serviçal dos ianques e britânicos da Arábia Saudita, porém foi apoiado por outra monarquia islâmica, porém xiita, do Golfo, a do Catar. Porque o “islam” não é um só, senão que está dividido em duas direções principais e muitas outras sobretudo dentro dos sunitas.7
Nunca se uniram depois que se dividiram após a morte de Maomé. Só o fizeram uma vez com Saladino8 no século XII (Presidente Gonzalo).
As lutas políticas e as guerras nesta região se apresentam “cobertas por um manto religioso” (Karl Marx). Como já temos dito nesses apontamentos, o plano do imperialismo atua sobre as condições internas. Então, também há que se considerar dentro dessas condições que por trás das frações e grupos latifundiário-burocráticos que atuam ali estão diretamente e principalmente envolvidos Arábia Saudita (que atua movida pelo grande titereiro9, o imperialismo ianque e Irã, cujo fiador é o “cão magro”10, (imperialismo russo).
Nas contendas que se produzem na região, se dá uma série de entrecruzamentos e mudanças de frente, o que torna a situação muito complexa. Iêmen, por exemplo, tem um governo encabeçado por um xiita serviçal dos ianques, enredado com tribos xiitas do norte do país que têm vínculos com o Irã; governo cujas tropas, sob a direção direta do imperialismo ianque e seus bombardeios aéreos, combate com o apoio de tropas da Arábia Saudita (Bahabista ou salafista) as tribos de religião Bahabista ou Salafistas do sul do país dirigidas pela al-Qaeda11. Alguém disse que por essa “complexidade tem uma grande semelhança com a Guerra dos Trinta Anos na Europa”.
O Presidente Mao em “Sobre a Tática da luta contra o imperialismo japonês” (27 de dezembro de 1935, Tomo I das Obras Escolhidas) nos ensina que, quando se dá um ataque direto do imperialismo contra um país oprimido, se produzem “enormes mudanças na situação política”, as quais “colocam ante cada classe e cada grupo político a questão de o que fazer: Resistir? Capitular? Ou vacilar entre um e outro?”. Ele nos diz que a mudança básica na situação, a invasão do imperialismo, modifica as relações das diversas classes do país, ampliando o campo da revolução nacional e debilitando o da contrarrevolução. Pontua que em tais condições se dá a ausência completa de unidade, incluindo no campo da classe latifundiária e da burguesia compradora, porque a luta se dirige contra um país imperialista (ou uma “coalizão” como a que encabeça o imperialismo ianque) e os outros cães de caça dos outros países imperialistas (como o imperialismo russo) podem lançar-se a uma luta surda ou inclusive aberta contra este. E aconselha que devemos aproveitar cada uma das lutas, brechas e contradições no campo inimigo e utilizá-las contra nosso inimigo principal do momento e seus cães de caça.
Por isso é necessário fazer uma breve retrospectiva da invasão ianque e da resistência iraquiana e a agressão imperialista dissimulada como guerra civil contra a Síria até o acordo do governo Asad com o imperialismo ianque de outubro de 2013; bem como as mudanças operadas na situação no Iraque e Síria a partir do ano passado até a atualidade para ver como se estão se posicionando as diferentes forças desses países.
No Iraque, passados dois meses da invasão ianque de março de 2003, começou a resistência que foi em ascenso até 2006/7. A partir de 2008/09, as forças da resistência foram golpeadas por “the surge” (ofensiva ianque com aumento de tropas). Nos finais de 2009, parte dessas forças se vão se refugiar na Síria em lugares seguros onde vão começar a se reorganizar, transformando parte da al-Qaeda em ISIS entre 2012 e 2014. A outra parte segue como al-Nusra; isto também como resultado, em parte, da agressão imperialista contra a Síria dissimulada como guerra civil. Para lança-los contra o governo sírio, os ianques, através da Arábia Saudita, os armou e financiou até meados de 2013, quando os sauditas suspenderam todos os acordos com eles. Os ianques, através da CIA e outros imperialistas da OTAN na Turquia, constituíram o Exército da Síria Livre (FSA, sigla em inglês). Por sua vez, os partidos curdos nos cantões de maioria curda (ao longo da fronteira com a Turquia), como consequência da chamada “guerra civil”, foram assumindo a administração e defesa desses cantões, primeiro fazendo frente com o governo de Asad. A força política dominante em dois desses “cantões” é o partido curdo PYD (Partido da União Democrática do Curdistão), um partido irmão do PKK12, e ambos são aliados próximos do Partido Democrático do Curdistão de Massoud Barzani, governante do Norte do Iraque. PKK e PYD se organizam no norte do Iraque.
Como consequência da agressão e plano imperialista contra a Síria entre 2013 e 2014, o país ficou praticamente dividido em cinco partes e a Síria foi convertida em um “Estado falido”. Uma parte está sob o controle do governo sírio de Asad em Damasco e outras grandes cidades. As áreas habitadas por curdos (ou cantões) como Kobane e Afrin, são divididos sob domínio do PYD, braço sírio do PKK e o governo Assad. Outra área a norte está sob o controle de Al-Nusra. outra sob o domínio da FSA e, de acordo com algumas forntes, até um terço do território sírio está sob o controle do IS, que a partir de junho de 2014 vestabelece seu “Califado da Síria e Iraque”13.
A luta entre estes feudos, ou “reinos”, é cada vez mais sangrenta. Entre os islamitas isto tem causado mais de três mil mortos. Cada uma dessas partes é consequência do afundamento do Estado sírio acelerado pela agressão imperialista. Nem Kobane14, muito menos o autodenominado “califado” tem outro caráter de classe que o do Estado latifundiário-burocrático a serviço do imperialismo, como o tem o Estado sírio.
Por outro lado, no Iraque, em 2011, os imperialistas ianques vão simular a retirada do país deixando estabelecido seu regime de ocupação com sua “ordem e lei”, com um governo títere (Al Malik como Primeiro Ministro), com forças armadas e policiais organizadas pelos ianques, que são quem mantém seu mando, incorporando como parte desse exército as forças armadas do mercenário Barsani, chefe do governo autônomo da região curda do Iraque, estabelecida por ordem da ocupação, que foi ligada política, econômica e militarmente ao Estado turco, como uma zona da influência. Isto para se contrapor à influência do Irã em um país de maioria xiita.
Uma nova edição da “coalizão dos dispostos”4 que tem como aliado principal a França, no marco desta guerra, leva a atual campanha contra Síria e Iraque (países oprimidos), que se desenvolve desde o mês de setembro com bombardeio aéreo e o uso de forças lacais sobre o terreno, cujas operações de combate são dirigidas desde o centro do comando do imperialismo ianque estabelecido em sua base principal no Iraque e a participação de oficiais e forças combinadas de comandos das forças de intervenção imperialista sobre o terreno. Porém, são obrigados a ocupar estes países empregando suas forças terrestres quando necessário, como o vêm declarado os porta-vozes do Pentágono.
Isso acontece em uma Região do mundo de grande importância política econômica e militar para a estratégia hegemônica do imperialismo ianque, a que ele denomina de “Oriente Médio Ampliado”. Região vital para manter sua hegemonia já que comunica três continentes. Esta região se converteu em centro estratégico da disputa imperialista por sua importância e suas reservas de petróleo. Região onde as massas estão desenvolvendo uma crescente resistência armada contra o imperialismo em meio de grandes, complexas e persistentes lutas que se entrecruzam com conflitos de todo tipo e se desenvolvem também como guerras locais ou regionais que são fomentadas pelo imperialismo. É também o “núcleo histórico do Islam”.
Os países desta região são países semifeudais e semicoloniais muito atrasados onde se desenvolve um capitalismo burocrático**. Sobre esta base se dá o conflito entre as frações reacionárias, entre os chamados “regimes seculares”5como o foi o de Sadam no Iraque ou o de Asad na Síria, com os partidos islamitas “xiitas” ou “salafistas” ou no Egito atual do regime militar com a “Irmandade Muçulmana” (cujo governo foi muito obediente com o imperialismo ianque e contestado pelo regime “bahabista” ou “salafista”6 da monarquia serviçal dos ianques e britânicos da Arábia Saudita, porém foi apoiado por outra monarquia islâmica, porém xiita, do Golfo, a do Catar. Porque o “islam” não é um só, senão que está dividido em duas direções principais e muitas outras sobretudo dentro dos sunitas.7
Nunca se uniram depois que se dividiram após a morte de Maomé. Só o fizeram uma vez com Saladino8 no século XII (Presidente Gonzalo).
As lutas políticas e as guerras nesta região se apresentam “cobertas por um manto religioso” (Karl Marx). Como já temos dito nesses apontamentos, o plano do imperialismo atua sobre as condições internas. Então, também há que se considerar dentro dessas condições que por trás das frações e grupos latifundiário-burocráticos que atuam ali estão diretamente e principalmente envolvidos Arábia Saudita (que atua movida pelo grande titereiro9, o imperialismo ianque e Irã, cujo fiador é o “cão magro”10, (imperialismo russo).
Nas contendas que se produzem na região, se dá uma série de entrecruzamentos e mudanças de frente, o que torna a situação muito complexa. Iêmen, por exemplo, tem um governo encabeçado por um xiita serviçal dos ianques, enredado com tribos xiitas do norte do país que têm vínculos com o Irã; governo cujas tropas, sob a direção direta do imperialismo ianque e seus bombardeios aéreos, combate com o apoio de tropas da Arábia Saudita (Bahabista ou salafista) as tribos de religião Bahabista ou Salafistas do sul do país dirigidas pela al-Qaeda11. Alguém disse que por essa “complexidade tem uma grande semelhança com a Guerra dos Trinta Anos na Europa”.
O Presidente Mao em “Sobre a Tática da luta contra o imperialismo japonês” (27 de dezembro de 1935, Tomo I das Obras Escolhidas) nos ensina que, quando se dá um ataque direto do imperialismo contra um país oprimido, se produzem “enormes mudanças na situação política”, as quais “colocam ante cada classe e cada grupo político a questão de o que fazer: Resistir? Capitular? Ou vacilar entre um e outro?”. Ele nos diz que a mudança básica na situação, a invasão do imperialismo, modifica as relações das diversas classes do país, ampliando o campo da revolução nacional e debilitando o da contrarrevolução. Pontua que em tais condições se dá a ausência completa de unidade, incluindo no campo da classe latifundiária e da burguesia compradora, porque a luta se dirige contra um país imperialista (ou uma “coalizão” como a que encabeça o imperialismo ianque) e os outros cães de caça dos outros países imperialistas (como o imperialismo russo) podem lançar-se a uma luta surda ou inclusive aberta contra este. E aconselha que devemos aproveitar cada uma das lutas, brechas e contradições no campo inimigo e utilizá-las contra nosso inimigo principal do momento e seus cães de caça.
Por isso é necessário fazer uma breve retrospectiva da invasão ianque e da resistência iraquiana e a agressão imperialista dissimulada como guerra civil contra a Síria até o acordo do governo Asad com o imperialismo ianque de outubro de 2013; bem como as mudanças operadas na situação no Iraque e Síria a partir do ano passado até a atualidade para ver como se estão se posicionando as diferentes forças desses países.
No Iraque, passados dois meses da invasão ianque de março de 2003, começou a resistência que foi em ascenso até 2006/7. A partir de 2008/09, as forças da resistência foram golpeadas por “the surge” (ofensiva ianque com aumento de tropas). Nos finais de 2009, parte dessas forças se vão se refugiar na Síria em lugares seguros onde vão começar a se reorganizar, transformando parte da al-Qaeda em ISIS entre 2012 e 2014. A outra parte segue como al-Nusra; isto também como resultado, em parte, da agressão imperialista contra a Síria dissimulada como guerra civil. Para lança-los contra o governo sírio, os ianques, através da Arábia Saudita, os armou e financiou até meados de 2013, quando os sauditas suspenderam todos os acordos com eles. Os ianques, através da CIA e outros imperialistas da OTAN na Turquia, constituíram o Exército da Síria Livre (FSA, sigla em inglês). Por sua vez, os partidos curdos nos cantões de maioria curda (ao longo da fronteira com a Turquia), como consequência da chamada “guerra civil”, foram assumindo a administração e defesa desses cantões, primeiro fazendo frente com o governo de Asad. A força política dominante em dois desses “cantões” é o partido curdo PYD (Partido da União Democrática do Curdistão), um partido irmão do PKK12, e ambos são aliados próximos do Partido Democrático do Curdistão de Massoud Barzani, governante do Norte do Iraque. PKK e PYD se organizam no norte do Iraque.
Como consequência da agressão e plano imperialista contra a Síria entre 2013 e 2014, o país ficou praticamente dividido em cinco partes e a Síria foi convertida em um “Estado falido”. Uma parte está sob o controle do governo sírio de Asad em Damasco e outras grandes cidades. As áreas habitadas por curdos (ou cantões) como Kobane e Afrin, são divididos sob domínio do PYD, braço sírio do PKK e o governo Assad. Outra área a norte está sob o controle de Al-Nusra. outra sob o domínio da FSA e, de acordo com algumas forntes, até um terço do território sírio está sob o controle do IS, que a partir de junho de 2014 vestabelece seu “Califado da Síria e Iraque”13.
A luta entre estes feudos, ou “reinos”, é cada vez mais sangrenta. Entre os islamitas isto tem causado mais de três mil mortos. Cada uma dessas partes é consequência do afundamento do Estado sírio acelerado pela agressão imperialista. Nem Kobane14, muito menos o autodenominado “califado” tem outro caráter de classe que o do Estado latifundiário-burocrático a serviço do imperialismo, como o tem o Estado sírio.
Por outro lado, no Iraque, em 2011, os imperialistas ianques vão simular a retirada do país deixando estabelecido seu regime de ocupação com sua “ordem e lei”, com um governo títere (Al Malik como Primeiro Ministro), com forças armadas e policiais organizadas pelos ianques, que são quem mantém seu mando, incorporando como parte desse exército as forças armadas do mercenário Barsani, chefe do governo autônomo da região curda do Iraque, estabelecida por ordem da ocupação, que foi ligada política, econômica e militarmente ao Estado turco, como uma zona da influência. Isto para se contrapor à influência do Irã em um país de maioria xiita.
No verão de 2014 (o verão na Europa, a
que se refere o texto, corresponde a junho/julho no Brasil), o ISIS, ou
IS, cruza a fronteira da Síria e se une ao levantamento que se produz no
Iraque contra o regime imposto pelo ocupante. Então, como estava
estabelecido, para manter a sua “ordem e lei”, os ianques vão intervir
em uma nova campanha contra o povo do Iraque, usando como “botas sobre o
terreno” as forças mercenárias de Barsani e as forças do PKK, partido
curdo, que tem seu refúgio e quartel general na região curda do Iraque
sob o controle de Barsani.
Como se vão decantando as diferentes forças que atuam na Síria desde setembro de 2014 quando se deu início a nova fase de agressão imperialista contra a Síria, a nova campanha de guerra contra Iraque e Síria?
Brevemente: ter em conta que o imperialismo ianque chegou a um acordo preliminar com o governo dos aiatolás do Irã sobre a questão do “uso da energia nuclear”. Por esse acordo se amplia o prazo de janeiro a junho desse ano para chegar a um acordo definitivo, contanto com o apoio da Rússia de Putin a troco, seguramente, que lhe abaixe a pressão na Ucrânia. Logo, as Forças Armadas do Irã bombardearam o IS na região fronteiriça e há tropas terrestres que ajudam o governo títere iraquiano a combater o IS. Assim se tem somado, na prática, a “coalizão” dirigida pelo imperialismo ianque contra o Iraque. Por seu lado, Arábia Saudita passou a combater, como parte da “coalizão”, o IS e, por sua vez, sofrido atentado em sua fronteira por parte do IS.
A atual campanha dirigida pelo imperialismo ianque se centra no Iraque principalmente e estão tratando de recuperar terreno perdido pelas forças armadas títeres em Mosul e a maior parte do país que está em mãos de quem se tem levantado contra o regime imposto pelo ocupante.
Na Síria, o PYP e os mandões dos cantões “curdos” recebem ajuda do imperialismo ianque através dos bombardeios aéreos. Três quartas partes dos bombardeios aéreos dirigidos pelo USA têm se concentrado na luta contra o IS na cidade de Kobane, na fronteira turca. Coordenada com as forças curdas nessa área, a campanha do USA impediu que as forças do IS tomem Kobane (segundo o porta-voz oficial Cel. Ryder, do Comando Central, The WSJ de 16-18 de janeiro de 2015). Parte das forças dos outros feudos, ou “reinos”, estão passando ao IS, segundo a mesma fonte.
Os ianques na síria procuram manter o balanço entre as forças de Asad e o IS e os outros “opositores”. Enquanto vão construindo as divisões armadas do FSA que a CIA treina na Jordânia e Turquia para lançar sua ofensiva terrestre, calculam entre três e quatro anos para assim impor “a ordem e a lei” ianque na Síria. Esta tática ianque busca pôr Assad contra as cordas e leva-lo a capitular definitivamente.
O problema que se apresenta nos países do Oriente Médio é a não existência de um Partido Comunista. Por isso as diferentes forças, incluindo as minorias nacionais, não estão confluindo em uma só frente única nacional (tarefa do Partido). Mais ainda, a direção desta luta está sendo usurpada por organizações correspondente as forças latifundiário-burocráticas e suas diferentes fações. Porém a tendência é que se formarão claramente duas frentes.
As forças do imperialismo ianque, francês e demais “coligados” e os colaboracionistas e vende-pátrias pretendem transformar o país em uma colônia. As forças da resistência nacional, o que as corresponde é fazer que o país goze de independência, liberdade e integridade territorial.
As forças contrarrevolucionárias do Oriente Médio e no resto do mundo são, por esse momento, mais potentes que as forças revolucionárias. Porém nos encontramos no início da nova grande onda da revolução proletária mundial, quando esta se encontra na etapa da ofensiva estratégica, e o imperialismo está na de sua defensiva estratégica e varrimento pela revolução mundial. O que demanda transformar todas estas guerras de agressão imperialista em guerras populares para fundi-las cm uma só torrente de guerra popular mundial.
Por esses dias foi publicada uma carta do Partido Comunista Maoísta da Índia aos camaradas do Afeganistão que fala da experiência desses camaradas que lutam nessa região e em condições similares as que temos tratado. É necessário aprender da experiência dos maoístas no Afeganistão a esse respeito. Porém no Movimento Comunista Internacional se apresentam problemas para lutar contra a guerra imperialista de agressão no Oriente Médio e seu regresso aos países imperialistas. Isso se pode constatar facilmente da simples leitura dos comunicados emitidos pelas diferentes organizações e partidos dentro do MCI a respeito dos acontecimentos de Paris. Problema lá e problema aqui.
Não se parte da concepção maoísta a respeito da frente única como instrumento para organizar e agrupar os milhões e milhões de homens do povo, assim como todas as forças que podem ser unidas para lutar contra o invasor a fim de nos lançarmos ao ataque contra nosso alvo central: o imperialismo ianque e seus coligados, e seus lacaios, os vende-pátrias no Oriente Médio. E isso se vê também nesses países imperialistas para unir os mais amplos setores na luta contra o imperialismo e a guerra imperialista.
Isso, nos ensina o Presidente Mao, conduz a que não tenhamos unidade para apontar contra o inimigo principal, que tenhamos uma tática correta, mas, pelo contrário, dispersaremos o fogo de tal maneira que nossas balas, em lugar de alcançar o inimigo principal, atingirão os inimigos secundários, ou inclusive nossos possíveis aliados (tática incorreta). Procedendo assim, nos será impossível encurralar e isolar o inimigo. Procedendo assim, nos será impossível atrair para o nosso lado aqueles que, sob coação, se lançam no campo ou frente inimigos, àqueles que ontem eram nossos inimigos, porém hoje podem ser nossos amigos. Proceder assim seria ajudar de fato ao inimigo e frear, isolar e minar a revolução e faze-la declinar e, inclusive, conduzi-la a derrota
Como se vão decantando as diferentes forças que atuam na Síria desde setembro de 2014 quando se deu início a nova fase de agressão imperialista contra a Síria, a nova campanha de guerra contra Iraque e Síria?
Brevemente: ter em conta que o imperialismo ianque chegou a um acordo preliminar com o governo dos aiatolás do Irã sobre a questão do “uso da energia nuclear”. Por esse acordo se amplia o prazo de janeiro a junho desse ano para chegar a um acordo definitivo, contanto com o apoio da Rússia de Putin a troco, seguramente, que lhe abaixe a pressão na Ucrânia. Logo, as Forças Armadas do Irã bombardearam o IS na região fronteiriça e há tropas terrestres que ajudam o governo títere iraquiano a combater o IS. Assim se tem somado, na prática, a “coalizão” dirigida pelo imperialismo ianque contra o Iraque. Por seu lado, Arábia Saudita passou a combater, como parte da “coalizão”, o IS e, por sua vez, sofrido atentado em sua fronteira por parte do IS.
A atual campanha dirigida pelo imperialismo ianque se centra no Iraque principalmente e estão tratando de recuperar terreno perdido pelas forças armadas títeres em Mosul e a maior parte do país que está em mãos de quem se tem levantado contra o regime imposto pelo ocupante.
Na Síria, o PYP e os mandões dos cantões “curdos” recebem ajuda do imperialismo ianque através dos bombardeios aéreos. Três quartas partes dos bombardeios aéreos dirigidos pelo USA têm se concentrado na luta contra o IS na cidade de Kobane, na fronteira turca. Coordenada com as forças curdas nessa área, a campanha do USA impediu que as forças do IS tomem Kobane (segundo o porta-voz oficial Cel. Ryder, do Comando Central, The WSJ de 16-18 de janeiro de 2015). Parte das forças dos outros feudos, ou “reinos”, estão passando ao IS, segundo a mesma fonte.
Os ianques na síria procuram manter o balanço entre as forças de Asad e o IS e os outros “opositores”. Enquanto vão construindo as divisões armadas do FSA que a CIA treina na Jordânia e Turquia para lançar sua ofensiva terrestre, calculam entre três e quatro anos para assim impor “a ordem e a lei” ianque na Síria. Esta tática ianque busca pôr Assad contra as cordas e leva-lo a capitular definitivamente.
O problema que se apresenta nos países do Oriente Médio é a não existência de um Partido Comunista. Por isso as diferentes forças, incluindo as minorias nacionais, não estão confluindo em uma só frente única nacional (tarefa do Partido). Mais ainda, a direção desta luta está sendo usurpada por organizações correspondente as forças latifundiário-burocráticas e suas diferentes fações. Porém a tendência é que se formarão claramente duas frentes.
As forças do imperialismo ianque, francês e demais “coligados” e os colaboracionistas e vende-pátrias pretendem transformar o país em uma colônia. As forças da resistência nacional, o que as corresponde é fazer que o país goze de independência, liberdade e integridade territorial.
As forças contrarrevolucionárias do Oriente Médio e no resto do mundo são, por esse momento, mais potentes que as forças revolucionárias. Porém nos encontramos no início da nova grande onda da revolução proletária mundial, quando esta se encontra na etapa da ofensiva estratégica, e o imperialismo está na de sua defensiva estratégica e varrimento pela revolução mundial. O que demanda transformar todas estas guerras de agressão imperialista em guerras populares para fundi-las cm uma só torrente de guerra popular mundial.
Por esses dias foi publicada uma carta do Partido Comunista Maoísta da Índia aos camaradas do Afeganistão que fala da experiência desses camaradas que lutam nessa região e em condições similares as que temos tratado. É necessário aprender da experiência dos maoístas no Afeganistão a esse respeito. Porém no Movimento Comunista Internacional se apresentam problemas para lutar contra a guerra imperialista de agressão no Oriente Médio e seu regresso aos países imperialistas. Isso se pode constatar facilmente da simples leitura dos comunicados emitidos pelas diferentes organizações e partidos dentro do MCI a respeito dos acontecimentos de Paris. Problema lá e problema aqui.
Não se parte da concepção maoísta a respeito da frente única como instrumento para organizar e agrupar os milhões e milhões de homens do povo, assim como todas as forças que podem ser unidas para lutar contra o invasor a fim de nos lançarmos ao ataque contra nosso alvo central: o imperialismo ianque e seus coligados, e seus lacaios, os vende-pátrias no Oriente Médio. E isso se vê também nesses países imperialistas para unir os mais amplos setores na luta contra o imperialismo e a guerra imperialista.
Isso, nos ensina o Presidente Mao, conduz a que não tenhamos unidade para apontar contra o inimigo principal, que tenhamos uma tática correta, mas, pelo contrário, dispersaremos o fogo de tal maneira que nossas balas, em lugar de alcançar o inimigo principal, atingirão os inimigos secundários, ou inclusive nossos possíveis aliados (tática incorreta). Procedendo assim, nos será impossível encurralar e isolar o inimigo. Procedendo assim, nos será impossível atrair para o nosso lado aqueles que, sob coação, se lançam no campo ou frente inimigos, àqueles que ontem eram nossos inimigos, porém hoje podem ser nossos amigos. Proceder assim seria ajudar de fato ao inimigo e frear, isolar e minar a revolução e faze-la declinar e, inclusive, conduzi-la a derrota
Condenamos a guerra imperialista contra os países do Oriente Médio!
Enfrentar a guerra de agressão imperialista com guerra popular!
Viva o marxismo-leninismo-maoísmo, principalmente o maoísmo!
Associação Nova Democracia de Hamburgo, Alemanha.Janeiro de 2015
*Disse a revista alemã “Der Spiegel”, que em busca de respostas, tem investigado a história dos personagens principais desses ataques. Uma viagem atrás de pegadas… é uma viagem nos abismos da sociedade francesa, em “lares para crianças”, centros sociais e nas prisões, mas também nas redes de islamitas radicais e terroristas, que na França, desde décadas, estão especialmente ativas. (“Foram bons meninos”, reportagem da revista Der Spiegel, 76 a 84, Nr. 4, 17.01.2015). E na mesma revista, a redatora pergunta se o perigo agora não provém mais de organizações terroristas como al-Qaida, senão de jovens furiosos. Um especialista conclui que sim, que eles são mais perigosos porque radicalizam a eles mesmos (“Conversação da revista Siegel com o especialista em islam Olivier Roi, páginas 90 a 92).
**Anexo 1 – O Capitalismo Burocrático – Parte do discurso “A problemática Nacional” pronunciado pelo Dr. Abimael Guzman em 1974 no Sindicato de Docentes de Huamanga.
Notas da tradução FRDDP – Brasil
1 Subúrbios das grandes cidades francesas
2 A revista Charlie Ebdo já havia provocado ondas de revolta entre os povos árabes e islâmicos em todo o Oriente Médio, também entre os imigrantes na França e outros países em 2012 ao publicar charges que ridicularizavam o profeta Maomé e a religião islâmica associando-os ao que os imperialistas qualificam de “terrorismo”.
3 Relativo aos primeiros muçulmanos que reivindicam o retorno às origens do islam fundado no Corão e na Suna. Suna, que no árabe, quer dizer caminho trilhado. Suna do Profeta, portanto, quer dizer Caminho Trilhado pelo Profeta do islamismo, Maomé).
4 Termo utilizado por George W. Bush para a coalisão liderada pelo imperialismo ianque e pelo imperialismo inglês para a guerra de agressão contra o Iraque em março de 2003.
5 São regimes que, apesar de se constituírem em países de maioria absoluta muçulmana, pregavam a separação e imparcialidade entre as instituições do Estado e a influência religiosa.
6 Movimento reformista islâmico surgido no Egito no século XIX.
7 Sunitas: Muçulmanos ortodoxos que seguem a Suna e a autoridade dos quatro primeiros califas, por oposição aos xiitas, que seguem apenas os descendentes de Ali, genro de Maomé.
8 Saladino foi um chefe religioso, político e militar de origem curda, e adepto do islamismo sunita. Chefiou a guerra contra a invasão ocidental dos Cruzados (cristãos católicos) unindo vários povos na região que engloba Egito, Síria, Iraque e Iêmen.
9 Que maneja títeres (fantoches) em política é aquele que cria e maneja governos lacaios.
10 Perro flaco, expressão em espanhol que quer dizer cachorro magro, referindo-se a briga ou disputa entre o “cachorro gordo”, ou forte, e o “cachorro magro”, ou fraco.
11 Uma das organizações criadas com suporte financeiro e treinamento pela CIA ianque para combater as tropas do social-imperialismo Russo que ocuparam o Afeganistão entre o final da década de 1970 até o fim dos anos de 1980. Após a derrocada do social-imperialismo Russo e contando com o apoio do imperialismo ianque, organizações como o Talibã e a al-Qaeda estabeleceram-se como importantes força políticas e militares no Afeganistão. Com o passar do tempo e agravamento das contradições internas e da crise do imperialismo, essas organizações passaram a criar dificuldades para a completa dominação ianque e foram taxadas então como “organizações terroristas” pelo USA.
12 Partido dos Operários do Curdistão – PKK, cujo dirigente Abdullah Ocalan encontra-se preso pelo Estado fascista turco, dirige há décadas luta armada de libertação do povo curdo contra o velho Estado da Turquia. Após a sua prisão, Ocalan passa a entabular negociações com o governo reacionário de Erdogan (Turquia) para estabelecimento do Estado curdo. Atualmente, o PKK expressa as posições da grande burguesia compradora e de grandes produtores e negociantes de petróleo estabelecidos no território curdo no Norte do Iraque em conluio com o imperialismo ianque e governo títere iraquiano.
13 Califado é a forma islâmica monárquica de governo que representa a unidade e liderança política do mundo islâmico. A posição de seu chefe de Estado, o califa, baseia-se na noção de um sucessor à autoridade política do profeta Maomé, fundador do islamismo.
14 Cantão situado em território sírio de população curda onde trava-se intenso combate pelo controle do território com as forças do ISIS.
Anexo I
O capitalismo burocrático
(parte do discurso “A problemática Nacional” pronunciado pelo Dr. Abimael Guzman em 1974 no Sindicato de Docentes de Huamanga.)
O que entendemos por Capitalismo burocrático?
E o capitalismo que o imperialismo impulsiona num país atrasado; o tipo de capitalismo a forma especial de capitalismo, que impõe um país imperialista a um país atrasado, seja semifeudal, semi-colonial. Analisemos este processo histórico.
Como se desenvolveu o capitalismo das velhas nações européias? Suponhamos França; em fins do século XVIII era um país feudal, tinha de 20 a 22 milhões de camponeses, os operários e trabalhadores não somavam mais que 600 mil, (ai se pode ver o grau de feudalismo que tinha); baseava-se na servidão em suas diferentes formas. Entretanto, na entranha feudal da França geraram-se novas formas produtivas, fabris, capitalistas, e uma classe, a burguesia foi ganhando mais força, mais poder econômico, inclusive influência política. Perguntemo-nos França era um país submetido a outro? Era um país oprimido? Não; França era uma monarquia absoluta que disputava com a Inglaterra a hegemonia do mundo não estava oprimida por ninguém. Suas condições sócio-econômica e históricas a havia feito desenvolver-se assim. Nesta época havia imperialismo? Não. O imperialismo é deste século. O que havia é países em desenvolvimento capitalista como Inglaterra, por exemplo; e França ia desenvolvendo independentemente uma sociedade capitalista. Igual caminho seguiram outros países, e quando chega o século XIX, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda etc. e são países capitalistas independentes desenvolvidos,
Qual era a situação das nações latino-americanas no século XIX? Quando começa a emancipação da América (1810), as nações da Europa já eram poderosas, enquanto as latino-americanas recém começavam a estruturar sua nacionalidade, problema que ainda não há concluído. Mais, ainda, estas nações a pouco de emancipar-se, caem sob o domínio inglês, como um capitalismo dependente. Há, pois, diferença histórica, econômica e política notória frente ao processo europeu.
E o capitalismo que o imperialismo impulsiona num país atrasado; o tipo de capitalismo a forma especial de capitalismo, que impõe um país imperialista a um país atrasado, seja semifeudal, semi-colonial. Analisemos este processo histórico.
Como se desenvolveu o capitalismo das velhas nações européias? Suponhamos França; em fins do século XVIII era um país feudal, tinha de 20 a 22 milhões de camponeses, os operários e trabalhadores não somavam mais que 600 mil, (ai se pode ver o grau de feudalismo que tinha); baseava-se na servidão em suas diferentes formas. Entretanto, na entranha feudal da França geraram-se novas formas produtivas, fabris, capitalistas, e uma classe, a burguesia foi ganhando mais força, mais poder econômico, inclusive influência política. Perguntemo-nos França era um país submetido a outro? Era um país oprimido? Não; França era uma monarquia absoluta que disputava com a Inglaterra a hegemonia do mundo não estava oprimida por ninguém. Suas condições sócio-econômica e históricas a havia feito desenvolver-se assim. Nesta época havia imperialismo? Não. O imperialismo é deste século. O que havia é países em desenvolvimento capitalista como Inglaterra, por exemplo; e França ia desenvolvendo independentemente uma sociedade capitalista. Igual caminho seguiram outros países, e quando chega o século XIX, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda etc. e são países capitalistas independentes desenvolvidos,
Qual era a situação das nações latino-americanas no século XIX? Quando começa a emancipação da América (1810), as nações da Europa já eram poderosas, enquanto as latino-americanas recém começavam a estruturar sua nacionalidade, problema que ainda não há concluído. Mais, ainda, estas nações a pouco de emancipar-se, caem sob o domínio inglês, como um capitalismo dependente. Há, pois, diferença histórica, econômica e política notória frente ao processo europeu.
Por outro lado, as burguesias se
desenvolvem na América Latina vão se ligando cada vez mais ao país
dominante, de tal forma que estas débeis burguesias em vez de
desenvolver-se independentemente, como o fizeram as européias, e a
serviço dos interesses nacionais, irão se desenvolvendo como burguesias
submetidas, dependentes, entregues de corpo e alma ás potências
imperialistas (Inglaterra ou EUA) na medida em que crêem até
converter-se em poderosas e desenvolvidas burguesias intermediárias como
mostra a história deste século.
Este último caminho é o que se deu no Perú. Como vimos na Segunda década deste século o imperialismo ianque substituiu o domínio inglês. Para isto, os Estados Unidos utilizou a seus intermediários e ocupou o poder estatal; este é o significado e a função do golpe de estado de 1919, de Leguia e sua onzena. Este período é chave no processo nacional. Leguia em 19 propôs algumas questões: a reivindicação dos recursos naturais, a concessão de terras a quem as trabalha, a reivindicação das riquezas naturais, a participação do povo através do plebiscito e a renovação do aparato estatal. Leguia foi o instrumento político direto dos Estados Unidos para impulsionar seu capitalismo burocrático dependente no país, para isso impulsionou sua própria burguesia intermediária deslocando do aparato estatal ligado à Inglaterra mediante uma renovação da burguesia intermediária que se deu em aguda luta, contra a chamada oligarquia. Deste processo devemos tirar uma lição, entre outras, não basta que um regime ataque à oligarquia ou proponha reivindicar as riquezas naturais ou fale de entregar a terra a quem a trabalhe para que o tenha como revolucionário; pode tratar-se, como quando Leguia hoje em dia, de uma renovação de burguesia intermediário e do desenvolvimento do capitalismo burocrático.
Assim, os Estados Unidos começou seu domínio no país, pouco a pouco foi introduzindo-se em nossa economia, trocando suas formas segundo as flutuações internacionais e a correlação de classes dentro do pais. Num período o imperialismo norte-americano usa modalidades capitalistas de Estado, em ouro a livre empresa como o fundamental; em função da qual o Estado intervém diretamente de forma mais ampla no processo econômico, impulsionando-o ou põe em primeiro plano seu papel regulador das livres relações da empresa privada.
Este último caminho é o que se deu no Perú. Como vimos na Segunda década deste século o imperialismo ianque substituiu o domínio inglês. Para isto, os Estados Unidos utilizou a seus intermediários e ocupou o poder estatal; este é o significado e a função do golpe de estado de 1919, de Leguia e sua onzena. Este período é chave no processo nacional. Leguia em 19 propôs algumas questões: a reivindicação dos recursos naturais, a concessão de terras a quem as trabalha, a reivindicação das riquezas naturais, a participação do povo através do plebiscito e a renovação do aparato estatal. Leguia foi o instrumento político direto dos Estados Unidos para impulsionar seu capitalismo burocrático dependente no país, para isso impulsionou sua própria burguesia intermediária deslocando do aparato estatal ligado à Inglaterra mediante uma renovação da burguesia intermediária que se deu em aguda luta, contra a chamada oligarquia. Deste processo devemos tirar uma lição, entre outras, não basta que um regime ataque à oligarquia ou proponha reivindicar as riquezas naturais ou fale de entregar a terra a quem a trabalhe para que o tenha como revolucionário; pode tratar-se, como quando Leguia hoje em dia, de uma renovação de burguesia intermediário e do desenvolvimento do capitalismo burocrático.
Assim, os Estados Unidos começou seu domínio no país, pouco a pouco foi introduzindo-se em nossa economia, trocando suas formas segundo as flutuações internacionais e a correlação de classes dentro do pais. Num período o imperialismo norte-americano usa modalidades capitalistas de Estado, em ouro a livre empresa como o fundamental; em função da qual o Estado intervém diretamente de forma mais ampla no processo econômico, impulsionando-o ou põe em primeiro plano seu papel regulador das livres relações da empresa privada.
Três linhas do Capitalismo Burocrático
O capitalismo burocrático desenvolve três linhas em seu processo: uma linha latifundiária no campo, uma burocrática na indústria e uma terceira, também burocrática, no ideológico. Sem pretender que estas sejam as únicas.Introduz a linha latifundiária no campo mediante leis agrárias expropriatórias que não apontam para destruir à classe latifundiária feudal e sua propriedade senão evolucioná-los progressivamente mediante a compra e pagamento da terra pelos camponeses. A linha burocrática na indústria aponta a controlar e a centralizar a produção industrial, o comércio, etc., pondo-os cada vez mais em mãos monopolistas a fim de propiciar uma acumulação mais rápida e sistemática do capital, em detrimento da classe operária e demais trabalhadores, naturalmente, e em beneficio dos maiores monopólios e do imperialismo em consequência; neste processo tem grande importância o arrocho a que se submete aos trabalhadores. Como se vê na lei industrial a linha burocrática no ideológico consiste no processo para moldar a todo o povo, mediante meios massivos de difusão, especialmente, na concepção e idéias políticas, particularmente, que servem ao capitalismo burocrático; a lei geral de educação é a expressão concentrada desta linha, e uma das constantes dessa linha é o seu anticomunismo, seu antimarxismo, aberto ou encoberto.
Estas três linhas fazem parte do caminho burocrático ao qual se opõe o CAMINHO DEMOCRÁTICO, o caminho do povo; se aquele defende a propriedade feudal, este propõe sua destruição e ante ao pagamento da terra opõe a confiscação; se aquele reconhece e fortalece a propriedade industrial imperialista, este a nega e luta por sua confiscação; se aquela pugna por subjugar ideologicamente ao povo, este por armá-lo ideologicamente; e se aquele persegue ao marxismo este sustenta que há que guiar-se pelo marxismo como único instrumento científico para compreender a realidade. São, pois, dois caminhos absolutamente contrários. A história do país neste século é a história da luta destes dois caminhos: do caminho burocrático, ou seja do caminho submetido ao imperialismo, e do caminho democrático, do caminho da classe operária, do campesinato, da pequena burguesia e, em certas condições da burguesia nacional.
Para compreender o capitalismo burocrático é muito útil o estudo e análise da década de 60, nela se avançou mais o processo de destruição da feudalidade; neste período se impulsionou a indústria e as relações capitalistas no agro. Por outro lado, desenvolveu-se grandemente a luta de classes; o movimento sindical, o camponês e o estudantil alcançaram altos níveis. Assim se desenvolveu um forte movimento sindical que em determinado momento tomou locais de trabalho e chefes como reféns; o movimento camponês também teve um grande auge, no segundo semestre de 63 como um rastilho de pólvora correu desde o centro até o sul do país; e o movimento estudantil teve bastante ascenso. Em síntese, a luta das massas viveu grandes experiências nesse processo, luta política.
Também a política partidária, teve um grande auge; por um lado os partidos políticos da reação entraram em graves dificuldades e pugnas levando à crise da chamada democracia representativa, anos 67 e 68; por outro lado a esquerda desenvolveu uma vigorosa atividade política dentro da qual se levou a luta entre marxismo e revisionismo, posteriormente a retomar o caminho de Mariátegui como condição para desenvolver a revolução.
Outro fato bastante importante e não suficientemente estudado é o problema das guerrilhas: ano 65, inclusive nesta região se viveu um brote guerrilheiro. O movimento guerrilheiro no país é parte do processo nacional. É uma primeira questão que tem que destacar porque sectariamente, às vezes, pretende-se considerar que é a simples experiência de uma organização e não se vê como uma experiência do povo peruano. E um movimento intimamente ligado ao processo político do país, desenvolvido segundo concepções pequeno burguesas; é uma grande experiência que necessita ser analisada desde a posição do proletariado para tirar-lhe lições frutíferas.
É impossível compreender nossa situação dos anos 70 e sua perspectiva, sem compreender as condições concretas dos anos 60. Há uma coisa boa: nos últimos anos, a intelectualidade peruana vai compreendendo a necessidade de estudar a década de 60. Só compreendendo este período estaremos melhor armados, ideologicamente para compreender a situação atual.
O problema do capitalismo burocrático é importante porque nos permite compreender qual é o caminho dominante que o imperialismo imprime em um país atrasado, em um pais semifeudal e semicolonial; compreendendo este problema estaremos apetrechados para combater a tese do caráter capitalista do país e suas derivações políticas.
Para concluir este tema trataremos o seguinte: alguns sustentam que estabelecer a tese do capitalismo burocrático no pais é desconhecer seu caráter semifeudal e semicolonial; dizem que de maneira encoberta se afirma que o país é capitalista. Isto é um erro que desconhece as leis do desenvolvimento social do nosso pais e dos países atrasados; porque, precisamente, o capitalismo burocrático não é senão o caminho do imperialismo em um país semifeudal e semicolonial, sem condição semifeudal e semicolonial não haveria capitalismo burocrático, assim, propor a existência de capitalismo burocrático é afirmar como premissa que o pais é semifeudal e semicolonial
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